Davi 08/06/2024
A trama de prata: uma resenha de Nárnia.
"A CADEIRA DE PRATA" é o quarto livro da longa e cristã (por entrelinhas) série "As Crônicas de Nárnia", escrita por C.S. Lewis. A trama aqui começa quando Eustáquio, agora um menino mais maduro após suas aventuras em "A Viagem do Peregrino da Alvorada", retorna a Nárnia agora junto de sua colega de escola, Jill Pole. Eles são convocados pelo grande leão Aslam para uma missão crucial: resgatar o príncipe Rilian, filho do Rei Caspian X, que está desaparecido há dez anos. Guiados por uma série de sinais fornecidos pelo Leão, Eustáquio e Jill embarcam em uma perigosa jornada pelo misterioso e sombrio Norte de Nárnia, enfrentando criaturas sinistras e desafios pra lá de traiçoeiros.
A ausência de Lúcia, Edmundo, Pedro e Susana permite que novos personagens brilhem, especialmente Jill e Eustáquio, que não é novo mas demonstra novas facetas. Jill traz uma perspectiva fresca à narrativa. Sua coragem e determinação, apesar do medo inicial e da falta de experiência, são positivas. Eustáquio, por sua vez, mostra um crescimento importante desde sua última aparição, assumindo um papel de liderança e mostrando grande coragem e lealdade. A dinâmica entre eles é cativante, com momentos de tensão e, acima de tudo, amizade que enriquecem a história. Eles são acompanhados por Puddleglum, um pessimista mas valente Marshwiggle, cuja sabedoria prática e coragem se tornam inestimáveis ao longo da jornada.
Nesse livro, a ambientação é notavelmente sombria e misteriosa, contrastando com as paisagens mais familiares de Nárnia (Isso me faz pensar se teremos sequências mais sérias). As terras inexploradas do Norte, principalmente com as montanhas geladas e cavernas escuras, adicionam um tom de perigo à narrativa. Porém, acreditava que o objeto que leva o título do livro, uma cadeira de prata mágica que prende o príncipe Rilian sob o feitiço da Bruxa Verde, teria grande importância. No entanto, aparece brevemente e não tem grande destaque, se tornando algo bem banal... O confronto final contra a Bruxa Verde e a libertação de Rilian são momentos triunfo, reforçando novamente temas de bravura, amizade e a luta contra o mal. Mas, como nos outros 3 livros, Aslam sempre salva tudo no final. Por fim, devo destacar a sensação de que C.S. Lewis arrasta muito as histórias no desenvolvimento e pode ser o único ponto negativo. No meio do livro, há momentos em que a trama parece se alongar sem necessidade, com eventos que não avançam a história de maneira significativa. Isso pode tornar a leitura um pouco cansativa, diminuindo o ritmo e a intensidade da aventura. No entanto, essa sensação de lentidão no meio é contrabalançada por um capítulo de conclusão perfeito.