spoiler visualizarGuilherme2677 25/06/2024
“A sabedoria humana está nessas palavras: esperar e ter esperança”
“O Conde de Monte Cristo”, escrito por Alexandre Dumas, é uma obra que consegue transcender o simples entretenimento literário. O autor nos envolve com uma história envolvente e, mesmo sendo um livro extenso, cada página é incrível de ler. Embora existam momentos mais lentos, Dumas consegue tecer uma trama complexa e rica, fazendo com que cada parte valha a pena.
Dumas habilmente nos transporta para a vibrante Paris, Marselha e a ilha de Monte Cristo. A descrição das paisagens, das festas suntuosas e dos becos sombrios é vívida e envolvente. A atmosfera é rica em detalhes, permitindo que o leitor mergulhe completamente na época.
𝗔 𝗛𝗜𝗦𝗧𝗢́𝗥𝗜𝗔
𝗣𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲: 𝗔 𝗧𝗿𝗮𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼
A história começa em Marselha, onde conhecemos Edmond Dantès, um jovem marinheiro cheio de sonhos e prestes a se casar com Mercedes. No entanto, sua vida perfeita é destruída quando ele é falsamente acusado de traição por seus “amigos”: Danglars, Fernand e Caderousse. Isso leva-o a um julgamento com o promotor público Villefort. Traído e preso no Château d’If, Edmond conhece o sábio Abade Faria, que mudará seu destino ao revelar a localização de um grande tesouro.
𝗦𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗮 𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲: 𝗔 𝗧𝗿𝗮𝗻𝘀𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼
Após anos de prisão, Edmond escapa de forma engenhosa e encontra o tesouro na ilha de Monte Cristo. Ele renasce como o enigmático e poderoso Conde de Monte Cristo. Adoro essa parte porque mostra como ele se prepara meticulosamente para sua vingança, adquirindo riqueza e influência. A transformação de Edmond é fascinante e dolorosa, e você não consegue deixar de torcer por ele.
𝗧𝗲𝗿𝗰𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲: 𝗔 𝗩𝗶𝗻𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮
Aqui, a vingança de Edmond começa a tomar forma. Ele arruína financeiramente Danglars, desmascara Fernand, agora Conde de Morcerf, e revela os crimes de Villefort, resultando na destruição da família do procurador. A intensidade desta parte é palpável, e Dumas constrói o suspense de forma magistral. Você sente a satisfação de Edmond ao ver seus inimigos caírem, mas também começa a perceber as consequências de suas ações.
𝗤𝘂𝗮𝗿𝘁𝗮 𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲: 𝗔𝘀 𝗖𝗼𝗻𝘀𝗲𝗾𝘂𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮𝘀
À medida que a vingança de Edmond avança, vemos as consequências se desenrolarem. Mercedes, agora viúva e desiludida, confronta o Conde e reconhece seu antigo amor. Albert, o filho de Mercedes, enfrenta seu próprio dilema ao descobrir a verdade sobre seu pai. Villefort vê sua família desmoronar, e a intensidade emocional aumenta. Esta parte me fez refletir sobre a moralidade e o impacto da vingança.
𝗤𝘂𝗶𝗻𝘁𝗮 𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲: 𝗔 𝗥𝗲𝗳𝗹𝗲𝘅𝗮̃𝗼
Nesta parte, Dantès começa a questionar sua busca implacável por vingança. Ele reflete sobre o impacto de suas ações, especialmente em relação a Mercedes e Albert. Há momentos de profundo arrependimento e introspecção, onde ele se pergunta se sua vingança foi realmente justa. A complexidade emocional aqui é impressionante, e você sente a luta interna de Edmond.
𝗦𝗲𝘅𝘁𝗮 𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲: 𝗔 𝗥𝗲𝗱𝗲𝗻𝗰̧𝗮̃𝗼
A conclusão do romance é profundamente tocante. Edmond busca redenção ajudando aqueles que foram afetados por sua vingança. Ele ajuda Haydée, uma jovem grega, a reivindicar sua herança e honra, e apoia Valentine, a filha de Villefort, em sua busca pela felicidade. Finalmente, Dantès encontra paz e redenção ao compreender o poder do amor e do perdão. O final é emocionante e deixa uma sensação de renovação e esperança.
É uma leitura obrigatória para qualquer amante de literatura. A edição da Zahar, com a tradução de André Telles e Rodrigo Lacerda, é particularmente excelente, proporcionando uma experiência de leitura envolvente e fiel ao espírito original de Dumas. A riqueza dos personagens, a complexidade da trama e a profundidade emocional fazem deste romance uma obra-prima atemporal.