Ana 21/03/2020
Quem leu minha resenha do primeiro volume dessa riquíssima duologia, Ousadas: Mulheres Que Só Fazem o Que Querem, sabe o quanto eu estava ansiosa por essa continuação. Conheci muitas mulheres que fizeram a diferença através dos olhos de Pénélope Bagieu e, no volume dois, a ilustradora nos apresenta mais quinze personalidades que não mediram esforços para causar uma revolução em suas próprias vidas.
Se você é mulher, muito provavelmente já ouviu alguém dizer que não era capaz de fazer alguma coisa. A nossa sociedade nos faz acreditar que não podemos, não conseguimos, não somos competentes o suficiente. Já perceberam o quanto nós, mulheres, fomos e ainda somos apagadas da sociedade? Por exemplo, você já ouviu falar de Temple Grandin, uma mulher autista que revolucionou as práticas para o tratamento racional de animais vivos em fazendas e abatedouros? Ou de Katia Krafft, mulher e vulcanóloga, que passou sua vida inteira registrando vulcões, muitas vezes ficando ao pé dos fluxos de lava?
São muitas, muitas mulheres que enfrentaram vários obstáculos para alcançarem o topo. Cada história apresentada por Bagieu é importante à sua maneira. As ilustrações são um espetáculo à parte e novamente fiquei impressionada pela linguagem acessível. Isso me deixa muito feliz porque torna o quadrinho muito apropriado para crianças e convenhamos que é extremamente importante criarmos nossos filhos mostrando que mulheres são sim muito importantes.
Minha experiência com Ousadas #2 foi magnífica, principalmente porque eu conheci personagens muito importantes que ficaram no meu coração por causa dos seus feitos. Tem a Nellie Bly, jornalista que deu a volta ao mundo em 72 dias para simular a viagem do personagem Phileas Fogg, do livro de Júlio Verne — é claro que quase ninguém acreditava que ela conseguiria; Hedy Lamarr, uma atriz & inventora que abriu as portas para várias coisas que não vivemos sem hoje em dia, como o wi-fi, por exemplo (ah, enquanto eu pesquisava, descobri que a Showtime está produzindo uma série sobre ela e que a Gal Gadot vai interpretá-la, uhuuu); e a minha preferida de todas, Mae Jemison, médica, engenheira e nada mais nada menos que a primeira mulher negra a ir para o espaço — e a primeira pessoa a ir para o espaço & participar de um episódio de Star Trek!
Já deu para perceber o poder que nós temos, não é mesmo? Além desses dois livros, Pénélope Bagieu, que é francesa, produz muito conteúdo para a internet em seu blog, o Ma Vie Est Tout à Fait Fascinante, então não tem desculpa para não acompanhar suas produções mais que incríveis, tá?
site: http://www.roendolivros.com.br