Felipe927 15/09/2019As vezes compensa sair da zona de confroto...O que eu achei de: Sementes Malditas
{Como seria viver em um mundo super populoso onde ter filhos é considerado um crime?}
Nessa distopia pós apocalíptica, vamos conhecer uma humanidade totalmente diferente da que estamos acostumado. Em um universo superpopuloso e com um governo autoritário, foi adotada uma série de leis para diminuir a natalidade. A homossexualidade é incentivada e exaltada o e o sexo sem o intuito de procriação e super adotado. Nesse mundo onde as crianças não são bem vistas, vamos conhecer Tristram Foxe um professor de história e sua esposa Beatrice Joanna que acabaram de perder seu único filho, e estão tentando lidar com isso.
Em um mundo onde as guerras e as mais temíveis doenças foram exterminados e acreditar em Deus (o ser todo poderoso como é comum acreditar hoje) como um ser divino é considerado ultrapassado, a humanidade agora sofre com a falta de alimento, por isso é comum a prática do canibalismo. Vamos acompanhar a história do ponto de vista desse dois personagens, com uma narrativa densa e afiada do olhar do autor Anthony Burgess que critica uma série de atos de uma forma que só o autor é capaz de escrever.
O livro tem uma narrativa bem diferente que exige atenção. Essa não é uma leitura que você consegue terminar em poucas horas, por se tratar de uma distopia com regras que não estamos acostumados, demorei um pouco pra começar a entender tudo que estava acontecendo e mergulhar de cabeça na história.
Como o livro é contado pela visão dos personagens temos uma visão bem limitada do que está acontecendo nesse universo o que torna a leitura instigante. O autor trás diversas críticas à sociedade atual, desde como a homossexualidade é vista nos nossos dias, até o fato do quão terrível e ineficazes são as guerras causadas pelos humanos.
Algumas cenas são de embrulhar o estômago, o autor expõe o pior do ser humano, o que não é tão distante da realidade, mas quando o leitor se depara com isso é extremamente chocante e perturbador.
O livro contém uma edição impecável, e acho que foi o que mais me chamou atenção para começar a ler. A tradução apesar de ter termos não tão usados, é de facil entendimento, e as ilustrações são um show à parte.
Foi uma experiência incrível, pretendo conhecer mais obras do autor e super recomendo.