Rangel 30/01/2017
O Inconsciente segundo Jung
No livro “O Eu e o Inconsciente” de Carl Gustav Jung, o médico psiquiatra suíço considerado um dos mais importantes da história da Psicologia contemporânea, foi influenciado pelas mitologias, filosofia e antropologia, o que o fez desenvolver uma psicanálise própria de modo intuitivo e espiritual (existencial). Jung partiu do princípio da intuição para teorizar sobre a individuação do Eu como aprofundamento da mente humana. Sua teoria psicanalítica adotou o modelo topográfico de psiqué freudiana, que por sua vez, discordou do seu próprio mestre, a respeito da análise do inconsciente humano, que não só pode reduzi-lo a questão da sexualidade. O inconsciente não pode ser considerado somente apenas um depósito de lembranças, traumas e experiências, mas tem consigo o algo desconhecido não vivido, que remonta à gênese de toda a humanidade, o que se denomina o Inconsciente Coletivo. A história genética, que cada ser humano possui, representa um arquétipo universal, que são conceitos simbolizados da mãe, do pai, do herói, do mártir, de Deus, que fazem parte da aceitação do convívio social para a própria sobrevivência humana. A análise do inconsciente não se resume em traumas de infância e da vida adulta, mas um contato com o seu “despertar” existencial. Os sonhos, por exemplo, são processos normais de uma economia psíquica, ou seja, que norteia as atitudes da consciência moral. Assim, os arquétipos são representações individuais e e são universais e se exteriorizam no caminho da individuação. Jung classificou os principais arquétipos em Persona (estado do Eu relativo aos papeis sociais por causa das convenções da sociedade como se fosse uma máscara), Sombra (existe a partir do que se distancia da Persona, quando se assume complexos reprimidos, fraquezas e, defeitos, o que requer desafio de superá-los), Anima (parte feminina do inconsciente em homens e mulheres), Animus (parte masculina do inconsciente em homens e mulheres – em ambos, se desenvolvem em diferenciar o que melhor se manifesta) e Self (o que organiza e rege o organismo psíquico, o centro controlador da personalidade do Ego para o Eu próprio). As funções psíquicas são sentimento, sensação, pensamento e intuição, que cada pessoa reage de acordo com tais funções, o que se torna um hábito forjado pela hereditariedade no meio social, o que caracteriza sua descrição, mas não que seja uma verdade absoluta a todos os seres humanos. Pensamento e sentimento são opostos entre si, racionais em julgamentos e análises do objeto em questão. Sensação e Intuição são também opostas entre si, irracionais, pois não envolvem julgamento ou análise. Dos tipos psicológicos básicos, temos o pensamento extrovertido, pensamento introvertido, sentimento extrovertido, sentimento introvertido, sensação extrovertida, sensação introvertida, intuição extrovertida e intuição introvertida. Jung, na sua análise, teorizou a força interior de cada ser humano, que pode transformar a própria vida, como ele disse: “num inconsciente que se realizou”. O conhecimento do mundo é impossível apreendê-lo, mas cada ser humano pode ter seu insight, através de uma codificação cognitiva da linguagem em um saber. Jung, nas suas abordagens, viagens e busca do conhecimento psíquico, aprofundou-se e estudo mais que Sigmund Freud, neste sentido, o que lhe remete autoridade na psicanálise como complementar ao Freud, mas não que o superou nas questões essenciais da psique humana. Quem gosta de psicologia e psicanálise, além de precisar ler o livro, vai apreciá-lo com toda a riqueza que possui sobre os conceitos psicanalíticos.
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