Caminhos cruzados

Caminhos cruzados Erico Verissimo




Resenhas - Caminhos Cruzados


86 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Pauliane.Brito 11/02/2021

A sutileza do profundo
E hoje me dispenso (temporariamente, não duvido) de Érico Verissimo. Foi um deleite essa leitura, foi de uma suavidade deliciosa, ao mesmo tempo que me arrebentou em mil pedaços e recriou em mim uma nova eu mesma velha conhecida. Super recomendo essa leitura. Seus personagens são atemporais, nas suas futilidades, crueldades, ingenuidades e complexidades. Não é um romance sem propósito, é um retrato do Brasil, o recorte caricaturado do povo brasileiro e suas mazelas. Faz uma crítica social sem ser militante, pega da raiz de todas as coisas as superficialidade que reconhecemos em todos. Não tem como não se colocar no lugar dos personagens, pensar em situações, rever conceitos. Leitura apaixonante.
comentários(0)comente



Rebecca 12/03/2021

O que dizer de caminhos cruzados?
Amo os grandes clássicos da literatura brasileira que são basicamente várias fofocas da vida das personagens. Falando sério, um grande e belo livro
comentários(0)comente



Herick 19/07/2012

Caminhos cruzados - Erico Verissimo
Confiram a resenha com melhor visualização em meu blog: http://instintodeler.blogspot.com.br/2012/07/caminhos-cruzados-erico-verissimo.html

Caminhos cruzados é um romance escrito por Erico Verissimo, ilustre escritor brasileiro do século XX. Publicado em 1935 como forma de crítica à sociedade da época, também é conhecido por retratar o Rio Grande do Sul.

"A vida, prezado leitor, é uma sucessão de acontecimentos monótonos, repetidos e sem imprevisto. Por isso alguns homens de imaginação foram obrigados a inventar o romance.
O Homem, na Terra, nasce, vive e morre sem que lhe aconteça nenhuma dessas aventuras pitorescas de que os livros estão cheios.
Debalde os romancistas tentam nos convencer de que a vida é um romance. Quando saímos da leitura duma história de amor, ficamos surpreendidos ao nos encontrarmos na vida real diante de pessoas e coisas absolutamente diferentes das pessoas e coisas das fábulas livrescas.
Repito: a vida é monótona. (...)"
Página 299.

Na década de 1930, Porto Alegre é cidade em constante desenvolvimento: a cada dia o número de habitantes aumentava, a constante força da política reverberava com desenvoltura e a elevada chegada de pessoas cultas na cidade a tornava um ícone no Brasil.

Em meio as generalizações do contexto, contudo, nos seus subúrbios e áreas mais pobres, vivia todo tipo de gente. João Benévolo, o homem sonhador e desempregado, que no presente momento vive numa situação de miséria estarrecedora, com sua esposa lamentosa e o filho frágil, sempre adoentado. Maximiliano, o tuberculoso na véspera de morte, que vive com sua esposa e dois filhos num caso de necessidade extrema.

O professor Clarumundo, um homem simples, solitário e tímido, porém sábio e amante de Einster, cujo maior almejo é realizar a vontade de escrever seu livro sem precedentes. Fernanda, enamorada de Noel, a mulher experiente e vivida, estudiosa e aplicada, mas que por infortúnios nunca consegue o trabalho adequado para sua formação.

A família do comerciante bem-sucedido Honorato Madeira, com a esposa Virgínia, mulher áspera e odiosa mãe, e o filho Noel, homem estudado, mas cujas circunstancias da vida o obrigou a tornar-se enfurnado em si mesmo, sempre frágil, sonhador e despreparado para o mundo. Dona Dodó, religiosa fervorosa da igreja católica e esposa do almejado empresário a se tornar político, Teotônio Leitão Leiria. O ex-interiorista José Maria Pedrosa, que ganhou na loteria e esbanja dinheiro em Porto Alegre, com sua esposa Maria Luisa, resmungona e amante da vida em desgraça, e a filha, Chinita, mulher infantilmente apaixonada pelo cinema americano.

↭ ↭ ↭

Confesso com grande pesar que iniciei a leitura deste livro de Erico Verissimo com pouco mais do que simplesmente um pé atrás, se permitem-me dizer. A relutância com que deparo ao pensar em ler obras clássicas, ou mais especificamente os clássicos brasileiros, é verdadeiramente algo amedrontador. Sempre lembro-me das leituras monótonas, tediosas e ininteligíveis que fui obrigado a ler na escola, que é, na realidade, uma forma excessivamente falha de incentivar pessoas à literatura e que proporciona o exato oposto do que se busca ao fazê-lo: o afastamento de quase todos os indivíduos que ainda refletiam na necessidade da leitura. Creio que não sou único a ter essa ideia das leituras escolares que nos são forçadas goela abaixo.

Caminhos cruzados foi uma dessas iniciativas escolares, mas ao qual fui submetido agora que possuo uma mente um tanto mais preparada para algo desse tipo, além de já ser um firme prestigiador da literatura. Admito, porém, que me vi envolvido pelo livro desde o início. Encontrei uma narrativa muito leve e dinâmica, planando entre as superficialidades mais banais e sentimentos extremamente realistas de tensão e sofrimento. A contradizer meu primeiro juízo sobre o livro, não encontrei um arsenal de termos e expressões desconhecidas que tornam a leitura cansativa e de complexa interpretação — apenas umas poucas, aqui e ali, que costumam me fazer buscar um dicionário, mas que geralmente tem em vários livros.

A história é ambientada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e busca, por meio dos diversos personagens, abranger a incontáveis situações que a vida pode trazer-nos mediante as regras impostas pela sociedade, dividindo-a em camadas opostamente desproporcionais: a riqueza de menos e a pobreza de mais, a pouca fartura e a muita miséria. O excesso disso é desumano.

O livro, que na época de sua publicação original, apresentou a "inconformidade do romancista ante as desigualdades, injustiças e absurdos da sociedade burguesa" e tomou como base o estado de Porto Alegre, ainda hoje tem conteúdo suficiente para criticar esses mesmos absurdos, que ocorrem apenas de uma maneira minimamente renovadas, além de ser válida para todo o mundo.



Caminhos cruzados é narrado inteiramente em terceira pessoa, mas distribui-se sob a concepção de vários personagens, cada qual com sua identidade e situação peculiar, vivendo em meio a soberba dos ricos, os religiosos hipócritas, os pobres indiferentes e conformados à situação miserável em que vivem. No entanto, indicia-se algo mais: o enredo abrange um contingente de personagens com características próprias, e de um modo muito simplório, a personalidade de cada um é aprofundada, tornando-os quase palpáveis.

Diferencia-se grandemente das histórias que costumeiramente lemos, que normalmente possuem protagonistas e começo, meio e fim. Contudo, nesta obra, enquanto apresenta os personagens, cada um vivenciando uma determinada situação, Erico deixa clara sua neutralidade ao não apontar nenhum predileto ou que tenha uma importância maior que outro qualquer. Todos eles, de uma maneira independente, possuem sua própria significância, mas que estando na mesma localização, emaranham suas condições umas nas outras com a mesma displicência que encontramos diversas pessoas em nosso dia-a-dia, na rua ou no trabalho, e constroem o enredo adequado para a iniciação do drama que tem a finalidade de criticar as injustiças da sociedade.

Não obstante, Erico Verissimo utiliza-se de uma tentativa propositalmente falha de imparcialidade, onde despreza sutilmente a classe alta, os ricos, e solidaria-se com a classe baixa, os pobres. De uma forma mais pessoal, também encontrei uma espécie engenhosa de ridicularização das atitudes e dos sentimentos corriqueiros dos seres humanos, como se em alguns instantes ele narrasse com ironia esses comportamentos comuns, mas não possuo base solida para afirmá-lo.

Ao contrário das suas outras obras, que de acordo com minhas pesquisas são extremamente reflexivas, Caminhos cruzados não possui uma elevada reflexão sobre o mundo e os seres humanos, nem é recheado de reflexões subjetivas — é um livro que aponta, sem qualquer rodeio, as condições em que nós vivemos e as quais somos submetidos por causa da sociedade injusta e incontrolavelmente obsessiva por ter cada vez mais, sem importar-se com as consequências das atitudes tomadas para atingir esse fim.

Por fim, concluo apenas desconsiderando todo o preconceito que senti antes de ler a obra, pois realmente esperava encontrar um clássico desinteressante e francamente levei a cara ao chão: a leitura é excelente! Recomendo à todos, sem exceção, e de forma especial àqueles que ainda pensam da mesma forma que eu pensava.
comentários(0)comente



Yan 29/04/2015

Caminhos cruzados- Erico verissimo
Caminhos cruzados é uma obra com três edições, a mais recente em 2005, pela Campanhia das letras. Esse romance de Verissimo vem com a apresentação de Antonio Candido, prefácio de Moacyr Scliar e prefácio do próprio autor. Caminhos cruzados é uma história contada em cinco dias: Sábado, Domingo, Segunda-feira, Terça-feira e Quarta- feira, nesses dias conta-se a rotina dos personagens que vivem no sul, precisamente em Porto alegre, na década de trinta.
Professor Clarimundo que quer escrever seu livro, e para se sustentar dá aulas, uma de suas alunas é Chinita, uma moça que sonha com Hollywood e com Salu, Salustiano um jovem moreno, que nunca se envolvia sentimentalmente com mulheres, mas com Chinita era diferente. João Benévolo, casado e desempregado, com seu filho sempre doente; Fernanda uma mulher que sustenta sua mãe e seu irmão mais novo, e que descobre o amor com Noel, garoto rico que não vê esse abismo entre as classes.
Caminhos cruzados é certamente uma crítica àquele mundo onde ricos despedi funcionários para dar lugar a protegidos, e outras hipocrisia que permeia as relações sociais.

site: http://olivronofimdocaminho.blogspot.com/2015/04/caminhos-cruzados-erico-verissimo.html
comentários(0)comente



Gabriel.Silva 10/03/2017

Esse é um livro de Erico Verissimo do qual eu não gostei muito,eu li outro livro dele que se tornou um dos meus preferidos,mas esse realmente não ficou na minha expectativa,na história tem vários personagens e eu gostei apenas de dois,os outros não me agradaram devido aos seus dramas,devaneios e suas traições,alguns chegam a ser complexos.Esse livro na minha opinião não superou 'Olhai os Lírios do Campo', que é o meu livro preferido do autor Erico Verissimo.
comentários(0)comente



Colégio Evolução 22/07/2017

Trata-se de um romance urbano do autor Érico Veríssimo, publicado em 1935. Conta a história coletiva, mostrando a sociedade brasileira de forma crítica, contrastando a riqueza e a pobreza, ressaltando os problemas enfrentando por cada camada social.
Ao ser publicado, o romance chocou os críticos literários da época, os quais trataram a obra como imoral e subversiva. Foi considerada uma obra comunista, ganhando a admiração dos seguidores desta ideologia e por outro lado, denegrindo a imagem do autor perante o governo Vargas, coincidindo temporalmente com a Intentona Comunista.
comentários(0)comente



Antonio Maluco 02/09/2017

Emocão a 1000
foi legal em saber que tantos as pessoas ricas e pobres tem o mesmo gosto em suas vidas
comentários(0)comente



Iara Mendes 09/12/2017

Surpresa
Meu primeiro contato com a escrita do Erico, e me apaixonei. História envolvente, real e por vezes triste. E é incrível como ele fez essa história maravilhosa com tanto homi bosta, pelo amor, se juntar todos não dá um. E mesmo assim eu amei o livro, não vejo a hora de ler mais Erico Veríssimo. Super recomendo.
comentários(0)comente



booksdalaus 28/02/2024

Caminhos cruzados
Neste romance, Erico Verissimo narra episódios da vida de duas dezenas de personagens na Porto Alegre da década de 1930 e tece uma crítica incisiva aos desníveis sociais e à hipocrisia moral de nossa sociedade. Com apresentação de Antonio Candido e prefácio de Moacyr Scliar. Leitura obrigatória do vestibular da Unicamp.

Influenciado pela técnica de intrigas entrelaçadas e pela ausência de personagem principal da ficção de Aldous Huxley, Erico Verissimo escreveu Caminhos cruzados, tendo como cenário uma Porto Alegre onde já se confrontavam modernização e miséria, luxo e desencanto.
Sem narrar acontecimentos de vulto, o autor expõe o nervo da fragilidade humana. Sua capacidade de fabulação ainda hoje provoca impacto e lança um apelo à sensibilidade.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



ROBINHO 17/10/2017

Maravilhoso
Através de diferentes personagens que se enlaçam durante a narrativa, o autor faz um retrato de uma sociedade hipócrita, tipico de Érico Veríssimo. Recomendo a obra!
comentários(0)comente



Aurélio 16/12/2023

Caminhos cruzados deve ser o meu livro preferido, porque ele caiu em minhas mãos no momento em que eu mais precisava dele, e digo caiu mesmo, porque eu nem conhecia Érico Veríssimo até ver um livro todo encardido no fundo de uma estante em uma biblioteca escolar. Por meio de suas diversas personagens, algumas caricatas, outras imensamente complexas, Veríssimo enquadra todas as nossas personalidades nesse livro? eu acho que é impossível ler esse livro sem se identificar com alguém (ou alguéns)-. Tudo nesse livro coopera pra te mostrar diversos lados da sociedade brasileira da época, há os ricos, os que se acham ricos, os que enriqueceram do nada, os pobres, os que não tem nada? E, no decorrer da história, vários desses personagens se encontram e desencontram. Eu nem tenho como (e nem palavras) para descrever o quão incrível esse livro é para a formação de caráter, parece que o Veríssimo aponta seus erros e joga seus problemas na sua cara. Esse livro é simplesmente sensacional e atemporal.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



86 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR