Tamara 17/04/2020
Há certo tempo eu vinha adiando a leitura de Tripla espionagem, um dos poucos livros de Kem Follett que eu ainda não havia lido, e confesso que me faltava o interesse necessário, já que se tratava de um livro envolvendo Árabes, Egípcios, americanos, ingleses, bombas e mais diversos temas e pela sinopse eu tinha a impressão de que seria uma história confusa com tantos lados e tantos personagens. Além disso, eu também sentia que era um livro muito formado por protagonistas masculinos, e eu não me sentia animada para me envolver nesse enredo. Mas, com saudade de ler Follett, resolvi me arriscar na leitura, e confesso que não foi um desenvolvimento fácil e por vezes pensei em abandonar a história, mas persisti pois não gosto de abandonar livros, e no fim das contas posso dizer que valeu a pena, apesar de algumas das minhas impressões iniciais estarem certas.
Inicialmente, assim como eu previa, o livro é extremamente confuso pois ele traz tantos nomes, tantos espiões que são agentes duplos e trabalham para tal serviço secreto, tantos grupos que eu demorei para me situar em todos e acredito que acabei o livro ainda sem lembrar bem de alguns personagens menos marcantes. Também, como eu já havia percebido, é um livro com muitos homens, e confesso que comecei a me envolver mais quando apareceu uma mulher que passou a dar um toque mais feminino na trama, o que me animou mais nesse caso em específico pois até então a coisa vinha se concentrando apenas em política, batalha de egos e torturas, o que se tornou meio cansativo. Bom, mas deixando de lado as observações não tão boas, por outro lado esse livro tem uma trama estimulante pois aqui Follett nos apresenta a guerra fria em seu auge, e a batalha de diversos países para saírem uns na frente dos outros com bombas, com armas poderosas e etc. Além disso, podemos ver nos personagens resquícios dos grandes traumas que sofreram na segunda guerra e isso me fez criar uma grande empatia por eles e podemos perceber o quanto aquele episódio mais de vinte anos depois ainda os marcava e acabou sendo algo que jamais se esquece. Ainda, achei muito envolvente o modo como acompanhamos a mudança na vida daqueles personagens no período de vinte anos, e me senti impactada pelo destino que alguns tomaram e eu nem havia imaginado aquilo.
Mas, com toda certeza a cereja do bolo foi Nat, o espião principal que protagoniza o livro. Ele é o estilo de homem justiceiro, extremamente inteligente e destemido, e passa por aventuras que nos deixam com uma imensa tensão com medo de que ele não sobreviva àquilo, além disso, em certo ponto da história Nat passa a se importar muito com alguém que entra em sua vida e isso traz um tom de sentimentalismo interessante que é mesclado a toda a vida de brutalidade que ele viveu até ali, e embora eu tenha estranhado aquele novo rumo que a história tomou com a chegada da nova pessoa na história, depois me acostumei e achei que foi o melhor. Apesar de ter demorado para me envolver, um pouco após os cinquenta por cento a ação se tornou frenética e foi impossível largar aquele livro e o final foi simplesmente arrebatador e trouxe diversas cenas de ação tão intensas que fiquei totalmente impactada. Diante de pontos positivos e negativos ainda assim eu recomendo Tripla espionagem, e digo que com um pouco de paciência conseguimos descobrir a boa história que existe nesse livro e para os fãs do autor pode ser muito agradável a leitura.