Isis Costa 07/03/2024Mais um clássico que gostei"A Volta ao Mundo em 80 Dias", clássico de Júlio Verne, nos leva em uma emocionante jornada junto ao meticuloso Phileas Fogg, um cavalheiro inglês que aposta a fortuna de que consegue dar a volta ao mundo em 80 dias. Acompanhado por seu leal e recém-contratado empregado, o francês Jean Passepartout, e uma modesta mala, Fogg deixa Londres numa corrida contra o tempo que o levará por continentes e culturas, desafiando as limitações da era vitoriana.
A narrativa, rica em detalhes e repleta de reviravoltas, me transportou através de destinos exóticos como Bombaim, Hong Kong e São Francisco, utilizando os mais diversos e, às vezes, improváveis meios de transporte. Enfrentando tempestades, perseguições policiais, e obstáculos naturais e humanos, Fogg e Passepartout exemplificam a determinação e a inventividade humana. Ao seu lado, personagens como o persistente inspetor Fix e a corajosa Sra. Alda, que se juntam à aventura, adicionam camadas de complexidade e humanidade à história.
Phileas Fogg emerge como um personagem profundamente cativante por sua rigidez e precisão, traços que inicialmente definem sua existência quase monástica. No entanto, é a metamorfose emocional de Fogg ao longo da narrativa que capturou verdadeiramente a minha imaginação. Através dos problemas de sua jornada, ele evolui de um homem que valoriza o rigor acima de tudo, para alguém que começa a apreciar e priorizar as sutilezas das relações humanas, a amizade e o amor, mesmo acima de suas próprias convicções e desafios.
Os personagens secundários servem de complemento a essa transformação, cada um revelando, através de momentos sutis, mas impactantes, a riqueza das interações humanas e o potencial para a mudança pessoal. Apesar de não serem explorados com a mesma profundidade que Fogg, sua presença pontual contribui significativamente para o desenvolvimento da trama e do protagonista.
Uma das coisas que gostei, foi a descrição dos exóticos e vibrantes. Verne conseguiu me transportar através de diferentes culturas e paisagens sem nunca se perder em descrições excessivas, mantendo um equilíbrio perfeito que nutre a imaginação sem sobrecarregá-la. Essa habilidade em pintar um quadro vívido do mundo serve como pano de fundo para a extraordinária jornada do protagonista, enriquecendo a aventura com um senso palpável de lugar e tempo.
A história vai além de uma aventura para se tornar uma reflexão sobre a capacidade humana para a mudança e a descoberta. É uma viagem que desafia as convenções, não apenas geograficamente, mas também nos reinos pessoal e emocional. Com sua narrativa habilidosa e sem rodeios, o autor oferece uma obra repleta de emoção, que é simultaneamente uma montanha-russa ao redor do mundo e um convite para explorar as inúmeras possibilidades que a vida oferece, seja em mudanças de mentalidade ou em aventuras.