Quincas Borba

Quincas Borba Machado de Assis
Machado de Assis




Resenhas - Quincas Borba


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18/01/2011

Percorrendo o caminho da loucura
Da ganância à loucura. Será q Rubião tinha em Barbacena, uma vida mais vazia do que no Rio?? Não creio.

Lenta e gradativamente Assis narra o como o pobre e ingênuo Rubião perde a sanidade, e ganha uma bela "crise mental".

Nessa trajetória, Assis não nos poupa de críticas contra a sociedade hipócrita, medíocre, cheia de vaidade, vazia de valores.

Impossível simpatizar com quaisquer personagem. Talvez, um pouco, com D.Fernanda. A única que demonstrou o mínimo de compaixão.

E Quincas Borba, tanto o homem, quanto o pulguento, tinham seu carisma. Sobretudo o pulguento, amigo incondicional, deixado pra escanteio na maior parte do tempo. Tadinho!

Há frases memoráveis no livro. No entanto, deve ser degustado lenta e pacientemente. Rebuscado, inteligente, e em alguns momentos massante.

Machado de Assis, em sua fase realista, é sempre recomendado.
Fogui 18/01/2011minha estante
Nossa!!! Tô chocada, vc terminou!!! Ontem, faltava uma vida pra terminar, o que aconteceu? Deu um upgrade da leitura e acabou? Má, apesar de suas colocações extremamentes interessantes, não há possibilidades, ok? Eu e Machado temos nossos dilemas pra resolver, enquanto isso só algumas obras do dito cujo posso ler, é assim: amor e ódio!!!


Labrador 20/06/2015minha estante
Excelente livro. Recomendadíssimo.


Roberta.Samonte 23/04/2019minha estante
Gostei bastante da sua crítica, também achei o livro massante em alguns pontos. Para mim o pior de todos foi o Palha. Peguei ranço dele.


Manoel Eloi 14/01/2021minha estante
"Ao vencedor, as batatas!".


Marcia 27/01/2021minha estante
Ótimo livro!


Elian4 31/05/2021minha estante
Também fiquei com pena da D. Tonica


Giovanna.Fernandes 13/01/2022minha estante
Pessoal tem como ler pelo aplicativos?


Gis 13/01/2022minha estante
Pobre Cusco!


bibi_nk 26/02/2022minha estante
e põe maçante nisso!


Tadeu Jr. 04/09/2022minha estante
Não creio que "maçante" seja o termo correto. Temos que ter em mente que é um realismo, não podemos esperar acontecimentos catastróficos. O importante são as sutilizas... Na minha opinião, é claro.


Rode.Medeiros 08/04/2024minha estante
Li neste fim de semana. Gostei muito. Os sentimentos e pensamentos das personagens são muito reais. Adoro as citações de Machado de Assis inserindo Shakespeare, trecho bíblicos, autores da época. Também amo o cenário político com alguns bastidores da monarquia. E o cenário carioca então, é ótimo ler sobre o Brasil, sobre o Rio de Janeiro. Sobre algumas palavras que não conhecemos mais, não atrapalharam o envolvimento com a história e com os personagens.


Kelly906 09/07/2024minha estante
Excelente livro!!!!




3.0.3 26/02/2024

Ante a lanterna de Diógenes: a busca pela verdade em um mar de mentiras
“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

Diógenes de Sinope foi um filósofo grego conhecido por empunhar, em plena luz do dia, uma lanterna acesa diante do rosto dos cidadãos atenienses, alegando que estava à procura de algum homem honesto. Vivendo de acordo com os seus princípios e comprometido com a honestidade, Diógenes rejeitou as convenções e defendeu a verdade a todo momento e sob qualquer circunstância. Atualmente, o filósofo grego ainda é lembrado pelo seu compromisso com a verdade e por viver de acordo com suas crenças.

Quincas Borba (1891), de Machado de Assis (1839-1908), narra a história de Rubião, um morador de Barbacena, cidade situada em Minas Gerais. A jornada de Rubião o leva de uma vida de dificuldades como docente ao patamar de amigo e confidente de Joaquim Borba dos Santos, também conhecido como Quincas Borba. O raciocínio por trás do título do livro é bastante complexo, visto que a obra contempla não apenas um, mas dois Quincas Borba: o humano e o cachorro. Curiosamente, é o cachorro quem persiste durante toda a narrativa, já que o humano morre logo no início da trama.

O livro, porém, é dedicado a desenvolver a teoria Humanitas, formulada pelo filósofo Quincas Borba ainda em vida e resumida no lema “Ao vencedor, as batatas!”. Essa teoria se assemelha à defendida por Charles Darwin (1809-1882), que postula que a natureza sempre favorece os mais fortes. Na obra, por exemplo, notamos isso nas batalhas que os indivíduos enfrentam nas cidades grandes, repletas de armadilhas e adversidades.

O narrador machadiano dialoga com o leitor, convidando-o a mergulhar na narrativa que se desenrola na segunda metade do século XIX, período marcado por significativas mudanças sociais. A narrativa começa quando Quincas Borba adoece e acaba morrendo. Em seu testamento, o filósofo lega todo o seu patrimônio a Rubião, com a condição de que o amigo cuide de seu cachorro, que, inclusive, tem o mesmo nome do filósofo. Com a nova riqueza, Rubião abandona a docência e se muda para o Rio de Janeiro. É nesse momento que a trama começa a ganhar seus contornos.

Rubião conhece o casal Palha, formado por Cristiano e Sofia, durante a viagem de trem de Minas para o Rio de Janeiro. O casal se torna o guia de Rubião na cidade, já que o ex-professor desconhecia a movimentada metrópole carioca. Nesse ponto, Cristiano percebe a inocência de Rubião e vê nela uma chance de acumular riqueza. Rubião, por sua vez, apaixona-se por Sofia, fato que acaba originando um triângulo amoroso (que não se concretiza).

Em seguida, Rubião fixa residência em Botafogo e recebe um convite para jantar na residência do casal Palha. Depois do jantar, Sofia convida Rubião para um passeio pelo jardim. Nesse momento, Rubião expressa o seu amor por Sofia, propondo que ambos olhem todas as noites para as estrelas como prova do seu amor. Apesar dos avanços e das declarações, Sofia rejeita Rubião, pois se diz totalmente comprometida com o casamento e respeitosa com o marido. Porém, quando Sofia conversa com Cristiano sobre o encontro, ele a incentiva a continuar amarrando Rubião, explorando sua paixão para ganhos pessoais. Relutante, Sofia sucumbe à persuasão do marido, sentindo-se compelida a submeter-se aos seus desejos de esposa zelosa e obediente. A maneira como Cristiano joga para extrair quantias cada vez maiores de Rubião é objeto de constante crítica. Personagens como esses – que encarnam a mesma crueldade que persiste na sociedade contemporânea – atraem a atenção por manipularem a todo momento a ingenuidade das pessoas. Nesse sentido, a obra também nos apresenta um tema universal centrado na presença de enganadores.

O romance Quincas Borba apresenta uma crítica à conduta humana. À medida que nos aprofundamos na narrativa, acompanhamos o declínio de Rubião devido à má gestão de sua riqueza por parte de Cristiano Palha e aos seus próprios gastos extravagantes, muitas vezes à custa de indivíduos oportunistas. Enquanto a condição financeira de Cristiano melhora, pouco a pouco, Rubião, consumido pelo amor, enlouquece. Ele sustenta um suposto adultério entre Sofia e Carlos Maria, que não acontece. A condição psicológica de Rubião piora ainda mais, fazendo-o ter alucinações; delirante, simula o penteado de Luís Napoleão. O seu estado de miséria o leva a ser internado em uma casa de repouso, mas ele reaparece em Minas Gerais ao lado de seu fiel cão. Apesar de receber o apoio de Angélica, Rubião morre tragicamente. O seu fiel companheiro, Quincas Borba, morre três dias depois. A vida de Rubião, que parecia estar em uma trajetória ascendente com uma casa no Rio de Janeiro, compromissos sociais e convivência com a classe alta, é tragada pelas implacáveis estruturas da cidade e seus habitantes. Quando os indivíduos agem apenas em benefício de seus próprios desejos, revelam a sua natureza animalesca. Em contrapartida, o cão é exemplo de lealdade, devoção, amor e gratidão. Se a sobrevivência cabe ao mais forte, este não foi Rubião.

O Humanitismo serve como uma resposta satírica a vários movimentos filosóficos do século XIX, oferecendo um exame tangível da realidade. Curiosamente, pode ser interpretado como um desdém pela natureza humana imperfeita. A obra reimagina e reconstrói esta realidade, destacando os aspectos mais sombrios da humanidade e expondo o seu egoísmo. Nesse sentido, ela fornece uma representação do comportamento humano, revelando um desejo universal de ganho pessoal, propriedade e controle. Além disso, aqueles que se opõem a estes desejos são frequentemente vistos como alvos de aniquilação.

De natureza intrusiva – conversando por vezes com o leitor –, o narrador machadiano cadencia o desenvolvimento da trama de forma fabulosa, suspendendo a conclusão dos capítulos e nos deixando ansiosos por novas revelações. O leitor mais perspicaz perceberá que a sucessão dos acontecimentos revela a perspectiva de Machado sobre as questões do mundo, ainda que por vezes persista a sensação de que o narrador está apenas contando a história sem fazer julgamentos. Diversos momentos da trama estabelecem paralelos entre as experiências das personagens e os dias atuais, incluindo e trabalhando temas como a exibição ostensiva de riqueza apesar da insolvência financeira, a corrupção, o racismo, o papel das mulheres, a instituição do casamento como pilar do patriarcado, o processo de envelhecimento etc. Assim, com sutileza ou firmeza, a obra aborda diversos assuntos do macrocosmo e microcosmo do Brasil, explorando suas interconexões. Nota-se que a escolha por esse tipo de narrador, portanto, é adequada, pois fornece um retrato abrangente da nossa sociedade.

Tudo o que vive busca a eternidade. Satirizando a noção de um mundo ideal e investigando a ideia de que o universo é uma vontade irracional e incompreensível que impulsiona a vida, percebe-se como a filosofia de Arthur Schopenhauer (1788-1860) está presente na obra. A manifestação da vontade não é racional, mas impulsiva, cujo objetivo é garantir a continuação da espécie em um mundo onde suas estruturas são apenas representações. Neste quadro, existem dois aspectos que não podem ser separados: o objeto – que existe dentro dos limites do tempo e do espaço – e o sujeito – que se forma através da consciência do mundo. Contudo, tendo em vista que a vontade nunca pode ser plenamente satisfeita, o mundo torna-se sofrimento, e o prazer acontece quando a dor cessa, mas isso é sempre temporário. Para Schopenhauer, os indivíduos autoconscientes percebem que são moldados e definidos pela sua própria vontade, que por sua vez é influenciada pela arquitetura de suas paixões e interesses. Abraçar os próprios desejos é inerente ao ser humano, mas Schopenhauer sugere que rejeitar a vontade seria um gesto de santidade, pois vai contra as nossas inclinações naturais. Sua filosofia investiga a oscilação entre a dor e o tédio que todos experimentamos. Sob a superfície da obra, percebe-se o descontentamento com a sociedade e seu pessimismo.

Sem dúvida, Machado de Assis é um escritor que merece múltiplas leituras. Embora a conclusão de Quincas Borba seja profundamente triste, sem qualquer vislumbre de esperança, o autor tem o poder de nos encantar, e isso não se deve apenas à natureza duradoura de suas histórias, mas também ao fato de ele nos ligar a acontecimentos que parecem totalmente afastados de nossas vidas, criticando, de forma contundente e irônica, as ideologias otimistas predominantes em sua época. Assim como na era de Diógenes, a sociedade também busca, em meio a um mar de corrupção e de enganadores, alguém que incorpore a integridade moral. Porém, após a leitura, parece-nos evidente que uma única lanterna não será suficiente para descobrir indivíduos honestos no meio dessa escuridão que encobre a ética e a moralidade.

“Quando Rubião voltava do delírio, toda aquela fantasmagoria palavrosa tornava-se, por instantes, uma tristeza calada. A consciência, onde ficavam rastos do estado anterior, forcejava por despegá-los de si. Era como a ascensão dolorosa que um homem fizesse do abismo, trepando pelas paredes, arrancando a pele, deixando as unhas, para chegar acima, para não tombar outra vez e perder-se.”
Ariane Lanser 26/02/2024minha estante
Muito boa a sua resenha! Eu sei, é complicado escrever resenhas tão longas... Parabéns!


Amanda S 27/06/2024minha estante
Excelente resenha!

Não apenas me fez refletir bastante sobre o livro que estou lendo, como também me ensinou muito sobre filosofia!

Porém, como bióloga, preciso ressaltar: o Darwinismo não é sobre a "sobrevivência do mais forte", e sim sobre a do "mais adaptado ao meio". Tanto na Biologia, quanto, acredito eu, na Filosofia, pode existir um abismo imenso entre o "mais forte" e o "mais adaptado"... Fica a reflexão! ?


biancaaguiarrl 26/09/2024minha estante
Resenha excelente!




Andre.Trovello 06/06/2024

Ganhei na Mega Sena e olha no que deu...
2 anos... 730 dias... 2 invernos... 6 verões (porque o aquecimento global não ta respeitando)... 3 álbuns da Taylor Swift (não darei opiniões)... ZERO álbuns do Kendrick Lamar (mas uma treta HISTÓRICA com o Drake, então não reclamarei)... 1 copa (que a Argentina ganhou, vamo ignorar)... 2 restaurantes japoneses (caros) abertos no meu bairro..... 4 lojas de RS1,99....... 2 postos de gasolina........ 1 UPA......... tudo isso aconteceu............................................................

e eu AINDA não me formei.


Pois é rapaziada, não ta fácil.
Mas isso aqui não é um atestado de incompetência acadêmica, ok??? Isso é sobre resenhas e sobre um hiato opinístico gigantesco.
Sim, eu sumi. Não, nada absurdo aconteceu. Sim, vou falar sobre livros de novo.

Então vamo lá.

Nessa semana, vamos falar de "Spin-offs".
Quando aquele personagem secundário da sua série/filme favorito esquece que a plot não é sobre ele, exala carisma por 5 minutos, gera empatia, amor e afeto... depois some e volta pro anonimato pelo resto do enredo.
"É só isso???" "Ela não vai voltar???" "Eles não vão mostrar a origem dela???" "A asiática que canta na rua no Homem Aranha 2 não vai ter sua históra contada?????"

Então você reclama, chora, esperneia... E CONSEGUE UMA SEQUÊNCIA.
Às vezes ela é tão boa quanto a obra original, tipo "Better Call Saul"; às vezes ela é só boa , tipo "Procurando Dory" e "Os Incríveis 2"; e às vezes você nem sabe que ela existiu, tipo "Joey", do Friends (eu não to inventando, pode olhar no google).
Mas, independente do resultado final, você conseguiu o que queria e pode finalmente ter a sensação de conclusão que tanto esperou desde a infância.

Esse livro é um desses casos. Em 1881, Machado de Assis publicou uma historinha chamada "Memórias Póstumas de Brás Cubas", dando um display dos personagens mais sórdidos, moralmente questionáveis e deploráveis que já existiram. Os leitores leram, releram, alguns fingiram que leram, e decidiram, em unanimidade, que pensar era sexy e que os filósofos mentalmente instáveis mereciam seu tão adiado reconhecimento. Eles então foram no X (naquela época ainda era Twitter), Machado viu e, em 1891, revelou ao mundo as 500 páginas (minha edição tem esse número, então vou assumir erroneamente que todas tem) de "Quincas Borba" e seu querido Humanitismo.

Antes de tudo, vamo esclarecer um negócio: 500 páginas é MUITA coisa. Especialmente quando você entende que esse livro foi primeiramente desenvolvido como um folhetim, ou seja, os capítulos dele eram periodicamente publicados em revistas ou jornais. Agora você pega isso, junta com a expectativa de vida daquela época de 3.5 dias úteis, soma, divide por dois, extrai a raiz quadrada, e chega à conclusão que um número considerável de gente não chegou nem sequer a ver como essa história terminava. Agora, os que não viraram camiseta de saudade, tiveram o prazer de acompanhar o maior esculacho à elite carioca já colocado em papel.

O livro conta a história de Rubião. Não, não é sobre o Quincas Borba, pelo menos não o que você ta pensando. Na história, ele só serve pra aparecer, cuspir toda aquela papagaiada lá de "Ao vencedor, as batatas!", depois falar "Por favor, cuida do meu totó" e morrer do jeito mais insalubre possível. Então, a herança do homem cai inteira no colo do nosso herói Rubinho, que, depois de amargar o salário de professor de escola pública por anos, finalmente tem a chance de forrar o bolso... se tomar conta do cãozinho do finado Quincas Borba, chamado, pasmem, QUINCAS BORBA (que é um nome muito melhor pra cachorro, diga-se de passagem).
Recebida a notícia, Rubião precisa agora vencer o peso na consciência de sugar do sucesso do seu melhor amigo, que ele literalmente supera na página 2, e se mudar para a capital Rio de Janeiro, onde terá que amargar os horrores e injustiças da difícil vida de burguês. Ele pega um trem pra nossa cidade maravilhosa e conhece o ca$al de afortunado$ Sofia e Cristiano Palha, formando assim uma linda e despretensiosa amizade.

Pronto, esse é o enredo. Tudo que vem depois são críticas e filosofia disfarçadas de jantares de rico e infidelidade. Porque só tem uma coisa que Machado gosta mais que falar da elite carioca: falar sobre traição na elite carioca.
Dessa vez, ele aposta novamente na fórmula do triângulo isósceles do amor, onde os dois personagens masculinos têm mais chance de terminarem juntos do que qualquer um deles tem de terminar com a garota; criando uma trama centrada em amor e aceitação social na qual Rubião precisa lutar mais por sua sanidade do que qualquer outra coisa.

É genial! Mas diferente das suas outras obras primas.
Primeiro porque os capítulos não têm mais título, te deixando órfão de coisas como "Olhos de Ressaca" e refém dos "CXXVIII" e outras baboseiras que se é possivel fazer com os algarismos romanos.
Segundo, porque esse livro é uma mistura.
Alguns diriam que ele é fruto da maturidade literária de Machado, mas acho difícil chamar de imatura a pessoa que criou a Capitu. Ele sempre foi à frente do tempo, esse livro é só um estilo diferente. É como se a cada duas páginas irônicas de Memórias Póstumas, você juntasse a seriedade e a descrição emocional/psicológica de Dom Casmurro.
O resultado é uma mensagem poderosa sobre as relações sociais com críticas muito sutis, porém extremamente poderosas e assertivas. Em outras palavras, é o "Esqueceram de mim 3" da literatura: genial e subvalorizado.

Leiam!

É isso queridos, sabe-se lá quando vou voltar a escrever aqui de novo, porém prometo, quando reaparecer, fazer unboxing do meu diploma aqui.

Abração.
Paz ??
Amanda S 10/06/2024minha estante
A sua resenha é Literatura! Kkkkk


Amanda S 10/06/2024minha estante
Amei o "triângulo isósceles do amor"!


Andre.Trovello 12/06/2024minha estante
@AmandaS muito obrigadooooo kkkkkkkkk ????


Brenda.Podanosqui 22/06/2024minha estante
Textão maravilhoso????


Thaí 21/07/2024minha estante
Suas resenhas são ótimas!!!
Aceita pedidos?
Adoraria uma do "Conde de Monte Cristo"


J.V 21/07/2024minha estante
Como tece bem as palavras




Marlonbsan 06/07/2021

Quincas Borba
Quando Rubião herda uma herança, logo parte para o Rio de Janeiro. Durante a viagem de trem, conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, que percebem que o companheiro se trata de um novo-rico. Mantendo a amizade, já no Rio de Janeiro, Rubião passa a frequentar a casa do casal.

O livro é narrado em terceira pessoa, tem capítulos bem curtos e uma linguagem mais complexa por conta dos floreios e características narrativas da época em que foi escrito.

O início do livro foi bem interessante e estava fluindo muito bem, existe uma certa peculiaridade dos personagens e com um toque de ironia. Machado conversa com o leitor, falando sobre os capítulos do livro e suas características, isso tenta aproximar, mas ao mesmo tempo quebra a progressão narrativa.

Depois de um determinado momento, a leitura não conseguiu me prender, questões mais mundanas da sociedade, questionamento sobre casamento, introdução de personagens que não cativaram a leitura. Falar sobre o período e características sociais da época é interessante pelas informações, mas é algo que não me aproxima muito da história, já que trata de um contexto distante.

Outra característica que aparece bastante é agir por impulso e achismo, já que Rubião tem uma tendência por interpretar sinais e tirar suas próprias conclusão, certo que existem algumas explicações, mas que remete bastante ao período literário em que se está contido, mas que chegou a me incomodar.

Existe bastante ironia nos fatos narrados e é algo que gostei da narrativa, mas os questionamentos e o que acontece em si, não foi tão cativante.

Conteúdo literário no meu IG @marlonbsan
Nimrod Serrano 06/07/2021minha estante
Só li um livro do Machado, mas acho que a fórmula se repete na maioria dos livros dele... Uma história Ok, meio monótona, com um alglomerado de questionamentos, frases elegantes que levam o povo à histeria, etc etc.


Marlonbsan 09/07/2021minha estante
Sim sim, a fórmula é a mesma e tem certas semelhanças entre os livros haha no fim acaba sendo uma leitura mais parada mesmo




Nandinh4 17/01/2024

Que obra!
Difícil para digerir, essencial.
Me identifiquei com a parte comum, feliz, cães e com a filosofia cínica.
A aparência é criticada, com a ironia e acidez de Machado.
A sanidade é discutida, num mundo em que os sãos se perdem, buscando se assemelhar aos outros e acabam perdendo a própria identidade.

- ?ao vencedor as batatas?
Isabella1982 17/01/2024minha estante
"Ao vencedor, as batatas!"
Amoooooo a escrita desse homem. Realmente era um bruxo, mas um bruxo das letras. A forma como ele sempre criticou os costumes e as relações sociais, com muita ironia e uma escrita deliciosa me encantam!


Nandinh4 17/01/2024minha estante
Esse livro e esse personagem são únicos!




William LGZ 13/06/2022

Não consegui me conectar
Infelizmente foi outro livro de Machado de Assis que não me dei bem, e olha que Dom Casmurro é um dos meus favoritos de todos os tempos. Fiquei até empolgado com o início mas a narrativa se moveu por uma rota que me perdeu completamente...

Ao ler outras resenhas e artigos sobre a obra após concluí-la, percebi que me faltou paciência e visão para compreender sua história como deveria. Por isso me contive em dar 3 estrelas e não uma nota que realmente correspondesse com minha péssima experiência.

Como Brás Cubas, é outra leitura que devo dar outra chance futuramente, entretanto diferente da outra acho que esta daqui não é recomendável à todos. Aconselho-a apenas se for um fã do gênero ou do autor.
Wellington.Louveira 14/06/2022minha estante
Quando li Memórias Póstumas de Brás Cubas pela primeira vez eu me senti como você. Depois de alguns anos eu o reli e achei bem melhor. Passado outros anos em, em nova releitura, achei o livro incrível. E adivinha? Estou eu uns dez anos depois com ele no Kindle. Faça o que pensou, releia daqui algum tempo e sua visão poderá ser outra. Abraço


William LGZ 14/06/2022minha estante
Valeu mano, farei isso mesmo ??


Bia Guimares 18/06/2022minha estante
Aaah quando puder dá outra chance pra esse livro! Eu tinha trauma de ler Machado de Assis na época da escola, mas durante a pandemia acompanhei leitura coletiva no YouTube desse livro e também de Dom Casmurro, simplesmente amei os dois!!




Ju_allencar 21/02/2024

O livro deveria se chamar: Rubião- o ingênuo emocionado.
Machado de Assis foi muito perspicaz em abordar assuntos da nossa sociedade. Acompanhar a vida do Rubião e ver que nesse mundo você é o que você tem, foi muito interessante. Confesso que tem umas partes do livro que foram mais chatinhas de ler. Mas no todo foi uma ótima leitura.
Vitoria 26/03/2024minha estante
Concordo plenamente com o título da resenha ?


Ju_allencar 26/03/2024minha estante
???




Janaina Edwiges 25/09/2022

"Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas!"
Machado de Assis é um observador perspicaz das relações sociais, o que torna sua escrita universal! A história do protagonista Rubião é a comprovação prática da doutrina filosófica do Humanitismo, criada por Quincas Borba, que traz a ideia da sobrevivência do mais forte. Para que uma força possa se sobressair e sobreviver, outra precisa declinar.

Esta história nos permite refletir particularmente sobre um tema bem atemporal: a concretização de relações interpessoais não genuínas, baseadas em interesses. Em diversas situações, as pessoas se aproximam de outras apenas com o intuito de obter vantagens. O outro é considerado útil até o momento em que pode oferecer algo, se não há mais nada, pode ser preterido, ignorado, posto de lado.

Sim, o ser humano pode ser cruel!
Denise Ximenes 25/09/2022minha estante
Adorei... é exatamente isso, Janaína.


Janaina Edwiges 25/09/2022minha estante
Obrigada, Denise! Este livro é muito bem escrito. Também gostei bastante da história.




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Amanda 12/01/2021

?Ao vencedor as batatas!!?
Alguns são vencidos, outros vencedores. É incrível como o Machado é atemporal! É um meus livros prediletos do Machado, sem dúvidas! É fascinante como o Machado faz ironicamente faz uma sátira das correntes filosóficas que estava em alta no século XVIX. Aqui o humanitismo é mais desenvolvido que em Memórias póstumas de Brás Cuba, através do personagem emblemático Quincas Borba, porém ele não é o personagem principal, mas, sim, Rubião. Durante a leitura podemos apreciar o famoso pessimismo machadiano, que nos mostra a relativização dos valores, o culto às aparências da sociedade, a crueldade do ser humano. Bem, recomendadíssimo!!!!
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bookbymadu 10/04/2021

ate que é legal
tive que ler pra escola e achei que seria pior, tive dificuldade de entender 100% da história por conta da linguagem mas eu gostei ate
Esther 10/04/2021minha estante
Esse livro fica bem melhor quando relido :))


bookbymadu 11/04/2021minha estante
acho que vou reler daqui alguns anos :)




Diogo Ramos 06/07/2024

Alguns preferem Dom Casmuro outros Memórias Póstumas de Brás Cubas eu.. eu prefiro... eu prefiro Quincas Borba.
Vanessa.Castilhos 07/07/2024minha estante
?




Lia 25/11/2021

Li para a prova da FUVEST e me surpreendi. A escrita de Machado é um pouco densa e demorada, mas vale a pena. Surpreendente!
Daniel.Malaquias 25/11/2021minha estante
Falta ler esse, livro da chamada trilogia urbana de Machado de Assis.




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Lizandra 28/05/2021

Pobre só se lasca mesmo
O livro investe em detalhar a rotina da aristocracia da corte brasileira da época e como esses valores e jogo de relações vão transformando as pessoas aos poucos.
Dada a linguagem da época e a riqueza de detalhes, a leitura pode exigir um pouco de paciência. Mas, não é grande surpresa que ao final vale a pena confiar em Machado.
Mostrando que traição, interesses, oportunismo, fofoca e cinismo são dna brasileiro desde sempre...

Obs.: Lembrando que tratar cachorros e bichinhos em geral com crueldade é passível de destinos horríveis. Pf adotem com carinho!!!
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