Resenhas - Os Sofrimentos do Jovem Werther

Dear_poirot 07/05/2022

É o Goethe, é o Goethe é o Goethe (gaiola das cabeçudas)

Livro: Os sofrimentos do jovem Werther
Autor: J. W. Goethe
Nota: 5 de 5 (daria 5,5 mas está fora da escala de nota)
Leitura: 14 de 51 em 2022
ATENÇÃO: CONTÉM SPOILER E POSSÍVEIS GATILHOS

História:

Werther se muda para uma cidade pequena para cuidar de negócios da família, lá conhece a bela Carlota, que já estava prometida em casamento para Alberto. No livro vemos a admiração de Werther por Carlota crescer, tornando-se uma paixão doentia levando ao trágico fim.

Parece boba a história né? Mas, vale lembrar que foi escrita em 1774 e é importantíssima pois, foi a base do Romantismo europeu. Servindo de inspiração no Brasil para Álvares de Azevedo (percebam o tanto de citação direta a Goethe em Lira dos vinte anos). Ou seja, além de ser a obra que iniciou uma nova escola literária, ainda serviu de inspiração para um dos maiores escritores brasileiros.

O livro é dividido em 3 parte e contado de forma epistolar, mas chega a confundir com poesia de tão belamente escrito. Na primeira parte temos uma escrita leve, bucólica, durante a leitura chegamos a sentir uma brisa suave, o cheiro da grama e ouvimos os pássaros cantando. A segunda parte que ocorre após o retorno do marido de Carlota, temos todo o sofrimento de Werther com o amor impossível e sua tentativa de se isolar em outra cidade para evitar esse sentimento. Na última parte temos Werther voltando a se encontrar com Carlota e Alberto e flertando com o suicídio.

Durante a leitura imaginei o álbum V do Legião Urbana como uma trilha sonora perfeita para o livro sendo “Sereníssima” a música tema da primeira parte (“Sou um animal sentimental me apego facilmente a quem desperta meu desejo...”). “Metal contra as nuvens” com seu início calmo e ficando mais pesada serviria muito bem para a segunda parte (“...Perdi a minha sela e a minha espada, perdi o meu castelo e minha princesa...”). A terceira parte depressiva e trágica com Werther buscando a paz no suicídio encaixa perfeitamente em “Vento no litoral” (“...Eu deixo a onda me acertar e o vento vai levando tudo embora...”).

Um detalhe deste livro, ele foi baseado em duas histórias que ocorreram, as primeiras e segundas partes são descrições romantizadas de Goethe (Werther) com Charlotte (Carlota) e seu marido (Alberto) e a última parte é a história de Jerusalém (Werther) um homem que se matou pois estava apaixonado por uma mulher compromissada. Inclusive todos os detalhes do suicídio de Jerusalém vieram de uma carta escrita pelo marido de Charlotte para Goethe informando por que e como Jerusalém havia se matado. Na edição da LP&M tem como anexo diários e cartas de Goethe, Charlotte e do marido mostrando isso. É incrível!

Outra coisa absurda sobre este livro, quando publicado, o romance tornou-se viral entre os jovens da época. Não era difícil encontrar pelas ruas homens vestidos tal qual Werther, mas, o que aparentemente era considerado apenas uma inocente admiração tornou-se caso de polícia quando foi constatado um crescente e considerável aumento das taxas de suicídios por toda Europa. Esses casos foram atribuídos à possível influência negativa do romance de Goethe nos jovens amantes do século XVIII (visto que os corpos eram encontrados com um exemplar do livro em seus bolsos), o que contribuiu para que sua obra prima fosse proibida em diversos países. Essa onda de suicídios recebeu o nome de Efeito-Werther.


Fontes:
https://garimpoliterario.wordpress.com/2016/09/04/resenha-os-sofrimentos-do-jovem-werther-goethe/
https://garimpoliterario.wordpress.com/2016/05/01/artigo-as-vitimas-de-goethe-e-a-onda-de-suicidios-na-europa-do-seculo-xviii/


Escritor:

Johann Wolfgang von Goethe foi um escritor alemão nascido em 1749 conhecido por publicar aos 25 anos “Os sofrimentos do jovem Werther” obra basilar para o Romantismo europeu, escreveu também “O Fausto” durante toda a sua vida e publicada após sua morte, é considerada sua obra prima.


site: https://garimpoliterario.wordpress.com/2016/09/04/resenha-os-sofrimentos-do-jovem-werther-goethe/

José Augusto 05/05/2022

Dor
As cartas do jovem Wherter, me fizeram viajar por um misto de sentimentos, que muitas vezes nos conduzem a momento de instabilidade, no qual percebemos o quanto nos entregamos, sem entender as consequências, ao sentimentos cegos.
Ótimo ????

livrosmortificados 04/05/2022

quando chegamos em um ponto de sentir tanto mas tanto que nao aguentamos, precisamos procurar algo para se distrair daquilo, o werther até tenta mas tem situações que nem se distrair a gente consegue, passamos a viver aquilo cada segundo do nosso dia, aquilo nos prende, nos tornamos escravos, sentir é a coisa mais humana e assustadora

Gusma 04/05/2022

Inesperado
Esperava algo sombrio e recebi o último romântico. Na verdade, com uma linha tênue entre a obsessão, mas enfim...

Me conectei pouco com as angústias do Werther, acabei compreendendo mais o lado da Charlotte, e realmente não dá nem pra torcer por eles. Na verdade, eu me senti mais como o Willhelm, lendo as cartas de um amigo. Foi uma boa experiência. Antofagica sempre com edições perfeitas ?? posfácios muito bons e ilustrações lindas.


"Supere esse apego triste por uma criatura que nada pode fazer além de ter compaixão de você."

Analu 01/05/2022

Um ato desesperado de amor pelo outro e pouco por si
Marco do começo de uma escola literária profunda, intensa e idealizada que é o romantismo.
É um livro sobre um jovem que se delicia com sua vida nova até conhecer Lotte, um amor platônico, inalcançável e sofrido. A mulher prometida a outro homem, cheia de responsabilidades familiares com seus irmãos, motivada pela perda da mãe.
Em alguns momentos a descrição exacerbada e algumas reflexões muito distantes e sobre, arrisco dizer - tudo -, coloca o leitor em leito de crise existencial e cansaço extremo.
A narrativa não é ao todo envolvente em todos os momentos, questões relacionadas à vida de Wherther e a corte me cansaram demais de tal forma que simplesmente pulava parágrafos e parágrafos sobre, passando apenas o olho.
É um clássico de fato muito duro, muito detalhista, apelativo para às forças da natureza e a demasiada apreciação do meio. Não fornece, na minha opinião pessoal, um livro que te instiga e excita sua leitura mas te motiva, em questão de curiosidade pessoal a saber como e quando o jovem decidiu tirar a própria vida.
Li e segui interessada na leitura apenas pelo interesse na questão mórbida e dramática. Lamentei pelo Werther e apesar de entender as motivações de Lotte em não correspondê-lo apesar de gostar reciprocamente dele também, não a senti coerente em não tentar impedir sendo que em seu mais íntimo ser previa o que aconteceria.

Marih28 30/04/2022

Um clássico riquíssimo
Ameii o livro, li para uma discussão no meu grupo de estudos sobre suicídio e foi realmente enriquecedor.

Arthur 30/04/2022

Um livro bom mais de leitura dificil
Eu gostei da história de Von goth e li esse livro totalmente voltado para os meus estudos de iniciação ao romantismo no ensino médio gostei do livro e pesquisei mais sobre e algumas frases dele mi inspiraram muito mais não recomendo para pessoas que não tem um hàbito de leitura pois esse livro é escrito em forma de cartas e de leitura complexa.

Fagundes 28/04/2022

História tocante
O decorrer da narrativa mostra como o amor, a paixão, pode ser destrutiva das mais diferentes formas.
Uma bela história sobre amor, culpa e sentimentos

Pâmela 26/04/2022

Os Sofrimentos do Jovem Werther. - Johann Wolfgang von Goethe.
Goethe vivia em Wetzlar na época em que escreveu o romance. O livro é contado em formas de cartas, assim sendo, é um romance epistolar. Começa no dia 4 de maio, de 1771. Tem profunda ligação com a natureza, e com os pequenos seres que a habitam. Isso é uma característica do movimento “Sturm Und Drang” (Tempestade E Ímpeto). As cartas são escritas para o amigo Guilherme e para Carlota, por quem Werther está apaixonado. Ele encontra muito paz junto a natureza lendo seu Homero. Werther comenta sobre o amor de um jovem que ele conheceu, o amor deste por uma mulher mais velha, e como o jovem a vê de maneira perfeita, apesar desta não possuir mais os atrativos da juventude. É amor!
Numa festa, numa dança, Werther conhece a prima de Carlota, depois eles vão à casa de Carlota, mas a prima dela o alerta para ele não se apaixonar, pois Carlota já estava comprometida. Contudo, ele acha Carlota uma graça. Eles vão a uma festa, e Carlota dançou belamente. Como Goethe escreveu: “Punha na dança todo seu coração, toda sua alma”. Entre danças, o nome de Alberto é mencionado. Carlota diz que Alberto é o homem com o qual ela está comprometida. E apesar de Werther já saber dessa história, ele não quer verdadeiramente acreditar. Ele, às vezes, recorre às palavras de Jesus Cristo. Quando em alguma reunião, falam de Carta a Werther e perguntam se ele a agrada, ele se derrete. Não consegue evitar. Também acha um bom gesto de seu amigo Alberto não beijar Carlota na frente dele, de Werther, para não atiçar ciúmes. Mas Alberto deve deixar de fazer isso apenas por timidez.
Dia 28 de Agosto é celebrado o aniversário de Werther, ele ganha de Alberto um laço vermelho pálido que Carlota usava, e uma edição de bolso de Homero, que ele muito queria, para não precisar andar por aí com a versão grande e pesada. No dia 30 de Agosto, ele acha que a situação de amor dele é tão ruim que não nenhum fim par ela, exceto à morte. Alberto não contou a Werther sobre a data do casamento dele, pois Werther estava determinado a arrancar o retrato dela da parede dele, mas depois que a reunião ocorreu sem ele saber, Werther decidiu manter o retrato lá.
Werther pede demissão da Corte. E como gratificação recebe 25 Ducados. Ele parte para a terra dele no dia 5 de Maio. Ao voltar para casa, lembra-se com gozo como se divertia quando criança naquelas “Cadeia de Montanhas” como imaginava mil coisas naquele lugar. Ele compara as diferenças daquele lugar nos tempos de criança, para o tempo atual, isto é, 1771. Parece a Werther que ele poderia amar Carlota mais “elevadamente” que Alberto, ou de que qualquer outro. É claro, um amor platônico.
No dia 12 de Setembro, ele encontra Alberto & Carlota. Ficou muito feliz por dividir a atenção de um canário com ela. Ficou feliz pelo canário ter bicado tanto ele quanto ela. Por dividirem algo em comum. Uma amiga de Carlota a visita, uma amiga que possui olhos encovados, Werther nota que ela está doente. Werther se consome pela tristeza do amor não correspondido. Werther conheceu um rapaz chamado Henrique cuja felicidade estava em lembrar-se do tempo em que estava internado num Hospício. Werther achava que aquelas lembranças eram como um peixe na água. Ele revê Carlota, agora já casada e com a aliança, e não conseguiu controlar-se, começa a chorar.
Num ponto do livro, há uma nota do Editor ao Leitor, onde tenta-se juntar cronologicamente os Bilhetes & Cartas de Werther. Por 8 dias ele sofreu. Não acha nenhuma graça na vida. Tomou a resolução de se matar. E dará cabo disso. Para Carlota, Werther era apenas um “Infeliz Amigo”. Werther decide nunca mais vê-la, e esta rebate, pedindo que ele mude de ideia, que tire da cabeça alguém que só pode ser amiga dele. Werther escreve uma carta para Carlota que ele só lerá após a morte dele. Onde ele repete o dito: Que está resoluto em se matar. Ocorre uma grande digressão nas notas do Editor.
Em um dos últimos episódios, Werther beija Carlota, e essa o afasta. Ele pegou as pistolas emprestadas com Alberto, marido de Carlota. E quando o empregado dele as entregou a ele, ao saber que as pistolas haviam sido tocadas por Carlota, ele “As beijou mil vezes”. Para ele, era como receber a morte da própria Carlota.
De noite, um vizinho ouviu um tiro, e na manhã seguinte o criado de Werther traz a notícia de que o patrão se suicidou. Carlota desmaia. A cidade para. Havia um exemplar de Emilia Galotti perto da escrivaninha. O Fim.

site: https://dointimeresenhasliterarias.blogspot.com/2022/04/75-os-sofrimentos-do-jovem-werther.html

Sofia 25/04/2022

Uma coisa é certa: não há nada neste mundo que se faça mais necessário ao ser humano do que o amor.
Nesta obra tão marcante da literatura alemã, vamos conhecer o jovem Werther. Um homem que acaba de se mudar para uma vila no interior e está muito encantado com a sua nova rotina e o seu novo ambiente de morada. Em forma de cartas, ele vai contando para o seu amigo mais sobre o seu dia a dia e a sua descoberta de paixão ao encontrar Lotte.

Lotte é uma mulher que já está noiva de Albert, acabou de perder a mãe e agora é responsável por cuidar de todos os seus irmãos mais novos. Werther se vê logo encantado pela moça e entregue a uma paixão avassaladora. Apesar de um carinho e um amor fraterno muito grande, Lotte não corresponde ao amor de Werther e se casa com Albert, dedicando todo seu cuidado e atenção.

Werther, que logo fica amigo de Albert, se vê então desolado por essa paixão não correspondida e o que eram dias lindos e felizes no interior, logo passa a ser uma paisagem bucólica e melancólica, refletindo os sentimentos do nosso narrador. E essa tristeza sem fim vai levar Werther a decidir tirar a sua vida.

Uma obra polêmica desde o seu lançamento, aqui nos deparamos com a beleza e a maestria da escrita de Goethe. A obra que inaugurou o romantismo na Europa é um retrato claro desse movimento. Um amor sofrido, não correspondido e muito doloroso que acaba em uma tragédia. Uma verdadeira obra prima. Amei conhecer Goethe e não vejo a hora de ler mais obras do autor.

João 23/04/2022

Os sofrimentos do jovem Werther.
Bom, gostei bastante da leitura, e de quebra me identifiquei á beça com o personagem central. Um livro que a gente consegue adentrar muito no psicológico do personagem por meio das cartas, e ficando visível o sofrimento dele, de como ele descreve os seus sentimentos, sua obsessão, os anseios, podemos ver ele se degradando.

Um livro que não tem uma leitura difícil, tendo uma temática interessantíssima, e que vale a pena ser lido, recomendo a todos ( excerto, para as pessoas que estão apaixonadas e tendo um amor impossível de se concretizar ?? se não, vai se identificar e consequentemente irá sofrer junto com o nosso amigo melancólico, Werther.)

Carles 23/04/2022

Sentimentalmente poderoso, narrativa agradável e bastante fluída (muito se deve a maneira como o livro é escrito, em formato de cartas escritas por Werther). Perigoso pelo seu peso emocional mas com certeza vale a leitura.

Camila 21/04/2022

Extremamente tocante e melancólico.

Werther era sensível, emotivo, depressivo, amou demais e não foi amado.

Que livro triste.

Monique 17/04/2022

"E a ti, homem bom, que sentes as mesmas angustias do desventurado Werther, possas tu encontrar alguma consolação em seus sofrimentos! Que este pequeno livro te seja um amigo, se a sorte ou a tua própria culpa não permitem que encontres outro mais à mão!"

morozovastag 15/04/2022

?Mein werter herr Werther? e o antigo moderno
Quando comecei a leitura, já tinha altíssimas expectativas, que tenho que admitir: foram superadas com sucesso. ?Os Sofrimentos do Jovem Werther?, de Goethe, é um retrato imperecível da experiência do suicídio. Ainda que seja uma narrativa de certa romantização (obviamente, por ter sido um marco no Romantismo alemão), os ímpetos infelizes de Werther são mais fiéis à realidade do que se pode concluir de primeira.
Diferente do pensamento que muitos têm acerca da obra, o personagem não simplesmente se suicidou pela falta de reciprocidade de Charlotte, mas por um conjunto muito intimista de acontecimentos infelizes.
O suicídio ainda é amplamente retratado enquanto um fenômeno de origem única e simples, entretanto, este livro simplesmente nos prova o contrário; a experiência de Werther, seu olhar sobre a vida e a morte, suas angústias e vontades são completamente individuais, e ainda assim, conseguem dialogar perfeitamente com experiências também íntimas de múltiplos indivíduos através dos séculos.
A obra, em suma, é um marco no começo dos debates sobre doenças mentais, sobre a auto percepção humana, a experiência de vida, o existir humano e obviamente, o próprio suicídio.
É uma leitura reconfortante para uns, assustadora para outros, e um clássico imune ao intemperismo do tempo em toda sua atualidade aparentemente tão antiga em nossa sociedade.
5/5.