Os sofrimentos do jovem Werther

Os sofrimentos do jovem Werther Goethe




Resenhas - Os Sofrimentos do Jovem Werther


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Yago 04/04/2010

Os sofrimentos do jovem Werther.
Um ano e sete meses. Esse é o tempo da vida de Werther que acompanhamos através de suas cartas destinadas a seu cara amigo Wilheim. Carregadas de alegrias, remorsos, confusões e divagações que só um espírito apaixonado pode fazer, elas se constituem o apaixonado relato do amor proibido entre Werther pela bela e comprometida Lotte.
.
Acompanhamos, no livro, toda a mudança sofrida no protagonista ao conhecer sua amada. A obra começa com uma carta bastante animadora do jovem, contando a felicidade que os ares campestres lhe causaram. Mas sua paixão é tão forte que o faz se mudar, e forte o suficiente para lhe fazer voltar, ainda que seu amor se mostre cada vez mais impossível.
E assim vemos a história de um animado jovem idealista que se transforma num ressentido homem com um desesperado e tocante final.
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Todos que já se apaixonaram deveriam lê-lo; ainda que a história não seja a mesma, e o final muito menos, quem já não foi o jovem Werther por alguns momentos?
Mary Elizabeth 06/10/2011minha estante
Muito bom.


Claudair Jaines 13/04/2013minha estante
Muito bem. Eu mesmo, já fui assim como Werther. Muito complicado :~


Erika 03/10/2014minha estante
Gostei muito da resenha... Eu sofri junto com o Werther.


Danilo 31/05/2015minha estante
Nossa época não tem parâmetros nem referências para analisar o sofrimento de Werther. Em época do "amor sensual", o amor deste pobre jovem reverbera muita estranheza.


Nando 17/09/2015minha estante
É o melhor livro que li.


Christina.Lima 25/07/2016minha estante
Para os romanticos. Não sou muito do q ler sobre amor, mas achei interessante. Muito drama pra mim.


Bruna 26/07/2019minha estante
Esse livro é sem sombra de dúvida o meu favorito!!
A primeira vez que o li tinha uns 12/13 anos, e desde então sou apaixonada


Caio 03/02/2021minha estante
Vlww Yago pela resenha!! Deu p entender bem sobre a historia.
O post em si que deveria falar do livro fala apenas do autor.


PsicoMartaRegina 23/10/2021minha estante
Livro sugerido pelo clube de leitura q participo, riqueza de detalhes, fala de um amor avassalador e de morte, adorei ter lido.


Tata 18/01/2022minha estante
Que resenha perfeita :)


Sarah 22/07/2022minha estante
Nossa! Eu tenho uma percepção totalmente diferente, Werther é Egoísta, ele não quer retornar para perto da mãe porque ela está cobrando que ele trabalhe, quando finalmente ele vai trabalhar, se frustra pq o Chefe não o admira e pede correções no trabalho dele, então ele larga o emprego e volta para o lado da Lotte. E quando ele percebe que não tem possibilidade de ficarem juntos decide se matar e escreve "Não é desespero, é certeza de que a decisão está tomada e me sacrifício por você. (...) Na véspera de Natal você terá este papel em mãos e vai tremer e molhar com suas lindas lágrimas." A lotte ainda o questiona "tenho medo de que seja apenas a impossibilidade de me possuir que torna esse desejo tão atraente ao senhor". Para mim Werther amou apenas uma pessoa, ele mesmo, e isso se confirma no final "Eu queria que me enterrassem no caminho, ou no vale solitário, de modo que os pastores e levitas se benzessem e o samaritano derramasse uma lágrima ao passarem pela minha lápide".


ArySawyer 31/01/2023minha estante
Que livro magnífico!! Eu não sei o que estou sentindo ao certo.


Rachel 01/03/2023minha estante
Tristemente lindo




Mike27 08/09/2023

Literatura romântica de qualidade!
O livro é escrito em formato de cartas, onde Werther descreve seus sentimentos intensos e sua angústia diante do amor não correspondido. Através das cartas, o leitor é levado a conhecer a mente atormentada do protagonista, que se entrega completamente a uma paixão proibida.

Goethe retrata de forma magistral os conflitos internos de Werther, que se sente cada vez mais isolado e desesperado com o passar do tempo. O autor explora temas como a solidão, a melancolia e a busca por um sentido na vida.

A narrativa é envolvente e emocionante, fazendo com que o leitor se identifique com os dilemas e sofrimentos do protagonista. A escrita de Goethe é poética e profunda, transmitindo com maestria as emoções e pensamentos de Werther.

Além disso, o livro também aborda questões sociais e culturais da época, como a rigidez das convenções sociais e a falta de liberdade individual. Werther é um personagem que se rebela contra essas normas e busca viver intensamente suas emoções, mesmo que isso signifique seu próprio sofrimento.

Sua obra emociona e provoca reflexões sobre o amor, a paixão e a busca pela felicidade. Através da história de Werther, Goethe nos convida a refletir sobre os limites do amor e as consequências de nossas escolhas.

Em suma, "O Sofrimento do Jovem Werther" é um livro que merece ser lido e apreciado por sua profundidade emocional, sua escrita envolvente e sua relevância histórica e literária. É uma obra que nos faz refletir sobre a natureza humana e as complexidades do coração.
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MatheusPetris 25/06/2022

Em uma famosa citação, o poeta Klopstock (contemporâneo e amigo de Goethe) diz o seguinte: “Fazer poesia é confessar-se”. Uma acepção básica e didática dos primórdios do romantismo, o leitor pode — e com razão — facilmente assertar. Mas sabemos, nada em arte é tão simples assim. Portanto, eis um exemplo literário paradigmático. Tanto para a escola romântica, quanto para o gênero romance.

Em uma carta ao casal de amigos Kestner — casal cuja mulher Goethe era apaixonado e inspirou Carlota —, Goethe, ao falar de seu Werther, lhes diz: “a inocente mistura de verdade e mentira que há no livro…” Ou seja, a ficcionalização do real. Agora, falando diretamente desse trecho e pensando nele através do livro: Quanto à inocência, eu duvido veementemente. Afinal, como dizia Edgar Allan Poe, a poesia é uma experiência estética do cotidiano, porém, sua mera reprodução não pode ser considerada poesia. Levo isso para uma ideia de literatura, pois, literatura é labor, construção. E é o que acontece aqui. Tanto que, os próprios personagens (e pessoas) envolvidos, disseram que Goethe havia os pintado com outras cores. Enfim, vamos ao livro.

Este romance epistolar que, paulatinamente, evidencia a progressão da ruína mental de seu protagonista, o coloca numa espécie de antropocentrismo. Calcado numa paixão arrebatadora, o romance nos revela o interior de Werther sendo rasgado e se deteriorando. Melhor dizendo: se deteriorando aos poucos. A estrutura do romance é clara nesse sentido e, aos poucos, Werther vai perdendo-se e deixando-se domar por sua louca paixão. Suas reflexões filosóficas e ideias sobre a vida, ainda esperançosas e que demonstram prazer em viver, logo são substituídas por uma melancolia beirando o abismo. As personagens que vão surgindo parecem intensificar esse sentimento e, assim como algumas delas, Werther se deixará abater.

Em conversa com um amigo ele comentou: um romance para se ler na adolescência. Concordo plenamente, mas é uma pena que eu não tenha tido essa oportunidade… Ou talvez tenha sido melhor. Afinal, é difícil passar incólume por uma dor tão aterradora, tão bem descrita e escandida. Essa autópsia de um coração flagelado e tão incompreendido, pode te situar em alguma direção (quem sabe?). Se você tiver a oportunidade, leia o quanto antes! Mas, diferentemente de Werther, não se deixe abater… A esperança pode estar na próxima esquina — e não no abismo.
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olivversion 26/07/2024

"Em nenhum lugar me sinto bem, e em todo lugar me sinto bem. Não desejo nada, não exijo nada. Seria melhor eu partir."
A dor emocional é algo que pode nos consumir lentamente por anos e anos e muitas vezes nem percebemos as garras dessa dor se entranhando em nossa mente pouco a pouco dominando quem somos, até alcançar nosso coração e apagar por completo a nossa existência.

"Wilhelm, será que, quando nos sentimos bem, são apenas fantasmagorias?"

Os sofrimentos do jovem Werther, de Johann Wolfgang, é isso, mas também é sobre o amor e a sua capacidade de nos imobilizar em uma cadeia de ilusão até um fim trágico. Amar dói e o autor trata disso com uma maestria genial para a época. É possível se identificar com algumas frases e pensamentos do jovem Werther, mas nem tudo é tão indentificável, isso porque o sofrimento é, na maioria das vezes, individual e quem está de fora nem sempre compreende o significado daquela dor. Já nas primeiras cartas, conseguimos captar uma ponta do sofrimento nas palavras de Werther que vão ficando cada vez mais frequentes com o passar do tempo, e a sua paixão avassaladora pela jovem Charlotte proporciona momentos de felicidade, mas também um sofrimento inacabável que se alastrará lentamente por seu coração.

"Eu tenho tanto, e o sentimento por ela consome tudo; eu tenho tanto, e sem ela tudo isso se torna nada."

"Ah, quando ainda entorpecido pelo sono tateio procurando-a e me alegrando com isso? irrompe um rio de lágrimas em meu coração apertado, e choro inconsolável ante um futuro sombrio."

Alguns momentos dessa leitura realmente me pegaram muito, mas confesso que minha indiferença pela dor do personagem só aumentava à medida que a história se encaminhava para o final; não era uma indiferença que me despertava a capacidade de odiar o personagem ou até de não sentir pena, era apenas algo com que não me importava muito. Enxerguei sim, o sofrimento de Werther, como um drama exagerado e me sinto um pouco mal por isso, mas adorei a história e a forma que o autor abordar o sofrimento e as complexidades do amor.
kiwtty_z 26/07/2024minha estante
a dependência emocional no século XVIII ?


olivversion 26/07/2024minha estante
@kiwtty_z yes kkkk


Hév 27/07/2024minha estante
Não conhecia esse, mas adorei sua resenha, eu adoro um livro clássico de sofrimento por amor exagerado, então acho que vou dar uma chance


olivversion 27/07/2024minha estante
@Hév Recomendo a leitura, é uma tema muito interessante e o livro é bem rápido de ler.




Marlonbsan 23/02/2021

Os Sofrimentos do Jovem Werther
O romance epistolar (em formas de cartas) que o jovem Werther escreve para seu amigo Guilherme (Wilhelm, no original), contando sobre a história de amor impossível com Carlota (Charlotte).

O livro é construído, em sua maior parte, por cartas escritas de Werther para Guilherme, a narrativa flutua entre primeira e segunda pessoa, esta, por sua vez, não me agrada muito e é muito comum em livros clássicos. A densidade da escrita é considerável, já que se trata, basicamente, de um monólogo e a linguagem é um pouco mais rebuscada.

A forma como o livro é construído fez com que eu não conseguisse me conectar com o que era apresentado, Werther relata alguns dos acontecimentos ocorridos com ele, consegui entender as motivações e associar as situações apresentadas, mas não foi suficiente para me aproximar.

Em vários momentos ocorre a mudança de foco e passa a relatar sobre as perspectivas da época, alguns contextos sociais, forma de pensar de Werther e foram esses momentos que mais me distanciavam, já que facilmente me dispersava na leitura. A tendência ao exagero e fatalismo também são características que me afastam.

O que me aproximou da narrativa foi o lado do sentimento humano, já que era algo que eu conseguia entender, mas que também não foi suficiente para me interessar realmente pelo que ia acontecer. O livro, que é curto, possui muitas informações dispersas e até trechos de outra obra que visa correlacionar a relação de Werther com Carlota, mas que não contribuía na progressão narrativa.

Algo da edição que me fez dispersar bastante foram as notas de rodapé, são mais de 90, com explicações de contexto, de nomes, de possíveis referências que Goethe teve e chegou um momento que parei de lê-las. É um livro que talvez eu vá reler depois de um tempo para tentar assimilar melhor.

Foto e resenha no meu IG @marlonbsan
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E. Dantas 19/05/2010

FORMIDÁVEL
ok, vamos lá:

Ele é um clássico.

Escrito por um cara de nome Goethe, que se pronuncia "Guete", assim mesmo, igual o final de foguete.

Ele fala de um rapaz-miserável-coitadíssimo-massacrado-flagelado-acachapado-coco-do-cavalo-do-bandido-dilacerado pelo amor, o jovem Werther ( essa pronúncia eu não faço idéia, deve ser como o salão de cabelereiros "Werner" só que com "t" no lugar do "n")

E eis o que o livro é: Só isso.

Só isso?

Só isso.

Tenho dado atenção aos clássicos, graças a essa idéia da abril de lança-los nas bancas por 15 reais, e foi assim que esse livro, até então chaaato, caiu em minhas mãos.

O tal jovem Werther passa o livro inteiro mandando cartas a um amigo para dizer o quanto Lotte ( sua musa ) é incrível, belissíma, extraordinária, maravilhosa, fantástica e que ele a ama em todas as proporções. Ele ama o nariz dela, ele ama o jeito dela, ele ama a remela dela, ele ama amar ela, ele é chato pra caralho.

Mas...( sempre rola o mas ) ao quase desistir de continuar lendo o sofrimento do Jovem, um lampejo me veio a mente.


"O esquisofrênico Werther e suas cartas estão contando como nasce um psicopata!" (psicopata e esquisofrênico...é...imagine.)


Minha leitura mudou completamente e comecei a ver a estória com outros olhos...nasceu pra mim um Werther meio Kathy Bates em "louca obssessão" e então, devo admitir que o livro passou a ser mais que um simples romance...virou um objeto de estudo. É impressionante a evolução doentia que o Brother Guête conseguiu expressar nesse clássico, de maneira sutil. O livro é, no real sentido da palavra, Formidável e ponto.

Vale a pena.

Beijos e inté!
Barbara.Luiza 19/10/2011minha estante
auto-flagelação é diferente de platonismo, neoplatonismo e afins.


LMG 01/12/2011minha estante
Ainda to na parte "chata" e to adorando, imagina a parte "formidável" então.


gabriella 22/07/2013minha estante


Erika 03/10/2014minha estante
Divertida a sua resenha!


Adriana602 05/02/2016minha estante
Ri alto com a parte "ele é chato pra caralho", devo concordar ele é chato. Agora falando da obra realmente espetacular!


Daniely.Samara 27/02/2016minha estante
"Ele ama a remela dela" ri muito, mas é verdade, ele ama mesmo. kkkkkkkkkk


Thalyta Vaz 20/12/2019minha estante
Tu tá certo, chato pra um caralho esse cidadão kkkkkkkkkkkkkkkkk




Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

“Os sofrimentos do jovem Werther”, de J. W. Goethe – Nota 9/10
Publicado em 1774, esse clássico da literatura alemã – e mundial – teve um impacto tão grande que foi responsável por uma onda de suicídios entre os jovens da época. Mas como um livro pode ter impactado tanto um leitor a ponto de incentivá-lo a acabar com a própria vida? Não há uma resposta certa e as gerações posteriores nunca conseguirão compreender o que as palavras de Goethe representaram naquele momento, para aquela sociedade. Apesar disso, o livro ainda é atual na medida em que trata de temas sobre a condição do ser humano e seus conflitos internos. É isso que faz dele um clássico!

Construída a partir de cartas, a narrativa tem como norte os relatos de um jovem sobre a paixão que começa a consumi-lo após conhecer Carlota, que já está prometida em casamento para Alberto. É o retrato do romântico, daquele que prioriza o sentimento no lugar da razão. O drama já está indicado logo no início, no próprio título do livro. Werther sofre. Sofre tanto que me questionei: será que essa devoção toda não chega a ser um exagero?

Mas isso não importa. Para Werther, a única dúvida que cresce dentro de si é: será que a vida ainda faz sentido quando não se pode “ter” a pessoa amada?

A importância da obra se revela nas reflexões que encontram o leitor durante a leitura. É um livro que vai muito além da “história” contada. Então, inicie a leitura com essa ideia em mente. Os temas ali espalhados vão desde saúde mental até a própria dificuldade em entender o problema do outro. Talvez a ideia do amor excessivo que consome o personagem seja utilizada de forma proposital para nos mostrar como, ainda que não nos faça sentido, o problema para o outro é real e doloroso. •
É interessante mencionar que a história da obra tem uma certa identidade com o momento de vida de Goethe e algumas situações que vivenciou. Assim, as reflexões que encontramos podem ter sido as mesmas que passavam genuinamente pela cabeça do autor quando escreveu a obra. E a dica que dou é: leia sem pressa, aproveite a poética da escrita e tente acompanhar a construção do personagem no decorrer das páginas!

gatilho: depressão e suicídio

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Michela Wakami 26/01/2022

Quem nunca sofreu de amor?
Terminei a leitura, com o coração em pedaços.
Cuidado com o amor desenfreado!
Um livro polêmico, até aonde podemos ir, quando o assunto é o amor ?
Devemos ir até aonde a sanidade nos proteja. Virou loucura? Corre que é cilada Bino!
Tangerina 08/02/2022minha estante
Esse livro acabou comigo!

PS:Querida como é bom estar de volta, você é uma inspiração pra mim. Beijos!


Michela Wakami 08/02/2022minha estante
É muito sofrimento!!!!

Que alegria, ver você de volta, minha flor.
???????
Esses dias mandei um ?alô ? para você na Instagram, estava sentindo a sua falta.


Michela Wakami 08/02/2022minha estante
No*


Michela Wakami 08/02/2022minha estante
Obrigada pelo seu carinho.????




Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: Os sofrimentos do jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe
“Não existe nada mais perigoso do que a solidão.”
*
“De resto, meu caro, dia a dia vejo com mais clareza quão estúpido é o ato de julgar os outros pelas nossas próprias faculdades”
*
“E se o cálice se afigurou ao Deus dos céus demasiado amargo quando o levou aos seus lábios de homem, irei eu me fazer de forte e fingir que o acho doce?”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2013/01/os-sofrimentos-do-jovem-werther-johann.html
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Jardim de histórias 02/09/2024

O livro que deu fama ao jovem Goethe.
 


Um romance epistolar, que retrata a angústia sobre um olhar bucólico, trazendo uma filosófica reflexão sobre a beleza, a natureza, o amor, o pertencer, a culpa e a vida.

 Em um formato de monólogo, Goethe, inspirado em suas experiências platônicas e existencialistas, nos apresenta de forma bastante poética as cartas onde Werther, por meio de um conjunto de narrativas angustiantes, relata seus sentimentos, para seu amigo Wilhelm, como um prenúncio de uma tragédia.


Publicado em 1774, a obra foi muito comentada na época, se tornando um clássico alemão e seguidamente, em um dos maiores clássicos da literatura mundial, considerada, como uma obra introdutória do romantismo alemão. Muito pela forma filosófica e, ao mesmo tempo, poética, mas sem perder a densidade com que o autor retrata o sofrimento, a projeção pessoal, o amor idealizado, o que torna esse livro um instrumento de reflexão muito utilizado em tempos vigentes. 


Uma obra sublime, com uma capacidade de subjetividade capaz de transcender o universo literário, por sua síntese sentimentalista que expõe a fragilidade humana de uma forma natural. Uma fragilidade com um potencial enorme de provocar efeitos devastadores.

 Um livro que cabe perfeitamente em meu universo literário, não somente pela grandiosidade do autor, mas também pela imensidão e pela representatividade do tema, que tem muita intensidade e acessibilidade, e versatilidade. A escrita é impecável e muito melancólica, perceptível no desenvolvimento da história, onde a narrativa entusiasmada do protagonista, durante a condução, se torna deprimida e pesada devido ao comprometimento emocional do protagonista. 


A necessidade de pertencimento, assim como a dependência afetiva, são situações que, quando fora de controle, podem nos conduzir a um lugar de sofrimento. Certamente as ideias de Goethe reproduzidas nas cartas de Werther se fundem com muitas histórias. Como se o wertherismo existisse em cada indivíduo esperando uma única oportunidade de despertar.

Excelente obra!
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Bruno 13/10/2011

Não vou ficar aqui fazendo análises psicológicas sobre o Werther, tampouco ficar descrevendo as características românticas do livro.

Vou ser breve em minhas palavras.
A obra é extremamente intensa, Werther entope suas palavras de sentimentos. Ele te leva ao fundo do poço de sua existência, e ainda te obriga a cavar mais.

Recomendo.

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Heloyse 30/01/2024

O que é o coração do homem?
Eu amo esse livro, e essas ilustrações trouxeram mais sentimento para uma história totalmente recheada deles.
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boemillys 02/07/2020

leiam este livro (com cuidado)
ele é intenso, profundo e tocante - um livro saído do romantismo clássico. Mas cuidado, pode dar gatilho.

"Não tenho mais outro culto que não ela; a minha imaginação apenas me mostra a sua fisionomia e, de tudo o que me rodeia no mundo, apenas distingo aquilo que com ela se relaciona. E isso me causa algumas horas de felicidade... até que de novo sou forçado a fugir dela."
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Andre.28 15/04/2020

Um Clássico Alemão do Existencialismo
Em um plano mais amplo, onde os verdadeiros sentimentos humanos se articulam, se observados sob a perspectiva literária vem a serem postos numa narrativa de vida, o fazer da escrita toma importância fundamental. O escritor tem o papel de aferir os sentimentos, dosar, pesar, e articular meticulosamente cada parte desse quebra cabeça de uma literatura sensível. Os caracteres humanos encontrados em “Os Sofrimentos o Jovem Werther”, obra do escritor alemão Johann Wolfgang Von Goethe, publicada em 1774 e que representa esse fazer da escrita articulada, uma história tecida sobre as angústias e sentimentos humanos diversos, sentimentos de uma juventude de época.

Não me limitando a olhar a narrativa através da perspectiva filosófica, tenho como pretensão entender os aspectos literários do fazer, do escrever como base fundamental dessa análise. Goethe articula uma narrativa clássica, que ultrapassa seu tempo quando postula uma história pessoal de um jovem, seus medos, amores e angústias, num plano de questionamentos pertinentes. Narrado em 1° pessoa (em boa parte da história), o livro no põe diante das crises existências ante aos amores de um jovem alemão de meados do século XVIII. Representa o pensamento existencialista articulado na literatura da vida comum, embora de linguagem erudita.

Calcado nessa narrativa erudita, o livro conta a história do jovem Werther e suas angústias da juventude, seu amor por Carlota, uma mulher comprometida com Alberto, seu amigo na trama. Essa duplicidade e imaginação que nos leva aos devaneios de um amor inalcançável, a crises existenciais de uma juventude que vive sua sensibilidade à flor da pele. Goethe atenta para postulados diários, cartas do jovem Werther e a relação complicada que ele tem com sua própria existência. As dores de não saber para onde ir, aliada a uma alma atormentada pela impossibilidade do amor desejado levam Werther a uma espiral de vida e morte, medo e paixão estão a serviço de uma visão fatalista da vida e dos sentimentos humanos.

Na parte final vemos uma alteração na a narração, onde passa a ser feita em 3° pessoa. Alguns questionamentos acerca da narrativa, especialmente nas digressões do narrador. A digressão que ele faz na passagem do “conto de Ossan” é um tanto desnecessária, muito embora entenda que é um tipo de recurso para reforçar as angústias do amor “impossível” de Werther e da reciprocidade parcial dos sentimentos de Carlota. Esse livro é um clássico, pois consegue expressar as ideias de alguns arquétipos, de uma geração angustiada, que cresce em meio a ausência de esperança alimentando uma aura romântica febril. Uma história com poucas personagens, mas muito bem trabalhada no desenvolvimento do espírito, no ambiente e na forma diária de expressão sentimental dessas poucas personagens. O autor apresenta elementos pertinentes ao debate do existencialismo, com riquíssimos recursos de prosa poética, narração de sentimentos em uma articulação de escrita erudita que condiz com a filosofia alemã do espírito. A tradição alemã da literatura existencialista tem como um referencial consagrado esta narrativa de Goethe. E isso não é à toa. “Os Sofrimentos do Jovem Werther” é um verdadeiro clássico!
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Caroline Gurgel 20/06/2014

O pai de todos que, um dia, se apaixonaram perdidamente!


O que dizer de Os Sofrimentos do Jovem Werther? Por que eu não o li antes?! Por que estudamos o romantismo europeu nas aulas de literatura e esse livro não nos é passado como leitura obrigatória para entender o movimento?! Esse livro é fantástico, um clássico escrito há cerca de dois séculos e meio, e que continua atual.

Comecei a leitura e, depois de poucas páginas, parei. Para continuar eu precisava entender o contexto histórico em que ele havia sido escrito, afinal não podemos analisar os clássicos como se fossem estórias escritas por um qualquer no presente. Pensando nisso, pergunto-me se quem o classifica com uma ou duas estrelas tem consciência do que está fazendo. Certamente, não! Comentários como "queria que acabasse logo" ou "Werther é muito chato, queria que morresse" são tão tolos, insipientes e rasos que me faz pensar se essas criaturas sabiam a preciosidade que tinham em mãos ou, ao menos, o século em que fora escrito. Creio que não. Mas, bem, voltemos ao contexto.

À época em que Goethe escreveu Os Sofrimentos... a Europa estava tomada pelo Iluminismo e pelo Racionalismo, que viam na ciência e na razão a resposta para tudo. Goethe vai de encontro a esses ideais ao escrever uma história em que o sentimentalismo, a emoção e o culto ao amor ocupam completamente o lugar da razão. Critica fortemente a aristocracia e, assim, associa-se a movimentos como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, que consolidariam a burguesia na sociedade europeia.

Goethe foi pioneiro e Os Sofrimentos do Jovem Werther é considerado o marco inicial do Romantismo na literatura europeia, rompendo com os padrões clássicos. É considerado o primeiro best-seller europeu e influenciou toda uma geração, que passou a vestir-se e a comportar-se como Werther. Foi tão importante que Napoleão confessou a Goethe que o havia lido sete vezes. Até hoje está na lista dos cem livros mais lidos da história. Precisa de mais algum incentivo para lê-lo?

Os Sofrimentos do Jovem Werther é um romance epistolar e tem caráter autobiográfico, porém com final, nomes e locais alterados. No livro, o jovem Werther envia cartas para o amigo Wilhelm, o narrador criado por Goethe, e conta-lhe tudo o que sente.

A princípio vemos um Werther encantado com o ar bucólico do lugar e com as pessoas que o cercam. Vemos um Werther extasiado conhecer Carlota e apaixonar-se perdidamente por ela, que já estava prometida a Alberto, seu noivo. Dá-se início, então, a uma paixão desmedida, desenfreada, tempestuosa, mas proibida, inalcançável. A emoção, a supervalorização do amor, a idealização da mulher e o sentimentalismo exacerbado são expressos em cada linha desse triângulo amoroso. E, pouco a pouco, vemos Werther destruir-se, sangrar de amor, sofrer por sua pura e inatingível Carlota.

"Às vezes não compreendo como outro possa amá-la, tenha o direito de amá-la, quando eu, somente eu a amo, com tanta ternura, tão profundamente, não pensando em outra coisa, querendo apenas esse amor, e não possuindo nada além dela."

A vontade que eu tinha era de marcar cada parágrafo desse livro. São tantas citações que merecem destaque, tantas verdades, tantas percepções acerca do ser humano e da sociedade que, mesmo escritas em 1774, continuam atuais.

"Tudo no mundo acaba por dar nas mesmas ninharias; e aquele que, para agradar aos outros, e não por paixão ou necessidade íntima, esfalfar-se para ganhar dinheiro, honrarias ou algo semelhante, este sempre será tolo."

Completamente atemporal, esse livro me encantou e me fez lembrar-me da minha adolescência. É fácil identificar-se com o jovem Werther, pois todos nós já fomos, um dia, um pouco dele. Ou seremos! E que triste aquele que nunca o foi, que nunca amou sem medida, que nunca sofreu, que nunca exagerou um sentimento ou verteu uma lágrima de paixão.

"Por que é que aquilo que faz a felicidade do homem acaba sendo, igualmente, a fonte de suas desgraças?"

Quero reler esse livro outras tantas vezes, muito mais que Napoleão! Quero recomendá-lo sempre que puder! Leitura deliciosa, apesar de seu tom melancólico em demasia, e uma escrita de encher os olhos, de fazer parar para suspirar! Atentem-se ao contexto histórico e leiam-no!!!


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Favorito


"Ah, como estremeço quando o meu dedo toca por acaso no seu, quando nossos pés se encontram embaixo da mesa! Recolho-me como que tocado pelo fogo, e uma força secreta impele-me de novo para frente - uma vertigem apodera-se de todos os meus sentidos. E sua inocência, sua alma pura não pressente o quanto essas pequenas familiaridades me afligem. E quando então, durante a conversa, ela pousa a mão sobre a minha, e, em meio a uma discussão animada, aproxima-se tanto de mim que seu hálito celestial roça os meus lábios: nestes momentos sinto-me desfalecer, como que atingido por um raio. E, Wilhelm, este céu, esta confiança, jamais eu ousaria...! - compreendes o que quero dizer. Não, meu coração não é assim tão devasso! Fraco, sim, muito fraco! E isto não é ser devasso!"

"Queria que alguém ousasse repetir-me tudo isso para atravessar-lhe a minha espada de lado a lado, - porque só o sangue poderá acalmar-me. Oh! Cem vezes já peguei do punhal para livrar meu coração do peso que o esmaga"

"E esta miséria enorme, o tédio entre essa gente torpe que aqui se reúne! Essa concorrência e o modo como ficam atentos, um procurando obter vantagem sobre o outro; vejo as paixões mais mesquinhas, mais miseráveis, sem nenhum pejo. Assim, por exemplo, há por aqui uma senhora que tanto fala da sua nobreza e das suas terras que pessoas de fora necessariamente haverão de pensar: eis aí uma tola que se vangloria de sua origem nobre e da fama de suas propriedades. A verdade, porém, é outra: a mulher é aqui da vizinhança, filha do tabelião. Vês, não posso compreender a raça humana, tão inconsciente, a ponto de prostituir-se de maneira tão baixa."
Caroline Gurgel 22/06/2014minha estante
Obrigada, Gleidson! Livro fantástico!!!


Mariana 16/07/2014minha estante
Parabéns pela bela resenha!


Sarah 19/07/2014minha estante
Adorei este livro. Pareceu que o já havia lido em tantos outros livros, em tantas poesias. Realmente adorei. Muito boa sua resenha. Obrigada por postá-la.


Caroline Gurgel 20/07/2014minha estante
Obrigada, Sarah e Mariana!
Sarah, isso mesmo, certamente ele inspirou milhares de autores, não é? Também senti isso!
Bjs


Aryane 06/08/2020minha estante
Obrigada, adorei a resenha.




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