Bru | @umoceanodehistorias 15/09/2014Duas paixões juntasEm nome de Alá, Clemente e Misericordioso! Começo minha resenha com essa frase, pois é assim, que as fascinantes histórias contadas pelo Homem que Calculava começam.
O homem taciturno, excessivamente calado, torna-se desagradável; mas os que falam sem parar irritam ou enfastiam seus ouvintes. Devemos, pois, evitar as palavras inúteis sem cair no laconismo exagerado, incompatível com a delicadeza.
O início do livro se dá com a aproximação do narrador e Beremiz Samir o Homem que Calculava. O Bagdali como é conhecido nosso narrador se encantou ao ver Beremiz contando, um por um, os galhos de uma árvore, depois as folhas de um dos galhos até descobrir proporcionalmente o número aproximado de árvores. Fora essa a primeira e uma das mais fáceis proezas realizadas pelo Homem que Calculava.
O livro conta com vários problemas que, muitas vezes, julgamos impossíveis de serem solucionados. Alguns desses problemas como dos 35 camelos que precisam ser divididos por três irmãos são fáceis de ver a solução, mas em outros fiquei pensando, pensando e pensando, até que decidi virar a página e ler o que esse fascinante e inteligentíssimo homem conseguiu fazer.
O autor faz várias citações das Escrituras Sagradas, poesias, trovas e citações de vários matemáticos famosos. Ele explica a história da invenção do jogo de xadrez e nos faz perceber o quanto a matemática é importante para tudo em nossa vida.
A Geometria, repito, existe por toda parte. No disco do sol, na folha da tamareira, no arco-íris, na borboleta, no diamante, na estrela-do-mar e até num pequenino grão de areia. Há, enfim, infinita variedade de formas geométricas espalhadas pela Natureza. Um corvo a voar lentamente pelo céu descreve, com a mancha negra de seu corpo, figuras admiráveis; o sangue que circula nas veias do camelo não foge aos rigorosos princípios geométricos; a pedra que se atira no chacal importuno desenha, no ar, uma curva perfeita! A abelha constrói seus alvéolos com a forma de prismas hexagonais e adota essa forma geométrica, segundo penso, para obter a sua casa com a maior economia possível de material.
A leitura não é fácil, devo confessar, é preciso ter atenção e muita paciência para entender determinadas resoluções. Ter uma folha e um lápis à mão também ajuda. Em alguns momentos tive que tentar resolver o problema para entender, mas isso não me fez gostar menos do livro, muito pelo contrário.
Esse livro conseguiu unir duas coisas que amo muito, uma delas é a leitura propriamente dita e outra é a matemática, quem me conhece e conversa comigo sabe o quanto sou apaixonada por números e raciocínio lógico, e como tal, não deixaria de tornar-se um queridinho para a vida toda. Indico esse livro a todos que gostariam de conhecer um pouco mais sobre essa fascinante matéria, mesmo que não goste dela e não a entenda, pois ao final do livro o autor nos explica como os problemas foram resolvidos, quando essa explicação não fica no próprio capítulo.
Só posso dizer que desejo ler todos os outros livros desse autor, inclusive sua lista de compras do supermercado.
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