Letícia 28/06/2024
Casa de Terra e Sangue tem um começo promissor. Me prendeu nos primeiros capítulos com uma fantasia aparentemente complexa e acontecimentos impactantes, mas depois de um tempo, a história perdeu um pouco da graça para mim.
Sem dúvidas, o mistério e investigação foram as minhas partes favoritas do livro. Achei que tudo envolvendo a Danika foi bem construído. E apesar de todos os problemas, a relação da Bryce com ela foi o que mais me conquistou também. A cena final das duas me emocionou de verdade.
Acredito que o maior motivo para o livro ter perdido um pouco de graça foi eu ter lido Trono de Vidro recentemente e ver muitas coisas recicladas. Portais, um assassinato envolvendo demônios desse portal, encontrar objetos para abrir tal portais, isso tudo é grande parte de TOG.
Outra coisa foi o Hunt. Como personagem principal, não funcionou para mim. Achei extremamente unidimensional, não parece que é um cara que passou pelo que passou e foi obrigado a fazer as coisas que fez. Não consegui me importar com ele em quase nenhum momento, nem quando ele foi preso e cortaram suas as asas.
Já a relação dele com a Bryce tem momentos legais, até gostei deles como casal nesse livro, mas as coisas que ela fez no final me incomodaram muito. Quando ela tentou trocar de lugar com ele, achei aquilo ridículo, mesmo que ela pudesse ter um plano qualquer, foi horrível e uma solução chula para o problema.
O meu personagem preferido foi o Ruhn, amei tudo sobre ele. Incrível como a Sarah sempre cria personagens secundários fodas, que acabam se destacando mais que os principais.
Achei o texto confuso em alguns momentos, não sei se sou burra ou ficou muita coisa mal explicada kkkkk Primeiro, achei difícil de entender como o antídoto da sintez funciona. Segundo, algumas coisas da descida podiam ter sido mais aprofundadas, entendi o que é e como funciona, mas não todos os trâmites. Por exemplo, o que era aquele ponto que o Dec falava enquanto a Bryce fazia a descida? Eu sou o tipo de pessoa que gosta de entender tudo nos mínimos detalhes. Terceiro, tem detalhes do mundo fantástico que ficaram mal explicados também. É um mundo muito complexo e a Sarah teve espaço para detalhá-lo melhor e não o fez. Uma coisa que faria muita diferença, era ter um mapa de toda Midgard e não só de Lunathion mas nem isso fizeram.
No geral, eu gostei da história, mas foi perdendo um pouco da mágica ao perceber esses detalhes, sabe? Porém, estou envolvida. Apesar de tudo, a Sarah é uma boa escritora e sabe prender um leitor. Estou ansiosa para ler os próximos.