Clara 09/06/2021
Não é um jogo, é uma dança.
Não é uma questão de necessidade e sim de desejo... as vezes as pessoas são movidas por ele. O fato de você se desprender um pouco das regras e se permitir experimentar o novo é libertador e assustador ao mesmo tempo. Porque esse quebrar de conceitos pré fabricados te trás uma nova visão que me remete a Platão e o mito da caverna sabe? Nem todo mundo vai enxergar o mundo como você, suas vivências e desejos diferem de pessoa pra pessoa e no geral nem sempre a sociedade em que vivemos nos permite e se permiti mudar de uma hora pra outra. Os processos são lentos e longos.
Nossa protagonista quer conhecer o impensado para um mulher de sua época, o prazer, já que ela fala muito sobre ele em seus romances, mas engana-se pensando que está fazendo isso apenas a digno de estudo antropológico para intensificar e enfatizar detalhes sobre o relacionamento pessoal para os seus livros. A imaginação é muito ampla, mas são só teorias, ela queria ter conhecimento de causa. Se permitir sentir. Mas cara achar que isso não deixará marcas é meio ingênuo. Cada momento, cada detalhe libera algo novo e único e o sentir não é uma coisa genérica. Não tem uma lógica. Ninguém quer mais do mesmo, algo sem fundamento e sem sentimento porque acaba se tornando banal. Não tem sentido em ser.
Os duques e afins abusavam muito dessa libertinagem, o que torna tudo muito fácil. Mas quem tem várias no fim não tem nenhuma, e essa facilidade é mais uma tentativa mal sucedida de suprir lacunas e espaços vazios.