Bruno Alves 05/04/2011
Hábitos Perigosos: a hq que o cinema não teve coragem de adaptar
Reza a lenda que John Constantine, um dos personagens mais fodões do Universo DC, foi criado por Alan Moore apenas para satisfazer os pedidos de John Totleben e Steve Bissete, que queriam desenhar um personagem parecido com o cantor Sting nas hq’s do Monstro do Pântano, série que Moore escrevia na época (sua primeira aparição foi em Saga of The Swamp Thing #37, de 1985).
Só algum tempo depois, já sob os cuidados do escritor Jamie Delano, é que John Constantine ganhou uma vida interessante, que o tornaram um dos personagens mais complexos e controversos das hq’s; afinal, o ocultista é um herói ou um anti-herói? Ele tem algum poder especial ou não? Ele sacaneia os seus amigos ou a morte de boa parte deles não passa de acidente de trabalho?
Conheci John Constantine nas edições em formatinho do Monstro do Pântano (Editora Abril, 1990), mas foi só na edição 12, quando a revista ganhou formato americano, que Constantine passou a ter suas histórias publicadas regularmente. E foi aí que as coisas começaram a melhorar…Reza a lenda que John Constantine, um dos personagens mais fodões do Universo DC, foi criado por Alan Moore apenas para satisfazer os pedidos de John Totleben e Steve Bissete, que queriam desenhar um personagem parecido com o cantor Sting nas hq’s do Monstro do Pântano, série que Moore escrevia na época (sua primeira aparição foi em Saga of The Swamp Thing #37, de 1985).
Só algum tempo depois, já sob os cuidados do escritor Jamie Delano, é que John Constantine ganhou uma vida interessante, que o tornaram um dos personagens mais complexos e controversos das hq’s; afinal, o ocultista é um herói ou um anti-herói? Ele tem algum poder especial ou não? Ele sacaneia os seus amigos ou a morte de boa parte deles não passa de acidente de trabalho?
Conheci John Constantine nas edições em formatinho do Monstro do Pântano (Editora Abril, 1990), mas foi só na edição 12, quando a revista ganhou formato americano, que Constantine passou a ter suas histórias publicadas regularmente. E foi aí que as coisas começaram a melhorar…
Com o sucesso da linha Vertigo nos EUA, a Abril decidiu lançar uma nova revista, intitulada… Vertigo (duh!). Alem de Constantine, a publicação vinha com hq’s de Sandman: Teatro do Mistério, Livros da Magia e Sebastian O. Na primeira edição, começava a saga Hábitos Perigosos (Hellblazer # 41, 1991), que tinha uma premissa simples: Constantine tá com câncer e vai morrer. Ponto.
A série é um soco no estômago. Começa com Constantine vomitando pedaços do pulmão na pia e a partir daí, narra sua trajetória para escapar da morte.
Publicada em seis partes, Hábitos Perigosos serviu de base para a adaptação cinematográfica Constantine, com Queanus Orriveis. Eu até gosto do filme, mas ele não é O filme de John Constantine – vamos dizer que é sobre um primo distante de Constantine, que é norte-americano, moreno e menos fodão do que ele. Até o taxista Chas, um personagem coadjuvante mas importante nas hq’s de Hellblazer, morre no filme!
Em sua peregrinação para escapar da morte, Constantine vai atrás de seu amigo Brendan, um bruxo beberrão que fez um pacto com o tinhoso: em troca do poder e da técnica de reunir as melhores bebidas do mundo, o capeta poderia levar a alma dele. Só que nosso herói não permite e salva a alma do amigo, enganando o demônio pela primeira vez.
Outro encontroi memorável na hq é com o velhinho Matt, que está morrendo de câncer no hospital e se torna amigo de Constantine – e faz até com que ele comece a reavaliar sua conduta com as pessoas que gosta.
A solução que Constantine encontra para se salvar do inferno é brilhante e revela o gênio que é o escritor Garth Ennis – quado ele não exagera na sanguinolência e podreira.
O final é emblemático da personalidade de Constantine – foi reproduzida no filme, mas o contexto no quadrinho é mais contundente. Se hollywood não fosse tão bundona ou não quisesse fazer um filme para as massas, tinha adaptado o quadrinho de maneira mais direta, com direito às podreiras, o encontro com Brendan e Matt e o embate com os três demônios. Tenho certeza de que ia fazer mais sucesso do que o pífio resultado daquele que foi produzido.