Tetynho 20/09/2024
CONTINUA PERFEITO
Ouvi falar sobre a história do livro Os Pilares da Terra e fiquei muito interessado. Quando comprei meu Kindle, resolvi que seria a minha primeira leitura nele. Não sei se estava empolgado por conta do Kindle, mas devorei as mais de 900 páginas em poucos dias. Gostei muito da escrita de Ken Follett, fui atrás de outras obras do autor e já li mais de 10 livros dele. É muito gostoso ler qualquer coisa escrita por ele, tudo parece uma novela. Todo final de capítulo traz algo que não deixa o leitor desgrudar do livro.
A série Kingsbridge possui 5 livros, e O Crepúsculo e a Aurora foi o terceiro que li. Em minha humilde opinião, ele manteve o nível altíssimo de Os Pilares da Terra. A fórmula da história segue o padrão do autor: um romance impossível, que no final tudo ficará bem, ou o mais próximo disso. Não acho que isso seja um spoiler, pois o valor da obra está no caminho que os personagens percorrem até o fim, a jornada, uma verdadeira odisseia.
Após três livros, acho que podemos afirmar que existe algum tipo de maldição em Kingsbridge, nos moldes de Derry, dos livros de Stephen King. Que lugarzinho amaldiçoado! As piores coisas acontecem lá, é angustiante! E, por ironia do destino, algum azarado acaba indo para lá e precisa enfrentar os piores desafios e as piores pessoas para tentar alcançar algum tipo de paz.
Ken Follett tem algumas séries, e com certeza Kingsbridge é a minha favorita. Dá para perceber que o autor quer criar algo próximo a uma novela, onde os personagens não têm muita tridimensionalidade. Eles são preto no branco: os bons são quase perfeitos, espelhos de seres humanos, e sofrem o tempo inteiro, enquanto os vilões são o próprio diabo encarnado, sofrendo apenas no final do livro.
Algumas pessoas talvez não gostem disso, mas eu curto bastante, especialmente quando preciso curar uma ?ressaca literária?. Ken Follett é perfeito para isso. Ele também é ótimo para apresentar a literatura a um adolescente que não tem o hábito da leitura, ou até mesmo a adultos. Minha mãe, por exemplo, lê apenas a Bíblia e Ken Follett, que eu a apresentei com o livro Fortuna Perigosa.
Para não ficar mais disperso na resenha, focarei agora, após cinco parágrafos, em O Crepúsculo e a Aurora. O personagem principal desta vez é Edgar, mais um construtor. Ele é muito carismático, um rapaz de bom coração, inteligente e fiel, que, após uma tragédia pessoal ocasionada por uma invasão viking, perde o primeiro amor de sua vida. A história se desenvolve a partir disso.
Dessa vez, em vez de um vilão, o autor nos apresenta três irmãos, que representam as principais forças da época: religioso, militar, político e financeiro. Chega a ser engraçado como cada personagem possui uma característica principal que sufoca todas as outras, tal qual um personagem de RPG. A única coisa que os une é a maldade.
Achei incrível, assim como todos os livros que li do autor. Foi mais uma experiência fantástica. Espero ter tempo para continuar e terminar a série Kingsbridge.