Morte Sul Peste Oeste

Morte Sul Peste Oeste André Timm




Resenhas - Morte Sul Peste Oeste


10 encontrados | exibindo 1 a 10


olivropravoce 05/02/2023

Temas fortes, mas mal trabalhados
O livro trata das péssimas condições as quais imigrantes são submetidos no Brasil, que, ao procurarem emigrar para o sul, encontram a morte, e ao tentarem emigrar para o oeste catarinense, são tratados como propagadores de pestes, tal é a ojeriza da população local à sua presença. Adicionalmente, o livro aborda a história de uma criança trans de 13 anos abandonada pelo pai, que convive com sua mãe usuária de drogas, e se prostitui para manter o lar. Os temas são muito fortes, mas a narrativa marcada por cenas de tentativa de estupro, agressão doméstica e contrabando abarca tudo ao não se aprofundar em nada. O texto é muito visual.
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luli 06/06/2022

Livrinho com uma história bacana e escrita rápida, limpar causa da escola. Acho que faltou desenvolvimento nas partes da brigite :)
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Patricia Milani 07/04/2022

O livro aborda temas pertinentes para os dias de hoje. A história dos personagens é muito difícil e ao mesmo tempo envolvente, com uma narrativa fluída o autor nos prende ao longo dos capítulos mesclando a vida desses personagens que terão seus destinos cruzados para de certa forma salvarem a si mesmos.
Recomendo a leitura.
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Irka Barrios 03/01/2022

Histórias de personagens invisíveis
O segundo romance de André Timm conta duas histórias muito tristes que me puseram pensativa durante um tempo considerável. Dominique, o personagem central, vive uma realidade duríssima, de preconceito e humilhações. Imigrante haitiano, representa uma população invisível, com história de vida pouco conhecida pela maioria dos brasileiros. É comovente a resignação de Dominique e seus compatriotas. Brigite, por outro lado, é uma garota trans de treze anos que perdeu a inocência desde que a mãe se afundou nas drogas. Enquanto Dominique é passivo, Brigite é ativa, conhece suas armas e luta da maneira que a vida lhe ensinou. É o encontro dos dois, com o livro já bem avançado, que dá maior brilho à narrativa. É o ponto de virada que o leitor espera de Dominique. Um bom livro sobre personagens que merecem nosso interesse e nossa compaixão.
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Rodriguinho @literario.rojo 24/11/2021

Morte Sul Peste Oeste
Autor: André Timm
Páginas: 196

Compartilho com vocês hoje essa obra do autor André Timm, onde em seu segundo romance, nos apresenta a história de Dominique, um migrante haitiano que migra fugindo da miséria que assola o seu país após o terremoto de 2010, no início da narrativa o autor nos mostra essa conturbada travessia nas mãos dos “coiotes” Dominique passa por muitos perrengues ao chegar no Brasil pela região norte, na cidade de Brasiléia no Acre, o mesmo recebe uma proposta para trabalhar no Sul do país em um frigorífico em Chapecó-SC .
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Em paralela a história de Dominique temos a da personagem Brigite uma adolescente trans de 13 anos que se sente uma imigrante no próprio corpo e submetida a abusos, Brigite tem que cuidar da sua mãe viciada em crack, sendo assim privada de afeto e acolhimento mais que resiste a essas adversidades no qual está exposta.
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A história de Dominique e Brigite se interligam em determinada fase da escrita e mostrando a garra que os personagens são desenvolvidos com uma escrita hábil o autor nos entrega um história crua e bem realista abordando diversos temas.
AlexN 29/11/2021minha estante
Comecei a ler praticamente agora.




Melissa 01/04/2021

Que livro necessário
Foi uma leitura conjunta então lia aos poucos. Mas creio que é a melhor maneira de se ler, porque a cada capítulo eu parava para pensar sobre os temas abordados. E ver como a vida é algo complicado para muitas pessoas marginalizadas.
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Marciane Maria 30/12/2020

Impactante e necessário!
Confesso que esse livro me tirou o sono! Foi um soco no estômago! Uma crítica pesada, mas muito necessária! Uma ficção baseada em fatos de uma triste realidade.

Uma leitura que me deixou muito impactada! Essa história me tocou muito e certamente despertou em mim uma vontade de conhecer mais histórias de pessoas que migram em busca de uma vida melhor para si e sua família, como é o caso do nosso protagonista Dominique. Infelizmente, ele não teve a sorte de encontrar um lugar melhor para reconstruir sua vida, pois veio parar em outro local também atingido por um terremoto, mas dessa vez social e cultural, que se recusa a ver a ruína que causa na vida de muitas pessoas... Terremoto esse que atinge todos os que são "diferentes", estranhos à normalidade que muitas pessoas julgam ser certa, como Brigite, uma garota trans que precisa lutar para se manter firme entre os escombros da vida que a rodeia!

O preconceito, a humilhação, o ódio, o abuso, a não-aceitação e a total falta de compaixão que vivenciamos nessa história, me tocaram de tal maneira que ainda enchem meus olhos de lágrimas por aqueles que, assim como Dominique e Brigite, enfrentam tudo isso diariamente fora da ficção! É triste ver que vivemos em uma realidade onde os que julgam e discriminam ainda estão em maior número do que os que ouvem e auxiliam. E é isso que o livro retrata. De maneira dolorosa, somos expectadores de um protagonista "sem voz" e de uma protagonista que "ataca" para se defender! Em certo ponto as suas histórias se cruzam, enquanto ambos mostram como isso os fortalece ao invés de torná-los pessoas amarguradas e ruins!

O que mais gostei foi da força com que os personagens foram construídos! Ambos de personalidade forte, que não se deixam afundar, apesar do mar de dor, luta e sofrimento em que mergulham. Além, é claro, da escrita do autor, de uma narrativa embriagante, por vezes poética e com trocadilhos excepcionais e muito condizentes, te faz embarcar nessa viagem, numa ida sem volta!

O soco foi no estômago, mas a dor é na consciência! Um livro que nos instiga a reflexões mais profundas... Quantos de nós já não se pegaram julgando ao ver essas pessoas "diferentes" pelas ruas da cidade?! Estarmos conscientes disso é o primeiro passo. Afinal, a reconstrução do caráter social deve começar de dentro pra fora!
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Ivandro Menezes 17/11/2020

Trânsito, encontros, esperança
O escritor André Timm, após o elogiado Modos inacabados de morrer, chega ao seu segundo romance.

Dominique, um imigrante haitiano, vem para o sul do Brasil em busca de uma chance para poder sustentar a esposa e filho no Haiti devastado. Trazendo na mala esperança e o peso da perda da filha soterrada no terremoto, acaba por encontrar uma difícil travessia marcada por aproveitadores, racistas hostis e funcionários corruptos. O Brasil, desde a chegada, se torna um lugar de desafios e decepções.

O trabalho árduo numa linha de produção de um açougue, os recursos escassos e a hostilidade do bom cidadão de bem, marcado por preconceito, violência e ameaça integram o cotidiano de Dominique e seus compatriotas.

Noutro ponto, conhecemos Brigitte, uma menina trans lutando para sobreviver no seu corpo estrangeiro contra todas as dificuldades que se impõem.

São os desafios do estranhamento de si e do outro que vai tecendo a trilha de perdas e dificuldades que conduz ao encontro inusitado dessas duas personagens.

A escrita do Timm é clara e hábil, dispensa malabarismos. Os capítulos são curtos, quase recortes de momentos, fragmentos de lembranças, reconstrução do causticante trabalho, angústia e necessidade de sobreviver, o que traz uma melancolia intrínseca à Dominique.

Entretanto, há alguns excessos que me incomodaram. São muitas informações: transexualidade, mãe viciada, abuso sexual, racismo caricato, vilões levemente estereotipados. Algumas seguem sem desenvolvimento.

Há certo didatismo sobre a transexualidade, o racismo e a imigração que terminam por preencher lacunas que poderiam ter sido deixadas ao leitor, ou seja, ter apelado mais a sensibilidade de quem lê que a de quem narra.

Apesar desses aspectos que me incomodaram, o livro é bom. Aborda temas pertinentes ao nosso tempo e oportunos no atual contexto. De um começo curioso vai crescendo e, em certo ponto, acelera até alcançar o seu final com aquele leve sorriso de Brigitte e Dominique.
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Kyanja 02/10/2020

Um livro para exercitar a alteridade, algo tão necessário em nossos tempos.
“Morte Sul, Peste Oeste”, segundo romance de André Timm, finalista do Prêmio São Paulo de literatura (2017) com “Modos Inacabados de Morrer”, revela um autor com uma escrita e olhar mais amadurecidos, ao mesmo tempo que sua narrativa se torna cada vez mais enxuta e cirúrgica — tal como exigido na linha de produção de corte do frigorífico no Sul do Brasil em que o protagonista Dominique, haitiano em busca melhores condições de vida para si e para sua família (que permaneceu na terra natal), vai trabalhar. Como não poderia deixar de ser, a combinação mão de obra abundante e uma massa de refugiados vulneráveis se sujeitando a condições quase desumanas de trabalho nunca é favorável para o lado mais fraco. Assim, logo Dominique percebe que o sonho de exercer um serviço digno, pelo qual receberá um salário condizente que lhe permita sobreviver e ainda enviar dinheiro para sua esposa e filho, está muito distante dali.

Fazendo contraponto a Dominique, temos Brigite, uma menina transexual de treze anos, que também carrega no corpo todos os elementos que a tornam uma estrangeira, uma não pertencente ao seu grupo social. Quando os dois se encontram, em uma situação-limite para ambos, haverá uma compreensão e afinidade imediatas, sem que precisem verbalizar quase nada — pelo menos Dominique, uma vez que ainda pouco consegue compreender e articular de Português. Trata-se de um romance mais que atual, evidenciando que quanto menos fronteiras geográficas estabelecemos, mais barreiras acabamos por levantar contra o estrangeiro — repercutindo o efeito manada de proteção grupal. Embora isso também se aplique a qualquer um que consideremos ameaçador à nossa integridade física, moral, social.

Impossível ler e nos manter impassíveis a essa história que se constitui em um belo exercício de alteridade do autor e também um convite para que exerçamos a nossa. Ao nos deixarmos conduzir pela leitura como mecanismo de aproximação com o Outro, penetraremos na pele de Dominique e sentiremos a impossibilidade de Brigite exercer plenamente sua feminilidade. Porque, como seres humanos, em algum momento da vida nós também seremos estrangeiros —se não de um lugar, de nós mesmos.
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