O Homem que Ri

O Homem que Ri Victor Hugo
Victor Hugo
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Resenhas - O Homem que Ri


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Lucas Salsicha 21/03/2023

O sorriso da miséria
Esse é o segundo livro de Victor Hugo que leio, o primeiro tendo sido "Os Miseráveis", e novamente me deparo com uma força narrativa inesperada. Ele mistura a entonação romântica com a frieza do realismo, cutucando, criticando e apontando os defeitos da sociedade. Gwynplaine não é apenas uma vítima de um grupo de criminosos, é vítima de toda uma sociedade. Os pequenos riem dele por ser engraçado, disforme. Os grandes o julgam incapaz, um mero palhaço perdido em meio aos que possuem títulos.
Ursus, um andarilho, por assim dizer, mostra a excêntrica simplicidade do sábio que possui apenas um ou outro bem, um deles seu lobo de estimação.
Conforme conhecemos a Inglaterra do século XVII, através do que nos é narrado, percebemos que a corrupção é tão velha e tão vasta que chega em diferentes sistemas e contextos.
Gwynplaine e Dea. Que amor! Que vontade de vê-los juntos. Isso mesmo. Que vontade...
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Janaskoobmania 27/05/2023

Prova de que o riso nem sempre é Alegria
Dias se passaram desde que li esse livro, ainda assim ao tentar escrever a resenha a nostalgia me toma e revivo emoções impressas de forma indelével na minha alma, marcada por uma escrita sensível, forte e profunda desse grande escritor.
Foram vários os pontos desse romance, que tentarei traduzir em palavras, que mostra uma sociedade corrompida e voltada para a frivolidade e o prazer pessoal.
Já começa com a ideia de uma criança órfã, mutilada e ?construída? para ser uma atração de circos e feiras. Com a ideia inicial pronta o que Victor Hugo faz aqui é nós colocar dentro da história com sua riqueza de detalhes e sua escrita envolvente nos colocando como testemunha e participante de todos os acontecimentos. E foram tantos os diálogos marcantes desses acontecimentos que nos coloca a pensar como pode existir pessoas que se divertem com a dor e sofrimento do outro, alheias à humanidade das pessoas, colocando-as como não humanas e objeto de divertimento. ?Uma criança destinada a ser joguete para os homens - isso existiu. (E existe ainda hoje).
E assim caminhamos através das páginas todo o percurso do personagem Gwynplaine (a criança) e suas agruras numa sociedade mesquinha é podre. Nessa jornada a criança encontra outra criança e juntas, na luta pela sobrevivência, busca na compaixão humana o auxílio e o amparo; a ironia aqui, mais uma, é que essa ajuda vem de um misantropo, que mesmo de forma rude busca cuidar desses seres em tão tenra idade, que foram abandonados por pessoas ditas civilizadas.
No livro há algumas digressões, porém o que o autor faz nessa obra vale sim, e muito, persistir com a leitura.
Durante a trajetória nos deparamos com descrições sobre as discrepâncias entre ricos e pobres, nos fazendo ver que o poder vigente tenta esmagar com tirania a grande massa da sociedade que são os desafortunados, os excluídos, os rejeitados, da elite. Exemplo disso está num trecho do livro: ?Cuide de sua boca abominável. Existe uma regra para os grandes: não fazer nada; e uma regra para os pequenos: não dizer nada. O pobre só tem um amigo: o silêncio?? E me pergunto o quanto disso ainda faz parte da nossa realidade, o quanto ainda usamos desse silêncio velado para continuarmos existindo.
Em todo a nossa jornada Victor Hugo nos coloca em cheque sobre a nossa condição de ser humano é o como estamos negligência a nossa humanidade, espezinhando os nossos por vaidade, poder, orgulho e todas as formas desumana que utilizamos para justificar o que não se justifica.
Não poderia deixar aqui de comentar sobre o final, que me surpreendeu e foi o grande responsável pelo meu tormento, dor e encanto dessa grande obra. Um final feito de reflexão, impacto, perplexidade, mas também de compreensão, tristeza e resignação diante do inevitável.
E para concluir deixo as últimas palavras de incentivo para a leitura, desse maravilhoso livro, um trecho do próprio livro: ??Para quem vive de ficção, a verdade é pestilenta. Quem tem sede de hipocrisia regurgita o real, bebido de surpresa??
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Luciana 21/05/2021

Não sei o que dizer de Victor Hugo, da história, dos personagens...
Não é um livro fácil, devido aos detalhes sobre o funcionamento da sociedade na época, as vezes se torna necessário uma pausa para absorver e compreender melhor.
É um livro que te "diz" tudo e mais alguma coisa...
No final senti pena do Ursus. Pobre Ursus!
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Marcia 21/09/2022

Minhas impressões sobre o livro
Livro incrível! Leitura um pouco demorada devido ao tamanho do livro mas vale muito pois é enriquecedora.
Ahhh Victor Hugo, não é a toa que seus livros atravessaram séculos e até hoje, pleno sec XXI, estamos lendo e aprendendo. Realmente um livro atemporal. Durante a leitura vamos levando "puxões de orelha" onde  parei para refletir em vários trechos. Leitura importante e necessária.
Que viagem literária incrível. Não posso deixar de dizer que em vários trechos ele é muito descritivo, chega ser prolixo mas vale muito a leitura. Eu gosto de livros assim mas para quem  não gosta da pra fazer uma leitura dinâmica nesses trechos. Mas não deixem de ler. Há um capítulo  relatando uma fuga num navio e surge fortíssima tempestade e o navio naufraga. Que momento mágico, a gente se sente lá, junto com os personagens. E assim como esse capítulo ha outros emocionantes também. Uma cena do garoto abandonado em plena nevasca, a gente vive junto, quase sente o frio com ele. Sem contar a emoção pois esse é um dos capítulos que me emocionou bastante. O livro todo tem emoção e muito aprendizado.  Alguns capítulos parecem que estão deslocado, mas não estão. Depois,no decorrer da leitura, vamos entender que são base para compreendermos a evolução da história.O cenário é a Inglaterra, final do século XVII e começo do sec XVIII. Vamos acompanhar a vida de Gwynplaine desde sua infância, quando foi roubado de sua família até a vida adulta. Esse garoto vai sofrer uma cirurgia, só que não para melhoria e sim para ter um sorriso esculpido em seu rosto para sempre para trabalhar em teatros e circos de rua.Também vamos conhecer Ursus, outro grande personagem que nos ensina e nozms cativa. Ele tem um lobo que é seu amigo e tem cada "conversa" com esse lobo... 
Nessa história o escritor denuncia o abuso de poder, a futilidade dos ricos e também  conheceremos um pouco do reinado da rainha Anna, um pouco do breve período da Republica que a Inglaterra teve, o mundo dos lordes, condessas... e a dura, muito dura vida do povo que sofre muito e luta para não morrer de fome. Um livro que gostei e aprendi muito e deixo com vocês essa minha sugestão de leitura. 
Sinopse: "Herdeiro de um ducado, Gwynplaine é seqüestrado quando garoto e, por ordem do rei, ele fica com o rosto esculpido num perpétuo sorriso macabro. Quando cresce, acaba virando atração de circo como palhaço."
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Rayzaa 20/03/2022

Monarquia
?Ele, que acreditava ser forte, ele, que por tantos anos havia flutuado, alma atenta, em meio à vasta difusão dos sofrimentos, ele, que trazia de toda essa escuridão um grito de lamento, justamente ele acabou por naufragar nesse colossal escolho, a frivolidade dos afortunados. Acreditava ser um vingador; era um palhaço. Acreditava fulminar; fizera cócegas. Em vez de emoção, colhera a zombaria. Ele havia soluçado; eles gargalharam. Sob essa gargalhada ele esmorecera. Fúnebre aniquilação.?

À princípio, o nome da obra seria A Monarquia; e esta obra é inteiramente voltada a críticas à monarquia.
O Homem que Ri, garoto órfão, vendido pelo Rei aos Comprachicos, traficantes de crianças, para ser mutilado de forma permanente e irreversível em um riso infinito, com o propósito de torna-lo uma atração nas feiras de circo.
?É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos.?

Ninguém critica a sociedade e a política melhor que Victor Hugo! e aqui neste livro, ele estava completamente revoltado! são paginas e mais paginas de indignação!
você se pega completamente admirado! mas em alguns momentos também se pega completamente entediado! porque esta é uma leitura densa e cansativa; algumas partes desinteressantes e desnecessárias.

A história do inicio se amarra perfeitamente no final.
a mensagem é muito bem entregue.
mas achei o final digno de drama de Shakespeare.
achei que a tragédia nada teve a ver com o conteúdo num todo; achei que foi meio jogado apenas pra entristecer o leitor.
e que tristeza, viu? ?
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ElisaCazorla 01/03/2021

Queria mais ficção e menos História
Queria mais ficção e menos HISTÓRIA!
Acho que Victor Hugo tinha uma preocupação gigantesca com manter um registro histórico do que ele achava que era o centro do mundo. Eu gostei muito do texto mas há tantas e tantas e tantas páginas preocupadas em descrever o funcionamento de um navio e como se navegar um navio e como se achar no meio do mar - que me senti mais lendo um livro de história do que um romance. Informações demais e completamente irrelevantes para a narrativa ficcional deixam o livro um pouco cansativo. É mais um documento do que um romance.
Depois mais e mais páginas sobre a hierarquia da nobreza e da aristocracia na monarquia de Londres - infinitas páginas! Informações DEMAIS que não fazem diferença pra narrativa. É muito claro que Victor Hugo teve muito cuidado em documentar o que ele achava que não podia desaparecer da História. Mas isso deixou pouco espaço para os personagens maravilhosos! Ursos, personagem incrível que amei desde a primeira frase e que poderia ter tido mais e mais páginas.
Um desfecho que não me agradou em nada. Um drama cansativo que deixou TANTAS portas e janelas abertas e que se tivessem sido trabalhadas poderiam ter sido TÃO MELHORES!!!
Uma pena. Uma leve decepção.
regifreitas 01/03/2021minha estante
veja pelo lado bom: se um dia vc se perder no mar, em um navio abandonado, saberá se virar bem. rsrsrsrs


ElisaCazorla 01/03/2021minha estante
Regi, é uma maneira de ver as coisas - mas eu devo admitir que entendi muito pouco desses longuíssimos capítulos porque são bastante técnicos e eu não estou nenhum pouco familiarizada com aquele vocabulário hehe


regifreitas 01/03/2021minha estante
eu tive esse problema com Moby Dick, quando li lá no começo do milênio. muitas descrições sobre a vida no mar e a pesca de baleias. tenho até vontade de reler a obra, mas quando penso nessas partes, bate a preguiça.


ElisaCazorla 02/03/2021minha estante
Acho que esses autores tinham objetivos que ultrapassavam a literatura: documentar. Fica mesmo bem cansativo algumas partes.




florescerdaleitura 22/05/2024

Um menino condenado ao riso eterno - uma neném que ficou cega - um homem chamado Ursus e seu lobo de nome Homo. Eis os personagens de O homem que ri escrito por Victor Hugo.

Ler esse livro é refletir sobre, e principalmente, nas marcas profundas que as desigualdades sociais causam na sociedade como um todo. Pode soar um tanto monótono falar que a opulência de poucos é erguida pelo infortúnio da maioria. Mas é isso que o autor me diz nas linhas desse romance.

Romance que diz o tempo todo que o riso e a cegueira, Gwynplaine e Dea, resumem o sentido da palavra miséria. Sinto falta deles e do amor que um sentia pelo outro. Dentro do caos que foi a história, esse foi o sentimento que ficou em mim dessa leitura.
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Emilia.Reis 26/02/2022

A burguesia sempre vence
A gente sabe que o mundo é um caos e que os ricos massacram os pobres desde sempre, "é um bom sistema".
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No entanto, a forma que Victor Hugo fala sobre isso e ainda cria personagens que vivem toda a questão social da época é formidável e angustiante.
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Esse não é livro fácil, mostra todo o sistema podre da sociedade, que existe pra manter os Lordes ricos em troca da miséria de tantos outros. Não há momentos felizes, é real e vai ser pra sempre atual, infelizmente.
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Obs: Como sempre o autor detalha muita coisa que pra maioria das pessoas não importa e nem faz falta na história, porém não foi motivo pra tirar estrelas dessa obra. (No final ele sempre entrega um bom livro.)
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"Evidentemente Lorde C era convicto, ou seja, idiota"
Rayzaa 26/02/2022minha estante
Vitinho não decepciona


Emilia.Reis 27/02/2022minha estante
acaba com a gente.

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Otávio 01/09/2023

Vitor Hugo sabe mesmo emocionar e pintar belas cenas, seja de amor e virtude, seja de sofrimento e até mesmo retratando a força da natureza como ele fez muito bem neste livro e em trabalhadores do mar. O enredo depende de certas coincidências e os personagens em geral são bastante unidimensionais representando esteriotipos muitas vezes contrastantes:
- Os nobres ambiciosos e violentos, e os heróis pobres e humildes, porém felizes.
- A mulher pura, de sentimentos profundos e a mulher ganaciosa e superficial.
- O velho nômade estranho e meio louco que é mais sábio que doutores e nobres prestigiados na sociedade.
Mas que quando colocados juntos na história criam um quadro, que apesar de não muito realista, expressa de forma vívida valores, vícios e sentimentos daquela sociedade e dos seres humanos em geral.

É um bom livro, porém esse e-book específico da Amazon tem uma tradução muito ruim, cheia de anglicismos e expressões traduzidas de forma literal em alguns pontos. Não fosse a história ter me prendido, eu teria abandonado por conta disso. Dito isso, recomendo o livro porém em outra edição.
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Crixtina 29/03/2023

Simplesmente fantástico
O livro é fantástico de uma sensibilidade ímpar , nos leva a refletir sobre várias questões - beleza, deficiência, riqueza,amor, companheirismo, compaixão, enfim é lindo demais

?Mas por que as pessoas são ignorantes? Porque é preciso que seja. A ignorância é a guardiã da Virtude. Onde não há perspectiva, não há ambição. O homem ignorante está na escuridão útil, que, suprimindo a visão, suprime a cobiça: daí a inocência. Quem lê, pensa; quem pensa, raciocina. Mas não raciocinar é dever; e felicidade também. Essas verdades são incontestáveis; a sociedade se baseia nelas.?
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spoiler visualizar
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Mey 29/06/2022

Finalmente terminei ?O Homem que Ri? do Victor Hugo, foi quase um mês lendo esse livro e mesmo tendo sido uma leitura que demandou muito tempo de mim, é de longe uma das melhores histórias que já li na minha vida.

Eu sempre quis ler Victor Hugo, afinal, sou apaixonada pelas adaptações de ?Os Miseráveis? e ?O Corcunda de Notre Dame'', mas apesar disso, não quis ter o primeiro contato com essas obras, que basicamente, eu já sei a história. Resolvi começar por ?O Homem que Ri?, livro que inspirou a criação do vilão Coringa, dos quadrinhos da DC, por quem eu sou apaixonada (não me entendam mal, mas adoro a construção desse vilão).

?O Homem que Ri? conta a história de Gwynplaine, um jovem que ao ser sequestrado por traficantes de crianças, tem seu rosto deformado tendo sempre um sorriso nos lábios. Após ser abandonado por esses bandidos, ele vaga em busca de abrigo e acaba conhecendo Déa e Ursus, que serão sua família dali pra frente. Os anos passam, ele é feliz em sua vidinha de saltimbanco, quando acontecimentos os fazem se afastar daquela bolha de felicidade e segurança onde vive.

O livro, mais que contar a história de Gwynplaine, vai contextualizar sobre a sociedade europeia. O quanto a elite era podre e cruel, viviam em meio a jogos de poder e tramando uns contra os outros. Ele ainda vai mostrar as dificuldades vividas pelos pobres da época. Isso é uma forte característica da escrita do autor, que usou suas obras para denunciar as mazelas sofridas pela população pobre da época. Apesar de gostar muito de algumas coisas que ele retrata na história, achei desgastante os longos capítulos só falando sobre a organização da Câmara dos Comuns, ou da hierarquia dos lordes e isso fez com que ele não fosse uma leitura perfeita.

Apesar de achar tudo um pouco arrastado, a história de Gwynplaine me encantou, ele é um homem que tem um rosto que muitos chamam de monstruoso, mas uma alma muito linda. A relação dele com a Déa, que é cega, a forma como ele cuida dela, o amor que ele tem por ela e a linda relação entre os dois é uma das coisas mais bonitas que eu já li.

Meu primeiro contato com Victor Hugo não poderia ser melhor, ?O Homem que Ri? é uma obra incrível, que fala sobre a pobreza e a burguesia de uma forma real e dura, mas muito bonita. Que livro, meus amigos!
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Sparr 30/11/2020

Uma das melhores leituras do ano.
Victor Hugo sabia ir na cerne dos sentimentos. Sabia fazer a crítica ao estilo de vida e preferências. Tudo de maneira muito única e palpável.
Gostei demais dessa reflexão sobre a máscara que muda um homem.
Saber como a realeza era capaz do mais sórdido para esconder o que praticava quando ninguém estava vendo. E vejo a crítica sobre isso, muito presente e forte em Gwinplaine.
Nesse livro acompanhamos uma caravana dos improváveis se unindo para se protegerem mutuamente e dali, faz-se uma família. Gwinplaine tem o seu rosto mutilado, mas aprende a viver dentre aqueles que se escondem, não em máscaras de carne como a sua, mas na máscara de suas próprias ações. Na falsidade.
No romance de Gwinplaine com Dea (e isso não se faz spoiler) é possível ver que Dea o enxergava como ele realmente era, para além da aparência. A sua deficiência visual a dava o presente de enxergar a índole de maneira que aqueles que enxergavam claramente não eram capazes.
Gostei demais do discurso no parlamento. Na exposição do riso como muito mais do que um sinal expresso de alegria. Gostei demais de ver as referências tão fortes e sinceras aos estilos de vida durante aquele período.
Apesar das críticas de alguns, gosto muito das digressões de Victor Hugo. Elas enriquecem o texto e dão um respiro em momentos densos.
A tradução está muito boa, porém com ressalva de que algumas palavras que já sabemos inapropriadas, poderiam ter sido alteradas. Mas isso é incômodo meu. Cotejei com o texto em inglês e gostei bastante.
Deixo como sugestão que quem ler, também assista o filme de 1928. E lembre-se que o maior vilão dos quadrinhos, Joker, teve sua inspiração em tal figura criada por Hugo para expor as muitas máscaras e falsidades do homem. O homem que ri, o faz. E por isso, também chora.
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Daniel Lucca 09/04/2020

Que clássico..
Que clássico da literatura extrangeira "Ursus é um homem, Homo um lobo, existe mais humanidade no lobo do que no homem... Dea é cega, mas vê a alma... Gwynplaine é a luz na escuridão..."
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Diego Rodrigues 25/01/2020

Victor Hugo Permanece Atual
Victor Hugo é um dos meus autores favoritos, isso é fato. "O Último dia de um Condenado à Morte", "Os Trabalhadores do Mar" e "Os Miseráveis" foram obras que proporcionaram leituras incríveis e que me marcaram, cada uma à sua maneira. E claro que "O Homem que Ri" não poderia ter sido diferente. Aqui vamos acompanhar a trajetória de Gwynplaine, o garoto órfão que é comprado pelos comprachicos, uma espécie de gangue que trafica crianças na Inglaterra do século XVII, e que por eles é mutilado e desfigurado tendo os dois lados da boca cortados, formando assim em sua face um eterno "sorriso". Com a mudança da coroa e, consequentemente, o enrijecimento das leis, os comprachicos passam a ser perseguidos e condenados à morte por seus crimes. Com medo, a gangue de Gwynplaine resolve deixar a Inglaterra, abandonando o garoto desfigurado à própria sorte.

A partir desse ponto vamos acompanhar o crescimento de Gwynplaine até a vida adulta e seu encontro com personagens marcantes, como a cega Dea, o velho Ursus e o lobo Homo. Aliás, a criação de personagens marcantes e cativantes é marca registrada de Victor Hugo. Gwynplaine traz muito de Jean Valjean, apesar de tudo que sofre durante a história e das tentações que enfrenta, ele se mantém fiel a seus princípios e fiel a seus amigos. Dea em alguns momentos faz lembrar Cosette, foi acolhida quando estava fragilizada e se tornou a "cola" que mantém o grupo unido. Ursus é um filósofo que ás vezes se faz de durão mas por dentro seu coração se derrete todo ao contemplar o amor e a luz que vêm dos mais jovens a sua volta. Homo, o lobo, forma uma bela dupla com Ursus. Como diz uma passagem do livro: Ursus tem mais de lobo do que Homo, e Homo tem mais de homem do que Ursus.

Victor Hugo também é conhecido pelas longas digressões presentes em suas obras, o que é muito criticado por parte de alguns leitores que não estão acostumados com o estilo do autor. Confesso que quando eu estava lendo "Os Miseráveis" essas digressões me incomodavam um pouco, eu queria saber o que ia acontecer com os personagens no capítulo seguinte e era surpreendido por um longo capítulo que contava a história dos esgotos de Paris ou falava das táticas de guerra de Napoleão. Mas depois de concluída a leitura eu percebi o quanto essas digressões foram importantes para a ambientação e o enriquecimento da história. Victor Hugo trabalha muito o contexto histórico e político em suas obras, o que pode tornar a leitura um pouco mais lenta, porém mais rica. Em "O Homem que Ri", por exemplo, vamos ter muitas digressões sobre aristocracia inglesa da virada do século XVII para o XVIII. O autor em nenhum momento vai se intimidar de fazer uma pausa na narrativa da história para filosofar sobre o gênero humano ou tecer críticas a sociedade da época. Críticas essas que, infelizmente, permanecem atuais na nossa sociedade em inúmeros pontos. Talvez por isso essas digressões sejam tão importantes e não devem ser negligenciadas, principalmente nos tempos de hoje que têm sido tão obscuros. Victor Hugo permanece atual.

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