OToloDeAmarelo 03/04/2021
Leitura tensa de acontecimentos reais!
Nellie Bly foi uma corajosa jornalista que aceitou o desafiador trabalho de internar-se em um hospital psiquiátrico. Seu objetivo era entender e relatar as torturas e descasos que ocorriam entre enfermeiros, médicos e pacientes, assim como o processo de triagem das próximas internações. Bly descreve que nem todos os pacientes realmente precisavam de cuidados mentais hospitalares, mas todos, sem exceção, eram tratados de forma desumana. A saída? Provar-se mentalmente são. Uma tarefa difícil para qualquer pessoa emocionalmente abalada pelo medo. Este não é um livro de ficção e contém relatos de violência, opressão, abuso físico e mental.
Nellie aceitou o maior desafio da sua vida ao participar dessa empreitada. Não imaginava que seria algo tão sombrio, tão cheio de dor e angústia, um tratamento desumano que é reservado para aqueles considerados insanos. Pior do que isso, é que muitas mulheres que estão naquele hospício não são loucas, simplesmente acabaram indo para lá num momento de estresse, raiva ou doença, e com ninguém lá é submetido à um real tratamento para identificar transtornos mentais, são todos levados a uma cela para se dar início ao "tratamento". Uso as aspas nesta palavra pois abuso verbal e físico passa longe da minha ideia de tratamento de necessitados e infelizmente, está é realidade do Manicômio apresentado no livro.
É um relato bem triste e real do ocorrido que perturba bastante. É triste saber quantas pessoas sofrem naquele lugar, sem ter um segundo de paz e nem mesmo a chance de serem ouvidas. Nellie pode ter mudado essa realidade com o seu livro, ajudado pessoas que passam por algo semelhante em algum outro lugar. A realidade é dura, cruel e bizarra, mas pessoas como a Nellie ajudam o mundo a ser algo menos violento e trazer alguma esperança para os corações despedaçados.