Cynthia 19/08/2021Ler para reter o que é bomLi em sequência o "Dez maneiras de acabar com a criatividade do seu filho" e "Dez maneiras de acabar com a humanidade do seu filho" para ter um panorama do pensamento de Anthony Eoslen.
O autor usa um tom irônico, fingindo defender aquilo que critica, para alertar aos pais sobre os perigos da educação contemporânea. Porém, em diversos momentos das obras, o autor se perde na ironia e passa mesmo à preleção.
Claro que isso não tira o mérito das obras de denunciar os aspectos negativos da criação de crianças e adolescentes atual. O autor toca em pontos importantes, como a massificação do ensino, a erotização precoce e a pouca utilidade dos conhecimentos aprendidos na escola para uma vida significativa.
A minha crítica se faz sobre a idealização excessiva das épocas passadas. Em alguns momentos, parece que o autor quer entrar novamente no ventre da mãe e ser parido no século XVI. Também é preciso atentar que o autor escreve de um contexto norte-americano, cuja colonização protestante favorecia a educação da classe média. A época que o autor idealiza foi bem diferente no Brasil, com uma vasta população analfabeta e nós, leitores brasileiros, devemos estar atentos a isso.
É um livro bom para nos mantermos ligados e combatermos os erros de nossa época, mas deve ser lido com cuidado para reter apenas o que há de bom, deixando de lado os preconceitos imbricados em alguns pontos de vista defendidos pelo autor.