Lucas 23/12/2021
Teologia bíblica na prática – Michael Lawrence – RESENHA
Teologia bíblica na prática: um guia para a vida da igreja, de Michael Lawrence.
Dificilmente eu conseguiria fazer uma apresentação para esse livro melhor do que a que está em seu prefácio. Abaixo, segue um pequeno pedaço que descreve muito bem o material:
“O pastor Lawrence oferece uma introdução maravilhosamente clara e útil à teologia bíblica, para que possamos ver a importância das alianças e do cânone, da profecia e da tipologia, da continuidade e descontinuidade. Além disso, somos brindados com um esboço esclarecedor da teologia bíblica desde a criação até a consumação, no qual algumas das principais artérias do enredo das Escrituras são explicadas”, Thomas R. Schreiner.
Pois bem, trata-se de uma introdução à Teologia Bíblica (TB) das melhores que já li.
O autor define a proposta assim: “…a teologia bíblica trata da leitura da Bíblia, não como se fossem sessenta e seis livros separados, mas um único livro com uma única trama: a glória de Deus exibida por meio de Jesus Cristo. A teologia bíblica é, portanto, sobre descobrir a unidade da Bíblia no meio de sua diversidade. É sobre entender o que poderíamos chamar de metanarrativa da Bíblia”, p. 16.
Com essa definição, especialmente a frase final, já fica declarado que haverá uma tendência interpretativa na proposta, que se dará a partir de alguma visão em especial, e não apenas por aqueles pressupostos que um autor não percebe estar seguindo.
Nesse caso, estamos falando de um teólogo reformado. Essa então é a perspectiva do livro.
Uma grande diferença entre este livro e todos os outros que li sobre TB é a metodologia pastoral por trás de absolutamente tudo que é explicado. O livro está realmente comprometido não só com a boa interpretação das Escrituras, mas com sua correta aplicação e, mais especificamente, com sua aplicação na comunidade local da fé dos leitores (sejam eles pastores ou não).
Há material mais técnico no livro, mas ele não atrapalha a leitura do restante. Aliás, o próprio autor diz algo sobre isso:
“Como você deve ler este livro? Alguns de vocês vão achar os primeiros capítulos intimidadores. Nós vamos lidar com algumas questões técnicas de método teológico. Se isso parece ser mais do que você esperava, eu o encorajo a tratar este livro como os manuais de instrução que você obtém ao adquirir um novo computador. Há o manual grosso que diz tudo o que você gostaria de saber e mais um pouco. E há também o guia de início rápido em uma única página para aqueles que querem apenas ligar o computador e seguir em frente. Se o que você está procurando é o guia de início rápido, vá direto para o capítulo 6 e comece a ler por lá. É onde ligamos o computador e tudo ganha vida, porque é onde você me verá realmente fazendo as coisas que os cinco primeiros capítulos estão falando. Mais tarde, quando você estiver pronto para descobrir como fazer isso sozinho, volte e veja os capítulos anteriores”, p. 21.
Permita-me colocar ainda mais um grande trecho do livro, pois é algo que eu realmente desejo que todo cristão entenda – mais ainda para encorajá-lo a ler esse livro.
Em certo ponto, o autor diz que “a teologia bíblica fiel não começa com um tema ou uma grande história, mas com um texto. Provavelmente é exatamente onde você começa em seu próprio estudo bíblico pessoal, e onde eu começo a cada semana que estou preparando um sermão ou um estudo bíblico”.
Ele continua assim:
Você começa com um texto e se pergunta: qual é o sentido desse texto? Prestando atenção à gramática e sintaxe, gênero e cenário histórico, você tenta entender a intenção original do autor. Mas agora eu espero que você veja que a pergunta “qual é o sentido?” é uma questão maior do que parece a princípio. Usando as ferramentas da exegese, procuramos o sentido no contexto da passagem maior ou do livro bíblico. Usando as ferramentas da teologia bíblica, consideramos o sentido do texto à luz de onde o texto recai na história da redenção. Em que era da obra salvadora de Deus ele ocorre? Há algo novo ou distinto acontecendo em relação ao que aconteceu antes? Uma promessa foi cumprida em um nível? Um tipo foi desenvolvido ou mais claramente identificado? Então, usando essas mesmas ferramentas da teologia bíblica, perguntamos qual é o sentido do texto à luz de todo o cânon; isto é, à luz da obra de Cristo na cruz e de seu retorno prometido. Nós vemos um cumprimento final de uma promessa ou de um tipo? A descontinuidade apresentada marca uma mudança, desenvolvimento ou expansão de uma promessa anterior? De que maneira a continuidade é mantida? É precisamente neste ponto que os temas bíblico-teológicos se tornam aparentes, quando perguntamos como o evento ou ensino específico se relaciona com a revelação final de Jesus Cristo, sua obra salvadora e seu reino prometido – p. 208.
Leia esse livro! Compre-o, se possível, e repasse a quantos cristãos puder.
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