Luciana Klanovicz 05/06/2021
Com o coração guardado no punho
Cassandra e Tom Severim são um dos casais que mais gostei desta série. É claro que o mérito é da autora; eles se apaixonam não imediatamente como poderíamos imaginar na cena da biblioteca (eu serei sua ostra), mas na cena da cozinha onde dividem uma atividade manual. O mais interessante são as escolhas da autora para que as coisas que esperamos entrem em ação. Tom resiste a si mesmo enquanto para Cassandra não há reservas. Adorei a forma como ele foi rompendo suas determinações, sua lógica e engenharia sofisticada. A gente já sabe que era uma questão de tempo ele cair em si, mas como isso acontece é que chama mais a atenção.
Destaco aqui a figura dos demais personagens, como a Doutora Garrett, assim como Devon numa das minhas passagens preferidas: é grande na delicadeza do arranjo dos Três Pássaros, foi um momento tocante, para mim.
Basil foi outro personagem de destaque; é ele quem dá o pontapé para a mudança de Tom, mesmo sem que ele admitisse. Ele é invisível em boa parte da trama, no entanto, sua existência é fundamental para a real mudança em Tom que a partir de então faz as pazes com seu próprio passado.
Cassandra carrega a trama nos pontos mais decisivos e dramáticos. A questão da aparência e do medo recorrente das mulheres de serem mal interpretadas não pode ser deixada de lado. Nos vemos em Cassandra e torcemos para que a protagonista conquistasse seus sonhos e que fosse vista como um ser pensante para além das aparências.
Assim, a trama é cativante ainda mais se você tiver lido os livros anteriores para entender melhor a relação dos protagonistas na rede de narrativa da família Ravenel. É justamente esta família e o que ela amplia nos novos relacionamentos a grande cereja do bolo que nos conquista. E, dessa forma, no final da leitura estamos certamente com "o coração guardado no punho".