A visão das plantas

A visão das plantas Djaimilia Pereira de Almeida




Resenhas - A Visão das Plantas


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. J e n n i . 21/01/2023

Um novo olhar
Estava buscando algo poético e que envolvesse o mundo natural para ler, e encontrei esse livro que achei leve, até abrir nas primeiras páginas e ver que de leve não havia nada. Me prendeu e me confundiu e me trouxe um olhar perspectivo sobre um ponto da vida que era incapaz de olhar, ou apenas me esquecido com o tempo. Ganhar isso novamente foi como ter um presente, embora não tenha aproveitada a leitura em seu todo e nem gostado muito, gostei da percepção que tive da narração e do lírico sensitivo que me ensinou a carregar um novo olhar.
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Michelle 04/01/2023

A visão das plantas
Me surpreendi com a fluidez, escrita boa, história envolvente e com doses de enigmas e poesia. Eu não conhecia a autora, gostei!!
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Eduardo Mendes 30/12/2022

Solidão e silêncio
A Visão das Plantas é o terceiro livro da escritora Djaimilia Pereira Almeida publicado no Brasil. Ela nasceu em Luanda e mora em Portugal, e não por acaso, escreveu sobre um passado sombrio compartilhado por África, Portugal e Brasil. Djaimilia é uma das autoras contemporâneas de língua portuguesa mais celebradas atualmente, e este foi meu primeiro contato com a sua obra.

A Visão das Plantas narra a história do capitão aposentado Celestino, que regressa à sua casa vazia após anos de vida no mar. Celestino é um personagem complexo e cheio de nuances, que foi capaz das piores atrocidades quando foi capitão de um navio negreiro, e responsável direto pela morte de diversos negros escravizados, mas que na velhice torna-se um zeloso e delicado jardineiro, alguém que “talvez tivesse um coração escondido atrás das tatuagens”.

Acompanhamos a história de alguém que ateou fogo no seu passado, e que cria aos poucos uma improvável relação de afeto com suas plantas, talvez pela sua falta de tato de lidar com seus semelhantes, Celestino reencontra sua humanidade ao cuidar do jardim.

Ele parece afundado na sua própria ruína, e quando perde o sono a brutalidade do passado vem assombrá-lo. Minha impressão é que sua dedicação quase religiosa ao jardim é uma forma de tentar seguir em frente e aproveitar o pouco tempo que lhe resta de vida.

O capitão praticamente não tem amigos, além de um padre que aparece vez ou outra pra visitá-lo, e mesmo assim se mostra muito mais devotado ao jardim, fugindo das tentativas do padre de lhe arrancar uma confissão. Afinal, as plantas não julgam. “Não eram as plantas, que não fazem perguntas, muito mais proveitosas do que o aborrecido padre, com os seus olhos culposos?”

A Visão das Plantas é um livro sobre a solidão e sobre o silêncio. Escrito com um talento incrível, que deixa o leitor perdido entre a brutalidade e a delicadeza. Particularmente, gosto bastante da contradição de sentimentos que a experiência de leitura pode proporcionar, e certamente este foi um dos melhores livros que li em 2022.


site: https://jornadaliteraria.com.br/a-visao-das-plantas/
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Verissimo 10/07/2022

O homem que encarna
E o homem encarna aqui no que deposita seu amor. Nas plantas, na terra, lá sua própria relação com essas coisas.
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lica 18/04/2022

velho canalha, escrita perfeita
não tem como abandonar o livro. o trabalho da djaimilia de uma polidez e com um jogo de palavras absurdo, ela me deixou sem chão. é um livro incrível!
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@leiolivros 13/04/2022

Singelo. É uma palavra que me veio a mente enquanto lia essa história curtinha, mas impactante.

Acompanhar um personagem controverso é complicado. Celestino fez e viveu horrores em sua vida como um capitão de navios negreiros. Porém, quando o conhecemos, sua relação e personalidade são apresentadas no contexto do jardim que cultiva com todo seu afeto.

As palavras de Djaimilia são muito bonitas. Por vezes me desassociei um pouco de seu significado, mas, no geral, sinto que consegui acessar as camadas sutis que ela quis apresentar em seus devaneios sobre as flores, os delírios de Celestino e outras intervenções que tanto contribuem na harmonia da narrativa.

A história é contada toda de uma forma muito doce, mas sem deixar de escancarar a veracidade dos fatos. A realidade de Celestino e sua relação com suas plantas e seus fantasmas são o reflexo, ou talvez a resposta kármica, da vida que ele escolheu viver anteriormente.

Foi uma leitura tocante e que não posso deixar de recomendar. A Todavia segue me surpreendendo com sua curadoria incrível de autores variados e capas belíssimas.
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iagomikan 21/02/2022

Um capitão de um navio negreiro decide morrer em casa, de velhice. Num pêndulo entre bem e mal, seus últimos dias são acompanhados pelo roseiral que ele cultiva. As plantas parecem não se importar com o passado cruel. Entre assombro e silêncio, Djaimilia Pereira de Almeida traça um passado-presente que conecta Portugal, Brasil e Angola. Três países centrais para entender sua obra. É um livro curto, tocante e complexo. Estou falando de livros em @rezendeiago. Vamos trocar por lá? :)
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Sidélia 15/02/2022

Tranquilo
Achei um livro tranquilo, é curtinho e achei ótimo para intercalar com leituras mais tensas. Não achei nada fantástico, mas a história é bem bonita.

Tem um eixo da narrativa que é muito interessante, principalmente no desenvolvimento do personagem.

A gente tá acostumado ao arrependimento e ressentimento dos personagens, nesse livro Djamila tira a literatura desse lugar de mobilizadora de afetos de culpa e punição.

Fiquei bem reflexiva porque acho que esse personagem é bem inesperado.

Recomendo!
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Danusa 06/02/2022

O livro não é bem escrito, porém não é fácil de ler de uma vez só.
Celestino traz a peso das mortes que causou em suas costas e as mesmas mãos que sujaram-se de sangue, agora cuidam de um lindo jardim.
Velho, cansado e sozinho voltou a casa de sua mãe onde espera o findar da sua vida, as vezes sonâmbulo e as vezes perturbado passa o dia com suas flores vendo tudo acontecer.
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Lurdes 06/02/2022

A Visão das Plantas é uma leitura ao mesmo tempo terna, revoltante, comovente e perturbadora.

Não é para menos.
Nosso protagonista é um ex capitão de navio negreiro, com um passado de crueldade que pesa sobre suas costas e suas lembranças.

Ao fim da vida, quase cego e iniciando um processo de demência, ele retorna à casa onde cresceu e passa a cultivar um jardim.

Capitão Celestino, este é seu nome.

Os vizinhos conhecem as histórias aterradoras e muitos evitam, até mesmo, passar por sua calçada. As crianças vivem um misto de medo e fascinação. Algumas poucas vizinhas, em consideração à memória de sua mãe, ainda se permitem alguns gestos mais generosos, como alcançar algum alimento.
A única visita que Celestino recebe é do Padre Alfredo, que gostaria que ele se confessasse e se arrependesse de seus pecados.
Mas Celestino não está arrependido. Ou está?
A delicadeza e cuidados dedicados às suas plantas teriam tornado Celestino um homem melhor?
Não é o que parece.
A dureza, instalada nele, está de tal forma solidificada que não pode ser extinta.
O que resta a Capitão Celestino é dedicar às plantas o afeto, cuidado e preocupação que ele nunca teve por nenhum ser humano.
E o que ele recebe de volta?
Flores viçosas, com cores e odores inebriantes que passam a ser sua razão de viver.
Mas as plantas não se importam.
Se não o julgam, tampouco podem lhe oferecer qualquer sentimento de carinho ou agradecimento pelos cuidados.
Elas vivem, crescem, florescem, não por, ou para ele, mas porque é de sua natureza.
Quando iniciei a leitura me senti muito incomodada porque não conseguia aceitar uma escrita tão bonita e poética com um protagonista tão escroto.
Estas contradições deixam a leitura ainda mais intensa.
Uma sacada de mestre usar da delicadeza para denunciar a barbárie.
Terminamos o livro com um aperto no coração.
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@ale_raposo 29/01/2022

Uma solidão de cortar com a faca!
Esse é um livro curto,poético,mas nem por isso,simples de ler.
Nessas páginas,encontramos o Capitão Celestino,um homem do mar,já aposentado,que retorna a Portugal,para passar o fim de seus dias na casa que morou sua mãe.
Apesar de ter sido um homem cruel,que assassinou,roubou,enganou e fez todo o tipo de maldade ao longo da vida,Celestino se descobre pleno ao lado de um jardim,que cultiva com muito capricho.
Toda a vizinhança o despreza e teme,e muitas lendas são espalhadas envolvendo seu nome. Sua única visita,é o Padre Alfredo,que além de elogiar muito seu jardim,sempre tenta o convencer a frequentar a missa e a se confessar.
Essa é uma história que envolve de tal forma,que fica difícil não virar uma página a mais.
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Wanessa Braga 23/01/2022

A vida das plantas
Não gostei.
É sobre Celestino, um velho capitão de navio negreiro que volta pra sua abandonada casa e passa seus últimos dias cuidando do seu jardim. Foi chato ler e grazadeus o livro é bem curtinho pois só assim eu consegui terminar.
Tenho certeza que o livro tá coberto de metáfora que infelizmente não soube captar. ?
Talvez vocês tenham mais sorte que eu.
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Renata (@renatac.arruda) 23/01/2022

Há tempos queria ler Djaimilia Pereira de Almeida e resolvi começar com este pequeno livro, que encabeçou várias listas de melhores de 2021.

Não foi uma tarefa tão simples. Mais do que o conteúdo, a autora prioriza o trabalho de linguagem aqui e exige uma atenção redobrada para que o ritmo não seja perdido. Não é um livro que dá pra ler de forma displicente, para passar o tempo.

O livro fala sobre um idoso que viveu como capitão de navio negreiro. De volta à sua terra natal, ele não se arrepende nem sente remorsos de nada, nem de atirar pessoas ao mar ou tirar a vida de crianças, entre outras coisas. Desprovido de empatia, o único vislumbre de sensibilidade que o pirata demonstra é ao cultivar seu jardim, tendo as plantas como suas únicas companheiras. Apesar disso, não parece ser por acaso que ele passa a ter visões de pessoas que matou -- o que não é nenhum tormento, mas uma forma de não chegar sozinho ao inevitável fim.

Inspirada por uma passagem de uma crônica do livro "Os pescadores", do autor português Raul Brandão, que fala sobre um certo capitão Celestino, que viveu como pirata e morreu como santo, Djaimilia procura explorar a vida interior dessa personagem tão intrigante em um romance cheio de pequenos detalhes, fragmentos de lembranças, pensamentos e anotações costurados em uma prosa poética que quem se distrair pode acabar não captando.

Para alguns, pareceu prolixo. Para mim, soou inspirado e original -- mãos menos habilidosas falhariam miseravelmente na experimentação mas Djaimilia Pereira de Almeida mostrou ter pleno domínio do seu projeto. É um livro gracioso, que consegue extrair beleza de onde muitos só veriam horror.
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