Dondoca Literária 19/02/2021Aprendendo a ViverEsse foi meu primeiro contato com escrita da autora e devo dizer que, me senti tocada profundamente com os temas abordados.
Acompanhar a jornada de Lívia não foi fácil, pois, conseguimos ver o quanto ela e o irmão eram próximos, e nada que eu escreva vai ser capaz de expressar esse sentimento.
Para tentar lidar com luto, Lívia, que mora com a mãe, começa a fazer terapia, e, para lidar com algumas sequelas oriundas da sua dor, a terapeuta receita alguns medicamentos para os momentos difíceis, mas nada é suficiente.
Lívia se machuca, magoa pessoas queridas, se autodeprecia e, ao colidir com seu passado chega ao limite.
Vivendo esse turbilhão de emoções, se entregar ao álcool e a medicação foi fácil, menos dolorido, mas a dependência logo cobraria seu preço; gradualmente tudo foi se perdendo, família, amigos, sonhos... nada mais fazia sentido.
Por diversos momentos me emocionei, Lívia cresceu com o pai alcoólatra e sabia da sua pré-disposição a doença, tive vontade de abraçá-la e dizer que tudo iria passar, mas, na verdade, mudanças só acontecem quando assumimos que estamos errados, que precisamos de ajuda; sua trajetória de erros foi longa.
.
Lívia chegou ao extremo, assim como muitos adolescentes que, por não saberem lidar com sua dor, buscam alívio momentâneo, pondo em risco não só a sua vida, mas a de quem está ao seu lado.
.
Aqui nossa personagem teve um novo estímulo para voltar a viver, para lutar contra seus demônios, Daniel, um garoto que se mudou a pouco para a mesma cidade, vai ser a luz a no fim do túnel para Lívia.
.
Contudo, este livro é um aprendizado e, se você procura um enredo, onde o romance vai salvar a mocinha, essa leitura não é para você; aqui, temos a triste história de alguém aprendendo a viver, depois que algo que? amamos muito foi tirado de nós.
Superação e recomeço ditam esse enredo, baseado em fatos, vividos pela autora e, só ao final, vamos saber o causador de tanta dor, sofrimento e todo significado por trás desta obra.
.
Simplesmente leiam!
Nota da leitura:
Fevereiro é o mês de combate à doença, que é um considerado um problema de saúde pública, e que pode ser controlada.
Alcoolismo é uma doença, de acordo com um estudo do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo, cerca de 40 a 60 por cento dos fatores que influenciam o alcoolismo são genéticos. Isso significa que pessoas com histórico familiar de dependência de álcool têm até 50% mais chances de desenvolver essa condição do que aquelas sem influências genéticas.
.
Fonte/link da pesquisa: PsychCentral- https://psychcentral.com/lib/alcohol-consumption-and-genetics/ - Consumo de álcool e genética.