Larissagris 25/07/2023UNI-DUNI-TÊ (M. J. ARLIDGE)Preciso tentar me lembrar do que é real, do que é bom. Mas, quando se é um prisioneiro, os dias parecem não ter fim, e a esperança é a primeira que morre. (Pág. 10)
A confiança é algo frágil - difícil de conquistar, fácil de perder. Não tenho mais certeza de nada. (Pág. 18)
Mas a verdade nua e crua é que era impossível conhecer de verdade outra pessoa. E essa simples ideia o manteria acordado a noite toda. (Pág. 71)
Não consigo me lembrar de quando foi a primeira vez que vi meu pai bater em minha mãe. [...] A gente nunca se acostuma a uma coisa dessas. Mas acaba entendendo que vai acontecer de novo. E a cada vez que acontece, a raiva aumenta. E a gente se sente um pouco mais impotente. (Pág. 81)
Peter sorriu e jogou o dado, mas por dentro estava morrendo. É difícil aproveitar o Natal quando se tem as mãos manchadas de sangue. (Pág. 133)
Por que a assassina agia dessa forma? Fazia suas vítimas participarem de um diabólico jogo de uni-duni-tê, certa de que, quem puxasse o gatilho, em última análise, sofreria muito mais do que sua vítima. A questão, a graça do negócio, seria então o trauma permanente do sobrevivente? (Pág. 159)
Os curiosos são alvos fáceis, não são? São espíritos inferiores, que se alimentam da desgraça alheia. Mas quem de nós pode dizer que não olharia? Quem nunca espiou ao passar por um acidente de moto ou por uma área isolada pela polícia? O que procuramos ao olhar? Sinais de vida? Ou sinais de morte? (Pág. 167)
A gente quer tanto que as coisas se encaixem que, muitas vezes, nossos olhos nos enganam. (Pág. 170)
Ao lado deste telefone há uma pistola. Está carregada com apenas uma bala [...] Juntas, vocês devem decidir quem vive e quem morre. Só a morte pode libertá-las. Não existe vitória sem sacrifício. (Pág. 197)
O desespero era mais fácil que a esperança. A esperança era cruel, pois prometia a Caroline coisas que temia não sentir nunca mais: amor, acolhimento, conforto, felicidade. (Pág. 213)
Em princípio, parece muito fácil a gente dizer que vai cortar alguém da nossa vida, mas quando essa pessoa aparece na porta pedindo ajuda, é difícil mandá-la embora. (Pág. 258)
Na ânsia de vencer uma batalha, a gente não pode esquecer dos feridos em combate. (Pág. 279)
Em alguns momentos na vida precisamos escolher entre nos abrir para o mundo ou enterrar a cabeça num buraco. Seja na vida pessoal ou na profissional, há momentos em que é preciso saber quando se está pronto para se revelar para o mundo. (Pág. 362)
Era um remédio amargo, mas a situação estava pior do que nunca. Algumas vezes na vida é preciso afagar a mão que nos golpeia. (Pág. 371)
No final das contas, somos todos animais, arrancando os olhos uns dos outros. (Pág. 425)