Clube do Farol 08/08/2022
Resenha por Carol Finco @blogpretenses
Pode conter spoiler dos livros anteriores.
Oi, faroleiros, esta resenha é sobre o sexto livro da série Anne. A série continua a narrar o transcorrer da vida de nossa ruiva mais querida. Será que ela continua feliz?? Se sente realizada?? Ainda mantém sua personalidade única e cativante?? As respostas a estas perguntas, e tantas outras que nós fazemos ao ler a continuação desta série, são respondidas sem deixar nenhuma brecha neste sexto livro.
Temos uma continuidade, mas ao mesmo tempo a Anne tem aquele relembrar de tudo o que viveu para chegar até aquele momento, as pessoas que fizeram e algumas que ainda fazem parte de sua vida. Ela agora tem muitas responsabilidades como esposa de um médico tão procurado, além do cuidar dos filhos.
A história desta vez tem foco na família da Anne. A autora, além de manter o casal com a mesma personalidade e narrar a vida dos dois em casa e na comunidade, nos apresenta, individualmente, cada um dos filhos deles e suas aventuras. Eu fiquei apaixonada por cada um. Como eles são uma mistura tão especial dos dois e da criação que eles têm. Também é fato eu amar a narrativa da autora.
Percebi que apesar de amar muito romance, não são todos os livros de autores que escreveram no século passado que gosto de ler. Confesso só ter lido um livro da Jane Austen, o clássico Orgulho e Preconceito, e que não me animei a ler os outros. Agora a Lucy conseguiu me prender no universo desta série. A vida no continente canadense também é algo novo para mim, e a sua escrita poética não é chata, pelo contrário, é divertida, as maneiras descritivas exageradas que a Anne e seus filhos têm para se expressarem sobre algo, em especial quando se trata da natureza e dos sentimentos, o jeito singular do Gilbert nos mostra como ele completa a Anne e esta família de maneira tão importante e especial.
Outra coisa que curto muito ao ler esta série é a descrição ao se narrar fatos como o parto, por exemplo, não se diz em momento algum a palavra gravidez ou que a mulher está dando a luz. E podemos perceber assim como as “situações” femininas não eram ditas abertamente, muito menos com as crianças. É muito bacana também ver como a Anne é uma mulher à frente do seu tempo por ter feito faculdade e escrever para o jornal, mesmo que sejam apenas contos pequenos. Bem como percebemos que, apesar de toda a sua formação, ela não se ressente de ser mãe e esposa. Pelo contrário, se questiona se está cuidando da família e, principalmente, do marido que tanto trabalha de maneira certa.
Isso nos ensina que uma mulher pode ser e fazer o que quiser, contanto que isto seja o que lhe traz felicidade. Mesmo nos dias atuais uma mulher não deve se sentir inferior por ser “do lar”, aliás, eu respeito muitíssimo minha mãe, pois sei que em casa ela, muitas vezes, tem um dia mais cansativo que eu no serviço externo e não recebe salário para isso. A Anne era feliz no seu papel do lar. Para o contexto da época, vejo na escrita da autora uma forma de mostrar o poder da mulher de maneira linda, descrita também em outras personagens de formas tão particulares.
Este livro, assim como os anteriores, continua a nos trazer lições preciosas para o nossa vida e nos mostra que algumas atitudes devem permanecer as mesmas independente da época em que vivemos, nos mostra também que, infelizmente, algumas atitudes precisavam voltar a ser importantes nos dias atuais. O livro, sem sombra de dúvidas, merece nota5/5, pois além da história fantástica, a tradução está excelente, bem como todo capricho na diagramação, impressão e capa. Aliás, tive que comprar a série completa novamente para ficar com estas capas maravilhosas e iguais na formatação.
Boa leitura,
site: http://www.clubedofarol.com/2020/03/resenha-anne-de-ingleside.html