Bit 28/05/2021Linha tênueLayla é um livro bem diferente dos que estou acostumada a ler, tem uma pegada forte com o sobrenatural que está bem entrelaçado no enredo. A leitura flui bastante, porque você fica naquela ligado para entender o que diabos está acontecendo ali e também porque a escrita é bem fácil de se manter o ritmo. Esse livro lhe deixa completamente dividida, sobre em que acreditar, em que se indignar ou em que ser compreensiva. É como se tudo acontecesse em uma grande linha tênue, entre planos existenciais, onde quase se funde o certo e errado, o moral do imoral... É também extremamente viajado a história, a ponto de beirar o bizarro e o surreal. Tem um plot twist muito bom que dá aquele nó legal na nossa cabeça. Não gostei muito do protagonista, que é o narrador único do livro, não consegui me conectar muito com ele, nem tampouco perdoa-lo por várias atitudes, o máximo que consegui foi entende-lo um pouco. Mas gostei do formato do enredo, que alterna entre o presente e o passado, até os dois se encontrarem no final. Uma das coisas que mais se sobressaiu para mim na leitura de reflexão, é como existe força na crença e no desejo, como aquilo que acreditamos firmemente ou deixamos de acreditar, se torna nossa única verdade absoluta, que nos convencemos que é a realidade ou fantasia, fechando nossas mentes para as possibilidades e perspectivas. Existe tanto uma positividade nisso, em acreditar firmemente em algo, como uma negatividade, no cruzar entre o natural e a obsessão, no se limitar e no sobreviver.