Resenhas - Eu não sei quem você é

Gabriely 16/11/2024

Gente, juro. Essa leitura me irritou e não foi pouco.

Esse livro tem uma premissa surreal de boa, e, com tantas possibilidades de desenvolvimento que a autora poderia escolher, o caminho que ela tomou (na minha percepção) foi simplesmente horrível.

A história fala sobre duas personagens que são muito amigas há muitos anos e, uma delas, é uma ativista ferrenha sobre a questão da violência contra a mulher, especialmente a sexual.
Acontece que, em determinado momento da história, há um confronto sobre uma denúncia do filho da ativista ter violentado sexualmente a filha de sua amiga. E isso desencadeia uma série de negacionismo e desconfiança entre ambas. Principalmente por conta da falta de confronto em relação a cada uma com seus respectivos filhos.

É necessário entender que abusos no geral são coisas extremamente sérias. Inclusive acusações falsas (que, no livro, acaba sendo o caso, apesar da garota ter sim vivido uma violência, mas de outra pessoa).

Entretanto, o que me incomodou nesse livro foi a falta de seriedade com o assunto e como a situação toda se desenrolou de uma maneira porca.

O plot sobre o real culpado ter sido um professor da escola seria 1000x mais interessante se isso tivesse, de fato, sido desenvolvido. Porém o personagem em questão aparece poucas vezes. E aqui, havia uma imensa oportunidade de explorar o quão esse aliciamento que pode acontecer dentro das escolas é perigoso, mas nada disso aconteceu. Foi algo jogado para ter uma solução, e somente isso.

Me senti muito mal com esse livro demorando a mesma situação por um longo tempo e com as duas protagonistas sofrendo pelos cantos ao invés de confrontarem os filhos.
Principalmente Holly (mãe do menino em questão), que não aprendeu absolutamente nada com a situação e só ficou o livro inteiro tentando provar a inocência do filho, mas que nunca o confrontou decentemente para defende-lo direito, somente criou uma verdade na cabeça dela e deixou por isso mesmo.

Enfim, o livro tinha muito potencial, tanto para uma escolha de história para uma acusação verdadeira quanto falsa, mas sinto que o livro não completou nenhum ciclo direito e ficou no meio entre os dois caminhos.

Não gostei e não indico.

Mariana 06/11/2024

Plot twist ótimo
O plot twist desse livro é muito bom, não imaginei que seria como foi, conseguiu me surpreender demais.
A relação entre as 'mães' foi também um ponto forte do livro, ver a amizade se transformando no puro suco do ódio e do desprezo, fez com que as personagens se tornassem mais reais, mais humanas.
Acredito que ele poderia ter sido mais estruturado, mas ainda sim vale as 3 estrelas.
Valeu a leitura.

Kali.Neves 16/10/2024

É um livro muito bom, não é o tipo livro conforto é mais o tipo que te deixa desconfortável durante toda a leitura, li o livro inteiro estressada e nervosa pois não sabia de fato qual lado devia tomar partido, na verdade teria sido mais fácil se as mães tivessem mais diálogo com os filhos mas a verdade é que na idade deles mesmo que elas quisessem ter os filhos não querem. É um livro com personagens reais que erram e suas atitudes tem um impacto na vida não só deles como de outras pessoas, uma leitura densa que te deixa estressada mas que você não consegue parar até descobrir o que aconteceu.

lav 10/10/2024

Gostei bastante do enredo do livro e da escrita. O título remete a vários personagens e as dúvidas sobre eles.
A conclusão é muito boa. Enfim, o livro ao todo é excelente.

Brokengirl 04/10/2024

Muito muito muito bom
Esse livro é ótimo. Eu adoro livros sobre universo feminino e esse aqui não deixou a desejar. O plot twist é fácil de decifrar, mas a autora cria uma atmosfera tão real que é como se esses personagens realmente existissem.

Sidvan0 03/10/2024

Resenha ?Eu não sei quem você é?
"Eu não sei quem você é" tinha tudo para ser melhor, mas a leitura acabou sendo muito lenta. A história traz reflexões importantes sobre consentimento, liberdade e relações pessoais, porém o ritmo arrastado tornou difícil me conectar com os personagens e a trama.
Os acontecimentos demoram muito para se desenrolar, o que me deixou esperando por algum momento de tensão ou virada que simplesmente não veio. Em vez de me sentir preso na história, me vi apenas tentando avançar nas páginas, aguardando algo que desse mais vida ao enredo.
Apesar de o livro ter pontos interessantes, o desenvolvimento lento acabou prejudicando minha experiência. Senti que o potencial da história ficou meio perdido.

rayzinhalindinha 26/09/2024

Perdão.
Profundo, desesperador, aterrorizante.

Um suspense viciante, com personagens profundos e reais demais, muito bem escritos e sentidos.

você consegue sentir a dor e empatia por Holly e Jules ao mesmo tempo.

O consentimento só existe se houver um 'sim', ao contrário, denuncie.

GabsBaps 18/09/2024

Enredo interessante, mas irresponsável
Em termos de enredo, esse livro captou minha atenção desde a sinopse: duas melhores amigas se vêem em um impasse quando a filha de uma delas acusa o filho da outra de estupro.

Nesse ponto, acho que a autora acertou em cheio em representar como as pessoas se tornam vulneráveis e falhas em situações difíceis. Achei bacana a forma como vamos nos aprofundando na história individual das personagens, mostrando como "feridas abertas" vão criando camadas de afastamento entre as pessoas, além de expor como, em momentos difíceis, conseguimos ver o pior de cada um.

Apesar disso, achei a narrativa um pouco cansativa, com capítulos longos demais e, às vezes, muito repetitivos. Por vezes, perdia completamente o foco do que eu estava lendo.

Além disso, achei o final um pouco covarde e irresponsável, repetindo uma situação que o próprio livro aponta como um alerta. Entendi a vontade da autora de trazer um "final feliz", mas achei contraproducente a forma que a autora encerra a história, deixando margem para descredibilizar mulheres em situações de abuso.

Gostei da ideia geral da história mas preferia que a execução tivesse sido mais responsável.

Mony 01/09/2024

Me prendeu do início ao fim... mas, que fim foi esse?
Essa foi uma leitura na qual eu me senti angustiada, ansiosa e curiosa do início ao fim.
Queria muito saber o que acontecia, e por isso terminei a leitura num tempo recorde para esse ano. Confesso que me senti lendo uma grande fofoca, com detalhes.

Senti que a premissa da autora foi de mostrar que podemos descobrir outros lados de nós mesmos e daqueles que achamos que conhecemos no momento que passamos por uma situação na qual não estamos preparados. No entanto, fiquei profundamente irritada com a reação de Holly ao descobrir o ocorrido. Ela não só mostrou um lado dela que ninguém conhecia, como também perdeu toda sua ética e valores. "Todo homem é um estuprador em potencial".... até esse homem ser seu filho. Sabemos que ela estava certa e que, sim, Saul não era um abusador. Ainda assim, sua postura diante à situação me decepcionou e irritou muito.

Apesar disso, o enredo foi muito bem construído. Não fiquei confusa com as diferentes narrações e também, apesar de ter conseguido desvendar a maior parte do "mistério" verdadeiro, me vi criando teorias superdesenvolvidas para tentar entender a acusação de Saffie e todas as facetas que Rowan e Saffie, principalmente, estavam mostrando. Cheguei a pensar que Rowan era o @machistinha , não o aluno de Holly.

Como professora, o real abusador me passou despercebido. Uma tendência automática de achar a situação de aluna+professor absurda, apesar de frequente.

Em relação ao final, confesso que esperava um fim triste e trágico - levando em consideração toda a história. Não esperava esse final e, sendo uma ficção, não gostei. Numa situação como essa na vida real, obviamente preferiria o final "felizes para sempre, como se nunca tivesse ocorrido", mas sendo uma ficção, e toda a angústia que a história traz ao relatar a angústia de Holly tentando proteger o filho, achando que ele foi assassinado; a angústica de Jules, com medo do marido que chamarei de "assassino em potencial"; e Saffie, que sofreu um estupro de alguém de confiança, uma ameaça para manter a situação em segredo, gravidez e aborto espontâneo, esperava um final tão angustiante quanto todas essas questões retratados durante o enredo.

Madu 22/08/2024

Uma premissa muito boa, com uma execução medrosa e muitas vezes preguiçosa.
Achei esse livro em um sebo, a sinopse me convenceu a levá-lo para casa. Duas melhores amigas que tem sua relação abalada por conta de uma acusação de estupro entre seus filhos. A autora parece querer o tempo inteiro jogar o máximo de elementos e informações sobre o leitor apenas para confundi-lo, há certos acontecimentos que ganham muita relevância em um momento para serem descartados logo depois, sem nenhum impacto na narrativa principal. Achei a escrita repetitiva, principalmente, na forma como a autora constroi as cenas e os parágrafos, além dos devaneios pessoais dos personagens (não vou nem mesmo chamar de monólogos) serem hiper centrados em aspectos únicos.
A resolução da trama foi o típico felizes para sempre, onde nenhum personagem relevante era realmente culpado de nada, o que me gerou uma certa frustração. Se o objetivo da autora foi passar uma mensagem sobre segundas chances, minha opinião é que eles não a mereciam.

Amanda Aranttes 19/08/2024

Problemático
Tive alguns problemas em captar a intenção da autora ao escrever esse livro. Sinto que qualquer que tenha sido a intenção, ela falhou. Se a intenção foi mostrar que as pessoas são falhas e que nem sempre reagem coerente com o que pregam, ok, mas a finalidade desse ponto ficou vaga. Holly foi totalmente incoerente com o posicionamento acadêmico dela e não vi reconhecimento dela quanto a isso.
Outro ponto importante é que pra mim ficou extremamente óbvio desde o começo que a menina estava mentindo, só bastou saber o porquê, e por conta disso não tive qualquer conexão nem empatia com a personagem. Fora isso, a escrita é boa e eu não consegui largar até descobrir o desfecho, por isso a nota até que foi boa. Senti muita pena do Saul mas holly não teve minha empatia.

Marina 17/08/2024

Surpresa boa
Foi um livro que ganhei de presente e eu nem sabia do que se tratava, e simplesmente eu não consegui parar de ler, virou uma compulsão porque eu precisava saber quem estava mentindo e quem estava falando a verdade? Achei um final até que surpreendente mas confesso que não sei se gostei, só por isso não dou 5 estrelas. Mas a escrita e a construção dos personagens achei maravilhosa.

Paula1735 11/08/2024

Não me agradou
A proposta é ótima! Mas não gostei da execução.
Achei o texto extremamente repetitivo e como se estivesse lendo um texto informativo, não uma história. Tive muitas quebras de realidade (não entrei na história, ficava pensando o tempo todo: "é um livro, não é real.") - não sei se me expressei direito mas é isso. Capítulos muito longos, uns problemas que tinham umas soluções meio óbvias (só colocar os 2 frente a frente, sei lá).
Não recomendaria.

ManuelaMFernandes 10/08/2024

3.5
Holly e Jules são melhores amigas desde sempre, mas tudo muda quando a filha de Jules acusa o filho de Holly de estupro, e ambas ficam de lados opostos.

O livro é muito bem escrito e realmente te faz pensar, mas infelizmente do início pro meio teve partes que eu achei bem chata de ler e parecia até encheçao de Linguiça.

Mas gostei bastante da história, achei os personagens com muitas camadas. Uma história muito importante de ser contada.

Achei o final muito bom e surpreendente.

Se você gosta de uma coisa mais cabeça, recomendo.

Sofiamelesbao 31/07/2024

As pessoas tem que aprender a conversar
No início eu me irritei um pouco com o livro pelo excesso de referências modernas ao twitter, internet, Ipad, etc.. Acho que um livro pode ser ambientado no século xxi sem tantas referências tecnológicas. Me parece que colocar tantos elementos assim é mais uma tentativa forçada de conversar com as novas gerações do que algo necessário. A prova disso é que o tal ?hater da Holly? não tem relevância nenhuma pra história, totalmente supérfluo, poderia ter sido descartado.

Outra coisa que que também me incomodou no início do livro foram as frases prontas, tipo ?todo homem é um estuprador em potencial? e o quanto a Holly parecia mais uma adolescente que acabou de descobrir a misoginia do que uma mulher séria nos seus discursos. MAS, ao longo do livro eu fui vendo que (pelo menos na minha percepção) essa era a intenção da autora. Uma mulher que enche o peito pra falar sobre vítimas, feminismo, abuso, machismo, mas na hora que uma situação aparece perto dela, ela não consegue tomar UMA atitude correta. E estar certa no fim não muda que ela agiu de forma errada no início (e no meio).

No fim eu acabei me apaixonando pelo livro. Ele é muito bem escrito e envolvente. Assim que o conflito começa, é impossível desgrudar do livro ou parar de pensar no que vai acontecer e tentar descobrir o que aconteceu. Inclusive, até retiro minhas reclamações iniciais porque acho que tudo que me incomodou no livro era pra me incomodar. Todas as atitudes erradas e hipócritas de cada personagem eram intencionalmente erradas porque as pessoas são assim: hipócritas e falhas.

O que me chamou a atenção e me deixou reflexiva, do início ao fim, é que o problema central dos personagens do livro é a falta de diálogo. Eles simplesmente não sabem conversar, ouvir e resolver os próprios sentimentos e problemas. O único personagem que sabe fazer isso é o Pete e por isso ele é o único que toma atitudes coerentes ao longo do livro. De resto, tá todo mundo errado o tempo todo: a Jules que não tenta entender exatamente o que aconteceu e não toma as melhores providências, a Holly que parte pro contra-ataque sem tentar entender o que aconteceu, o Saul que não consegue falar NADA, nem pra provar a própria inocência. Tudo poderia ter se resolvido se eles conseguissem conversar como adultos pra tentar entender o que aconteceu antes de se agredirem. Mas eu acho que a vida é bem assim. Os problemas mais profundos são gerados pelos erros mais simples. Acho que a autora conseguiu captar muito bem as questões e defeitos humanos e o quanto a gente acaba não sendo tão racional quanto pensamos ser.