Lucas Muzel 07/04/2024Morrison, Quitely e mutantes reinventadosEsse encadernado tem como extra o "Manifesto Morrison". É a proposta do escritor para o que ele pretendia fazer com a equipe mutante. Em suma, parece um sale pitch. Promete disparar as vendas, ampliar o público, modernizar as histórias e revitalizar a franquia. Logo no primeiro parágrafo dá uma carteirada, afirmando que leu todas as histórias anteriores dos mutantes. Não duvido que ele realmente o tenha feito.
Vendo pela história em si, é difícil não ver boa parte das primeiras histórias como uma versão The Authority, só que com mutantes. O fator "cool e descolado", a tentativa de inserir grandiosidade, agilidade e ação por meio de contrastes ("há poucas horas eu extraía dentes, agora estou em um plano de conquista mundial").
A inspiração visual para essa fase veio dos filmes dos X-men da Fox. Jaquetas pretas estilo Matrix, numa tentativa dos estúdios de cinema de transmitir seriedade para o estilo de super-heróis. Morrison tenta usar a familiaridade do público que frequenta o cinema para apresentar as HQs com histórias com pouca exigência cronológica, e personagens que foram utilizados nos primeiros filmes.
Bem aos poucos, o autor dá a sua cara, com mutantes com poderes não convencionais e conceitos genéticos e evolucionários extravagantes.
A arte do Quitely é sensacional. Bem característica e longe de ser do agrado de todo mundo.
A edição anual em formato Widescreen é mais uma tentativa de mostrar uma HQ em estilo cinematográfico. E apresenta Xorn, mutante bem poderoso.
A vontade é de continuar a ler as próximas edições