Psicopatologia da vida cotidiana e Sobre os sonhos

Psicopatologia da vida cotidiana e Sobre os sonhos Sigmund Freud




Resenhas - Psicopatologia da vida cotidiana e Sobre os sonhos


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Adriana Scarpin 08/06/2024

Dizer que todo mundo precisa de terapia parece à meia distância um tipo de defesa da colonização do outro. Será que todo mundo precisa de terapia mesmo? Até as pessoas naturalmente bem resolvidas que conseguem ser cientes de si e as pessoas ao seu redor?
O psicólogo/psicanalista age literalmente como espelho do paciente e nem sempre o que é visto agrada, por isso é tão importante o laço de amor transferencial, sem esse amor é insuportável o que se vê no espelho.
Hoje me ocorreu um caso interessante numa rede social de livros, uma moça aparentemente bem jovenzinha começou a me atacar gratuitamente em minha própria página, estava bem óbvio que ela estava projetando as questões inconscientes dela em mim, tudo que ela me acusava de ser ela própria estava sendo e o mais curioso é que sem a mínima consciência disso.
Óbvio que o caminho mais fácil pra mim seria dizer que ela precisa de terapia, mas esse bordão é cansativo demais, sem falar que terapia não serve para domesticar ninguém (quanto mais se faz análise menos domesticada se fica), só se aprende a separar a si do outro, aprende a perceber que a questão que tanto incomoda no outro também está em você.
Projeção é um mecanismo de defesa absolutamente normal, não há nada errado em projetar para aliviar a dor da existência, só resta aprendermos a lidar com isso conscientemente. Seja com terapia ou não.
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Raphael 14/04/2023

Em "Psicopatologia da vida cotidiana", Freud apresenta um estudo sobre a influência do inconsciente em atos aparentemente banais de nosso cotidiano. Quando investigados de forma mais aprofundada, lapsos verbais, lapsos de escrita, esquecimentos e outros atos descuidados em geral são perfeitamente explicáveis através da manifestação do inconsciente. O autor trabalha apresentando exemplos à exaustão das situações em que esse fenômeno pode ser observado. Vejamos um deles para ilustrar.

Um terapeuta pode medir o grau de seu sucesso através do número de guarda-chuvas esquecidos na sala de espera de seu consultório. O ato de esquecer o objeto ali, aponta a vontade inconsciente de o paciente retornar ao local. Trata-se de um lapso de esquecimento. Com relação ao esquecimento de nomes, por sua vez, aduz o autor que, quase sempre, o nome ocultado tem relação com um tema que toca a pessoa de maneira a suscitar afetos intensos e, com frequência, penosos. Exemplifica, de novo:

Certa vez, indagado por um paciente sobre o nome de uma estação ferroviária ali próxima do consultório, Freud teve que consultar sua esposa para recordar o nome em questão (tratava-se de "Nervi"). A solução para o lapso lhe veio imediatamente: ele era o "médico dos nervos" - em alemão, as palavras também são parecidas -, tema que, naturalmente, lhe ocupava de forma penosa o pensamento. Esse esquecimento, no mais, pode também ser estendido para esquecimentos de "impressões" e "conhecimentos" sendo que, em todos os casos, o esquecimento relaciona-se com um motivo desprazeroso. Lapsos análogos também acontecem na atividade de ler e escrever, conforme Freud mostra através de diversos outros exemplos.

No mais, e por fim, observa-se, de forma bastante concludente e persuasiva, que o esquecimento, distrações e os atos falhos em geral não podem ser considerados isolados da influências de fatores externos à consciência - ou seja, do inconsciente - o que serve para comprovar a complexidade do aparelho psíquico considerado como um todo, bem como a motivação e significado dos atos aparentemente desprovidos de significados ocultos.
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Bárbara Matsuda 19/10/2022

“Psicopatologia da Vida Cotidiana e Sobre os Sonhos” (1901)
Aqui Freud aborda sobre os lapsos verbais, de escrita, de leitura e outras variáveis. Os atos falhos, visto por muitos como um acaso, uma falta de atenção; na realidade contém elementos muito mais profundos, até então ocultos no insconsciente. Uma “traição de si mesmo”, um modo de defesa. Segundo ele, todo lapso contém um motivo, geralmente revelando alguma questão desprazerosa reprimida. Se você vai falar alguma frase que contém a palavra “bolo” e troca por “bola”, não é insignificante, pois carrega algo além (provavelmente de origem sexual e oriunda da infância, tratando de Freud).

Mais que isso, ele fala sobre o esquecimento, as distrações, os casos de extravio (perda de objetos), os erros de memória, até uma análise complexa de uma escolha aparentemente arbitrária de um número. Pensa em um número qualquer. Ele não é tão qualquer assim. Freud explica.

Na última parte do livro, quase que como um resumo do clássico “Interpretações dos Sonhos”, ele trata do mundo onírico. Divide os sonhos em 3 níveis (compreensíveis, estranhos e absurdos) e diferencia os sonhos infantis dos da fase adulta. Todo sonho liga-se pelo menos com uma impressão do dia anterior, geralmente algo tão insignificante que é merecedora de esquecimento. Ao mesmo tempo, um conteúdo aparentemente sem importância mostra-se, em análise, proveniente de uma vivência significativa e reprimida. As representações mistas dignas de um quadro de Salvador Dalí, revelam pelo menos algum ponto em comum. A repetição de uma mesma questão, representada de diferentes formas.

No livro todo, ele trabalha com uma enxurrada de exemplos, próprios e de pacientes, o que dá um apoio mais inteligível para a parte teórica dos conceitos.
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jubileu 16/11/2021

dotado de significado e sentido!
eu sou muito suspeita para falar das obras de sigmund freud, mas esta em específico me fez refletir sobre muitas coisas que são ditas e feitas no dia a dia. ingênuos somos nós por acharmos que nossos atos falhos, por mais míseros que sejam, são obra do acaso. o nosso inconsciente está constantemente tentando nos dar respostas e sinais para o que realmente nos aflige. ao final, temos uma escrita sobre os sonhos de forma resumida do livro dele ?a interpretação dos sonhos? e mais uma vez venho dizer que o inconsciente se permanece forte dentro da censura imposta pelo consciente. a pergunta que vem ao ar é: ?e como saber o que mais temos em nosso inconsciente?? bom? fazendo análise já vai te dar um ótimo norte! freud nunca falha e sempre deixa explícito que tudo em nós é sempre dotado de significado e sentido.
Polly 17/11/2021minha estante
?




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