Jô 16/04/2024
Pa Salt D?Aplièse, um milionário excêntrico, adotou seis meninas ao redor do mundo e deu a elas nomes em homenagem a Constelação das Plêiades. Quando ele faleceu deixou para cada uma delas uma carta, uma citação, um objeto que remete aos seus antepassados e uma esfera armilar onde estão as coordenadas de onde cada uma delas foi adotada para que elas procurassem suas origens se assim fosse de sua vontade. E elas assim fizeram e cada uma seguiu seu caminho para descobrir sua ascendência. Mas o curioso é que Pa Salt acabou não adotando a sétima irmã, pelo menos é o que elas imaginavam até agora. Georg Hoffman, advogado da família, acaba encontrando algumas pistas que podem levar a irmã desaparecida.
Georg acredita que o nome dela é Mary e que ela vive atualmente em um vinhedo na Nova Zelândia. E ele ainda tem um desenho de um anel no formato de uma estrela desenhado por Pa Salt que pode ser a única maneira de confirmar ser ela quem eles procuram. Como o aniversário da morte de Pa Salt está se aproximando e todas as irmãs estarão reunidas para prestar essa ultima homenagem, elas decidem procurar Mary para saber se ela deseja estar presente e assim finalizar de vez essa parte da história delas que ainda permanece em aberto. E como Ceci é a mais próxima da Nova Zelândia ela fica responsável por ir até a provável irmã.
Ceci conhece Mary e descobre que a joia na verdade é da sua mãe adotiva, que também se chama Mary, mas é conhecida como Merry. E ao procurar por Merry elas acabam se desencontrando. Mas após vários desencontros, em vários países diferentes, elas percebem que Merry está fugindo delas. É então que vamos conhecer a história de Nuala Murphy, através de um diário que está em posse de Merry. Nuala viveu na Irlanda de 1920 e foi uma das muitas mulheres que atuavam nos bastidores da guerra da independência, transportando armas, roupas e alimentos às escondidas. Mas qual a ligação da história de Nuala e a história da Mérope? Quem é realmente a irmã desaparecida?
E chegamos ao sétimo livro da série As Sete Irmãs. E infelizmente ao ultimo livro escrito pela autora antes de morrer. E como esse livro deixou mais perguntas do que entregou as respostas prometidas ao longo da série, espero e todos os fãs da série, que realmente o filho da autora escreva o oitavo e ultimo livro da série, que vai provavelmente contar a história de Pa Salt e fechar todas as questões que foram levantadas ao longo dessa saga. Porque diferente dos livros anteriores, com exceção do sexto livro onde também termina com um final aberto, nesse aqui praticamente não temos um final, nem na história da protagonista, a irmã desaparecida, nem na história de todas as sete irmãs de maneira geral.
E nesse livro a autora resolveu inovar e não temos apenas a alternância entre o presente da irmã protagonista e a história de seu antepassado. Aqui vamos acompanhar a história em três tempos, o presente das irmãs e da família protagonista, cada uma em lugar diferente do mundo, o passado de Merry que vai contar o porquê de ela estar fugindo das D?Aplièse e mais no passado ainda onde vamos conhecer a história de Nuala. E assim como aconteceu com o sexto livro, a história da Electra, eu me vi não gostando tanto assim da protagonista Merry, confesso tive raiva dela algumas vezes e esperava que o motivo de ela ser assim fosse muito bom para justificar seu comportamento.
E até agora não sei se estou convencida ou não. Acho que fiquei naquela, explica, mas não justifica. Mas como esse livro terminou bem em aberto, espero que no próximo livro essa minha impressão sobre ela mude. Já Nuala me conquistou a primeira vista e torci por ela mesmo sabendo que sua história seria muito triste, assim como aconteceu com todas as outras protagonistas do passado da série. E uma coisa que vale muito a pena nesse livro é que temos todas as irmãs participando da história. Com essa coisa da fuga de Merry pelo mundo afora, podemos ver um pouco mais sobre cada uma delas e como elas estão após suas histórias terem terminado.
E uma pessoa que gostei muito de rever foi a Ally, protagonista do segundo livro, a Irma da Tempestade. A história dela foi a única que não teve um final feliz e eu como romântica que sou não poderia deixar de torcer para que isso ainda acontecesse, e tive minhas esperanças renovadas de que no próximo livro isso aconteça definitivamente. Como já comentei aqui nas outras resenhas da série, a Lucinda não foca naqueles romances arrebatadores, o foco da série está na história dessas mulheres que foram essenciais em algum momento para a nossa História. Até por isso acho que os livros possam ser classificados como romances históricos, pelo menos suas partes no passado.
Nesse livro mesmo vamos conhecer uma parte da história da Irlanda, país de origem da autora aliás. Vamos conhecer a luta dos irlandeses por sua liberdade, por um mínimo de dignidade, e o papel das mulheres nela. E em como todas as guerras, não existe lado vencedor. Até se tem sim conquistas, mas a guerra acaba com tudo a sua volta, devasta famílias por anos, não somente pelo tempo em que ela dura. Por isso sou do time das pacificadoras. E na história de Nuala e seus descendentes podemos ver como isso se aplica. A Lucinda foi maravilhosa em suas pesquisas e toda essa parte histórica, da série toda na verdade, está impecável.
Mas voltando a história de Pa Salt, que aliás descobri nesse livro não ser seu nome verdadeiro e sim um apelido, anagrama de Atlas com o P podendo ser de Pleione, mãe das Plêiades. Mitologia grega mandou um abraço hehe. Desde o primeiro livro eu desconfiei que ele ainda esteja vivo e ao longo da série essa desconfiança só foi aumentando e se no próximo ele estiver morto vou ficar muito decepcionada hehe. Brincadeiras a parte, estou bastante curiosa para conhecer mais da história desse homem que foi tão presente em toda a série mesmo estando oficialmente morto. Só espero que o filho da Lucinda consiga trazer para o oitavo livro da série tudo o que ela idealizou e ele traga as respostas que todos esperamos.
E para finalizar que essa resenha já está enorme, vou indicar é claro para todos os fãs de um ótimo romance. A Lucinda foi perfeita na execução dessa série. Não deixe o tamanho e a quantidade dos livros te desanimarem, a leitura vale e muito a pena. Quando você chegar nesse sétimo livro como eu, só vai querer que ela tivesse tido a oportunidade de escrever o dobro deles. E parabenizo a editora pelas edições e pela capa belíssima, que assim como nos outros livros da série, traz um cenário que nos ambienta em um dos muitos lugares onde vamos viver durante a leitura.