Vitor16Hq 02/05/2023
Dourado cósmico
Uma obra do Junji-Ito um pouco diferente.
Em sensor, ele traz uma história de terror cósmico, e ele faz isso muito bem.
Começa com Kyoko fazendo uma caminhada próxima ao monte Sengoku, e vê vários cabelos de pele, fios finos que são expelidos de vulcões e se desintegram facilmente, nisso encontra uma vila onde as pessoas tem uma conexão com esses fios, que ali não se desintegram, e dizem que o divino amagami a escolheu. Acontece uma erupção e ela é a única sobrevivente, encontrada em uma bola desses cabelos, e sai de lá com os cabelos dourados e brilhando.
O primeiro capítulo já surpreendeu, por que ele usa muito o mostre, não diga.
Depois disso, a história acompanha um jornalista que está investigando o incidente, e pretende encontrar a Kyoko para conversar e chegar na conclusão.
Ele acaba descobrindo um culto para ela, que é onde a bizarrice fica mais forte.
O capítulo que mais gostei, foi o Insetos de Bishagaura, o repórter continua investigando, e chega em uma cidade que já tem histórico de suicídios, Kyoko quase fez o mesmo, mas foi salva por uma moça que trabalha em uma casa de chá. A cidade tem uma espécie de inseto, que são os insetos suicidas, que pulam embaixo dos pés das pessoas para serem esmagados, a forma como isso se desenrola é sensacional. E termina de um jeito que faz pensar para onde isso vai agora.
Tem a parte do psiquiatra, que é onde a loucura está nas páginas.
Trazendo terror psicológico para a narrativa.
O Lovecraft sendo uma grande influência para o Junji-Ito, ele faz o horror cósmico tão bem quanto o Lovecraft, mas não tenta se parecer com ele, é uma história que só o Junji-Ito consegue contar.