As aventuras da China Iron

As aventuras da China Iron Gabriela Cabezón Cámara




Resenhas - As aventuras da China Iron


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yasminlorido 24/10/2024

Esse livro retrata o doguinho companheiro delas de uma maneira, que tudo que me lembro dele é o quanto eu me sentia representada com o amor pela minha dog.
Estreya brilha!
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Tathi (@Doidosporserieselivros) 11/02/2024

Olá queridos amigos leitores! No ano passado conheci e me apaixonei pela escrita de @cabezoncamara , esse ano queria muito ler As Aventuras de China Iron , seu livro publicado em 2021 pela @editoramoinhos aqui no Brasil.
Recebi ele essa semana e após os pulos de felicidade me sentei e li ele inteiro de uma vez só.

?? ? Eu era tão feliz quanto infeliz isso era muito mais do que qualquer coisa que já tinha sentido?

Neste livro acompanhamos a saga de China ( nome usado no sul e nos pampas argentinos para se referir a mulher, muitas vezes usado como pejorativo), uma mulher que sofreu os horrores de ter sido criada em meio a violência, e após ser perdida em um jogo, com menos de 14 anos já tinha dois filhos de seu marido.
As coisas mudam quando Fierro é levado e ela é acolhida por Elizabeth, uma mulher escocesa, tratada por inglesa, que se apieda de China e a leva com ela não, ensinando tudo sobre o mundo para a garota.
Ao longo do caminho, ela que nunca soube que podia querer algo, se sente atraída por Elizabeth e sua beleza.
E enquanto ajustam seus idiomas e ouvem histórias das pessoas que vão encontrando pelo caminho, China descobre mais sobre sua sexualidade, gênero e seu lugar no mundo.

??? Selvagens eram minha gente e meu pampa nauseabundo coalhado de índio e de cristão?

Mais uma vez sinto que é impossível de falar de um livro de Gabriela Cabezón Cámara em uma postagem só, são tantas nuances, reflexões é sensações causadas por essa leitura que é um desafio organizar em palavras.

Como leitores, somos convidados a entender as facetas diversas de um ser humano, a angústia de não sabermos nossas origens, os vilões que mudam conforme quem conta a história, e como o sonho de um país melhor é forjado com sangue.

A trama se passa no Pampa Argentino, e nos fala sem militância, dos negros, índios e LGBTQIA+ e o olhar das pessoas sobre eles, muitas vezes deturpados.

A narrativa também explora as diferenças de classes, tanto na relação Liz e China como na do Coronel em relação aos empregados.

As Aventuras de China Iron é uma daquelas leituras que fica, que será lembrada, relida e absorvida, e mereceu estar entre os finalistas do International Booker Prize 2020.
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Lurdes 24/12/2023

Como não se apaixonar pela menina sem nome, chamada por todos de China.
Para quem não sabe, na Argentina, como aqui no Sul, china é um genérico para nomear mulheres, nem sempre de forma respeitosa.
Ela, que nunca conheceu seus pais, foi "criada" por uma mulher que a espancava com frequência e entregue, ainda menina, a Martin Fierro, como pagamento de um jogo de truco.
Sim, China teria sido esposa de Martin Fierro, personagem lendário de um poema de 1872, que contaria a história da Argentina.
Mas aqui a história é contada sob o ponto de vista feminino, o ponto de vista de China.
Após adotar o cachorrinho Estreya, que iluminou sua vida, ela conhece Liz, uma inglesa que está de passagem, a caminho de terras onde vai se instalar com o marido para criar gado e que a convida a acompanhá-la na viagem.
Um mundo novo, desconhecido, cheio de novidades e novas possibilidades se abre.

China é, agora, Josephine Star Iron e Tararira. "Daquela época conservo apenas, e traduzido, o Fierro, que nem sequer era meu".

Além de se dar um nome, a convivência com Liz lhe mostra novas formas de amar e de sentir prazer. Ela vai, ainda, conhecer os livros, aprender a ler, ter contato com hábitos europeus, alimentares, de vestimenta, além de rapidamente aprender a falar inglês.
O livro é uma fábula deliciosa e aborda vários temas, como identidade de gênero, colonialismo, machismo, opressão cultural, libertação sexual, e a palavrinha da moda: empoderamento feminino.
Enquanto vive as mais loucas aventuras ao lado de Lyz e Estreya, novos personagens vão cruzando seu caminho e cada um deles traz um novo olhar, um novo ponto de vista, agora sobre a cultura ancestral argentina, que ela também desconhecia.
A autora faz de forma brilhante esta releitura do mito do gaúcho desbravador, subvertendo estas narrativas históricas heróicas.
Uma crítica mordaz que é quase uma estória de fantasia, e tão cativante quanto.
Te convido a embarcar nesta carroça e viajar pelos pampas, seguindo o traçado das 3 Marias.
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Egberto Vital 01/12/2023

Li "As Aventuras de China Iron", de Gabriela Cabezón Cámara, na disciplina do professor @alves.wanderlan; me vi diante de uma obra que transcende as fronteiras literárias ao reimaginar o épico argentino "Martin Fierro" através da perspectiva de China Iron. A narrativa aborda temas que vão desde a subalternidade trans até a desconstrução do projeto de nação, explorando identidade, espaço e linguagem de maneira inovadora.

A trama desdobra-se em identidades fluidas, refletindo as transformações de China Iron e explorando um nomadismo que vai além do físico para abraçar trânsitos identitários, subvertendo a tradição da poética gauchesca, uma vez que temos duas mulheres protagonizando o romance.

A linguagem poética de Cabezón emula a cadência gauchesca, proporcionando uma experiência sensorial que dá ritmo a uma narrativa de trânsito. A descrição espacial, permeada por elementos da geografia natural dos Pampas Argentinos, não apenas serve como cenário, mas como fundação para uma nova compreensão baseada na extrapolação do comum. O uso do spanglish desafia fronteiras linguísticas, enriquecendo a narrativa e reforçando mais uma vez a sátira na obra, uma vez que no poema ao qual se contrapõe, o Hernandez usou traços do lunfardo, variação linguistica originalmente de malandros de Buenos Aires, então o spanglish aparece como mais um recurso estético de (re)fundação de nação.

Ao desconstruir o cânone masculino de Martin Fierro, a obra introduz uma multiplicidade polifônica, posicionando China Iron como protagonista trans/lésbica, acho que mais seguramente queer ou de identidade fluida. A narrativa rompe com a heteronormatividade, explorando formas sexuais diversas e redefinindo o papel das mulheres nas narrativas argentinas.

"As Aventuras de China Iron" vai além da reinterpretação de um clássico, desafiando fronteiras literárias e contribuindo para uma experiência literária rica e provocativa. A narrativa polifônica e a tradução eficaz preservam a essência da obra, permitindo aos leitores explorar as camadas profundas do que tem se produzido na ficção latino-americana contemporânea.
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lairah 07/11/2023

A incrível Gabriela Cabezón
Esse livro é uma daquelas pérolas literárias que chega e arrebata o coração de quem decidir ler. Sabe o "Martín Fierro", aquele clássico da literatura argentina? Pois é, a Gabriela pegou esse clássico e deu um toque mágico nele, trazendo a figura da China Iron, esposa do Martín Fierro, que na obra original ficou no cantinho da narrativa.

"As aventuras da China Iron" te joga num cenário selvagem, te fazendo sentir o cheiro da poeira e aventura. A escrita da Gabriela é incrível: poética, crua, sensual, ela dança entre esses estilos como ninguém. O livro aborda questões profundas, como a busca pela liberdade, a luta pela identidade e o desafio de encontrar um lugar em um mundo que frequentemente desvaloriza vozes femininas.

Enfim... só posso concluir essa resenha com uma palavra: leiam.
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Lilian 17/08/2023

Romance de formação
Muito interessante ler um romance de formação meio gaúcho meio indígena. Em geral não vemos muitos com esse cenário
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Leila 13/08/2023

As Aventuras de China Iron, obra magistral da autora argentina Gabriela Cabezón Cámara, é um livro que mergulha nas profundezas da alma humana e na vastidão das planícies do Pampa, revelando uma jornada cativante e transformadora. Com uma prosa envolvente, Cabezón Cámara nos brinda com uma narrativa que mescla elementos de aventura, crítica social e introspecção.

A história, contada sob a perspectiva de China Iron, é uma viagem emocional e física pela paisagem deslumbrante e muitas vezes implacável do Pampa argentino do século XIX. A protagonista, inicialmente apresentada como a China, logo é rebatizada de Josefina, uma loira criada por uma negra, casada à força com Martín Fierro, logo rompe os grilhões de seu papel imposto por outros e embarca em uma jornada pessoal de autodescoberta.

A habilidade da autora em construir personagens complexos e multifacetados é uma das principais forças do livro. China Iron, com sua curiosidade insaciável e sua busca por liberdade, emerge como uma figura inspiradora e autêntica. Através das várias interações de China com personagens fascinantes, como Liz, uma aventureira inglesa, e um grupo diversificado de gaúchos, o livro examina as complexidades das relações humanas, bem como as tensões culturais e sociais da época.

Uma das características mais notáveis do livro é a linguagem exuberante e poética de Cabezón Cámara, que transporta o leitor para dentro da história e da paisagem. A autora utiliza a linguagem para criar imagens vívidas e evocativas do Pampa, destacando sua beleza e desolação ao mesmo tempo. Através dessa prosa eloquente, o ambiente se torna quase um personagem próprio, influenciando e moldando as experiências dos protagonistas. Não posso deixar de citar também como a autora traz os animais carinhosamente para dentro da história, amei isso!

O livro não apenas oferece uma narrativa envolvente, mas também aborda questões de gênero, identidade e liberdade de forma perspicaz e provocativa. Além disso, a obra faz uma análise sutil das complexas interações entre diferentes culturas e classes sociais no cenário argentino da época.

Enfim, ameiiii As Aventuras de China Iron, para mim ele é um tour de force literário que cativa e desafia o leitor em igual medida. Minha experiência de leitura foi verdadeiramente enriquecedora, e eu não poderia recomendar este livro o suficiente para aqueles que buscam uma leitura instigante e emocionalmente envolvente.
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Janice 10/08/2023

Um livro...
Indescritível! Essa é a definição. Uma leitura que exige atenção do leitor, mas que é linda de acompanhar, não só pela história, mas também pela maneira escrita.
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Mari Pereira 10/03/2023

Que encanto é este livro!
Acompanhar a jornada de Jo China Iron é como reaprender a ver o mundo e descobrir novas nuances e possibilidades de interpretação.
Que riqueza tem o seu olhar, o seu deslumbramento!
Impossível não se emocionar e não se enternecer com suas narrativas!

Viva a América Latina!
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Lú Ribeiro 05/02/2023

Aguçando os 5 sentidos...
Que livro lindo!!!
De uma leveza...
Embora aborde temas pesados...
Porém a meu ver, esse não foi o ponto central do livro, mas sim a nossa relação com a natureza...Da força da vida que pulsa em todos os seres vivos e de como ela se dá, em cada ser.
Da beleza de tudo o que nos circunda e das sensações experimentadas e aprendidas nessa interação...
Fantástico!!!!
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bruna 16/01/2023

Leitura para o Desafio Livrada 2022
Categoría: um livro argentino

Foi uma leitura muito gostosa, muito fluida e inovadora. A forma como o livro subverte o clássico argentino é sensacional. Acho que é essencial para repensar/reformular a identidade não só argentina, mas latinoamericana como um todo.
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Mariana Dal Chico 13/04/2022

No começo de 2022 eu li algumas obras de autoria argentina em preparação à viagem que fiz para Buenos Aires, nessa seleção, incluí “As aventuras de China Iron” de Gabriela Cabezón Cámara, com tradução de Silvia Massimini Felix e publicado no Brasil pela @editoramoinhos que me enviou um exemplar de cortesia.

Essa não é uma narrativa limpa e direta, por se tratar de memórias, ela emenda um pensamento em outro com nuances oníricas. Senti um tom poético em sua escrita e me despertou sentimentos intensos que variaram de euforia ao sufocamento.

Um ponto que merece destaque é a descrição de ambientes, feita na medida certa, a autora me transportou para os pampas argentinos, fiquei com uma impressão de reconhecimento do lugar. Mais tarde, percebi que foi a mesma impressão passada durante minha travessia por “Grande Sertão Veredas”.

Entre outros temas, o enredo mostra o colonialismo, trabalho análogo ao da escravidão, preconceito contra os povos nativos que eram considerados menos que uma “coisa”.

“(…) elas [china] é que eram parte do corpo do mate e da comida, um apêndice das coisas que o coronel necessitava (…)” p.91

Foi uma surpresa encontrar cenas sensuais e eróticas, não heteronormativas, que são belamente descritas.

Importante dizer que, apesar de estar intimamente ligado ao livro “El gaucho Martín Fierro” de Jose Hernandez , não há necessidade de leitura prévia para compreensão, esse é um livro que se basta e traz todas as referências necessárias.

Leitura mais que indicada, repleta de ironia e humor.

site: https://www.instagram.com/p/CbqP5E0vhZ-/
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Luciana 13/01/2022

Foi uma leitura deliciosa.
Em sua escrita crua e poética a autora nos leva através dos personagens em uma jornada de aprendizados e descobertas, num fluir tão natural como de um rio.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 28/10/2021

Reinvenção De Poema Épico
Finalista em 2020 do Booker International Prize, ?As Aventuras de China Iron? é o quarto romance da escritora argentina Gabriela Cabezón Cámara. Recentemente publicado no Brasil, trata-se de uma grata surpresa, à medida que se revela uma narrativa ousada, subversiva e feminista, ao contrapor com humor e leveza uma conjuntura rígida, conservadora e patriarcal.

Em linhas gerais, ele é a reinvenção de uma obra seminal da literatura argentina: o poema épico ?El Gaucho Martín Fierro?, de autoria José Hernandez, cuja primeira publicação data de 1872. Neste caso, a esposa adolescente do protagonista, que é uma mera menção no original, desponta como heroína e narradora.

Órfã, sem nome e tratada apenas por China, palavra usada para designar qualquer menina, mulher ou criada, ela abandona intempestivamente o pobre casario onde vive, deixando para trás uma rotina de servidão e violência, após Fierro e outros homens serem recrutados pelo Exército, para defender a região fronteiriça com o Território Indígena.

A partir daí, a jovem inicia uma jornada de autodescobrimento, tendo a princípio a companhia de Estreya, seu cão, e de Liz, uma escocesa que está disposta a descobrir para onde fora enviado seu marido e resgatá-lo, a fim de tomarem posse de uma estância que vieram administrar.

Tramada pela memória, esta narrativa não deve compreendida ao pé da letra. Tal qual China afirma logo no início do livro, ?é difícil saber se aquilo que se recorda, foi vivido ou não passa de um relato feito, refeito e polido como uma pedra preciosa ao longo dos anos e, apesar de resplandecer, está morto como uma pedra?. Por sinal, de acordo com Ellen Peirson-Hagger, editora cultural do New Statesmen, tal ausência de confiabilidade também pode ser encontrada nos episódios mais fantasiosos de clássicos como ?Tom Jones?, de Henry Fielding, ou ?A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristam Shandy?, de Lawrence Sterne.

Exibindo uma linguagem visceral, esta história pode ser resumida num romance de estrada dividido em três partes. A primeira, O Deserto, distingue-se pelo cunho homoerótico e gira em torno de duas mulheres destemidas em brusca de um novo estilo de vida. A segunda, O Fortim, prima pelo clímax orgiástico e funciona como uma metanarrativa em que o leitor é apresentado a uma inesperada personagem, o poeta José Hernandez, cuja presença ? como um administrador alcoólatra, violento e racista ? marca indelevelmente a história. Já a última parte, Terra Adentro, traça um pacto com o Fantástico, enquanto China, Liz e Rosario, um gaucho proscrito que passa a lhes fazer companhia, penetram no Território Indígena e fazem contato com a misteriosa tribo Iñchiñ.

Finalmente, ?As Aventuras de China Iron? propõe uma vida mais livre, na contramão das convenções sociais. Em paralelo, também aborda a desconstrução de um país pelos olhos de uma adolescente, ou seja, a expulsão dos indígenas e a reivindicação dessas terras por parte dos colonizadores e até a própria Liz é parte do problema, pois, escocesa, viera fazer fortuna nos pampas argentinos junto com o marido. A bem da verdade, China não tarda a reconhecer que esse problema não é apenas do seu país, ?pois as toalhas com as quais se enxuga, vêm dos fabricantes de Lancashire, na Inglaterra, mas antes disso, a matéria prima, o algodão, veio do Delta do Mississippi e dos estalos do chicote nas costas dos negros nos Estados Unidos?. Boa Leitura!

?... Quase cada coisa que eu tocava conhecia mais o mundo que eu e era nova para mim.? (China Iron, página 37)

Nota: Adquiri o e-book e recomendo.
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Toni 06/09/2021

Leitura 52 de 2021

As aventuras de China Iron [2017]
Gabriela Cabezón Cámara (Argentina, 1968-)
Moinhos, 2021, 176 p.

“Demorou poucos dias de carroça, poeira e histórias para sermos uma família”. Se me fosse pedido para resumir esta obra-prima da literatura contemporânea, faria uso do trecho acima. Não porque seja sua melhor citação, longe disso, mas porque carrega a simplicidade de um mundo feito de vontades, caminhares e histórias. Apesar de ter como ponto de partida uma obra clássica da identidade argentina, o poema “El gaucho Martín Fierro” (1872), este romance da Cabezón é tão mágico e potente que prescinde de qualquer leitura ou conhecimento dos versos de José Hernández (eu, que não o havia lido, tampouco lhe senti falta). É um vôo imaginativo muito mais livre, mais alto, mais poético e, alegria das alegrias, mais difícil de se encerrar uma vez acabada a leitura.

A aventura é narrada por aquela que lhe dá nome, China Iron, esposa abandonada do gaúcho Fierro. Cansada de esperar o retorno do marido forçado ao serviço militar, China atravessa desertos e pampas em busca do mundo (ou, se prestarmos atenção a suas palavras iniciais, do brilho). Aliada à inglesa Liz, ao seu companheiro canino Estreya e a Rosário, um gaúcho em exílio, China passa a compor uma trupe inusitada cujo “amor se consolidava diante da percepção da precariedade que somos.” Uma aventura que começa com a abertura ao diferente em todos os sentidos, sobretudo o mais subjetivo dentre eles: “Para poder ir embora, é preciso tornar-se outro”.

As muitas descobertas da protagonista não são apenas desdobramentos do enredo, mas constituem uma linguagem que se expande e incorpora outros falares e possibilidades de mundo. À medida que o horizonte simbólico, social e sexual das personagens se alarga, um outro regime epistemológico também entra em cena, feito de identidades que não-binárias e segundo o qual a exploração da terra não carece de ser a única forma de habitá-la. Rumo a uma utopia indígena e telúrica (em diálogo com “O som do rugido da onça”), China Iron traz para a literatura mais um exemplo das vidas que podem ser vividas sem que suas existências acarretem o despencar derradeiro dos céus.
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