Resenhas - Casa de alvenaria

aliuscha 17/08/2022

Alvenaria
no dicionário: ofício ou ocupação de erguer paredes e muros.
no alvo brasil, as netas de Carolina herdaram a miséria que já assombrava a avó. livros, camisetas, cervejas, todo tipo de produto associado à Carolina não rende legado aos seus. no alvo brasil, já conhecemos o alvo.
a branquitude mantém suas paredes e muros por onde Carolinas abrem janelas e prosas.
Nesse livro, Carolina filosofa sua rotina de trabalho burocrático, embrutecida pelos compromissos comerciais, pálida sem a poesia do ócio, do tempo livre, sob o teto de pedra da sobrevivência.

Fer Paimel 09/08/2022

Viva, Carolina!
Cada vez mais enxergo como Carolina foi e é uma exponente da literatura brasileira. Quando eu leio sua escrita, eu a imagino como uma mulher tão inteligente, tão à frente de seu tempo, sempre disposta a reconhecer seus erros e a aprender. Uma mulher que aprecia a cultura e a educação.
Acho importante, antes de ler esse livro, ler o Quarto de Despejo, porque, de certa forma, este é uma continuação; é a continuação de sua vida, após sua revelação como escritora.
Eu amei o título "casa de alvenaria", pois estas simples palavras representam o sonho de tantas pessoas representadas na escrita de Carolina... Achei bem legal ler como ela descreve as mudanças repentinas em sua vida... Neste livro, ela discorre sobre seus jantares com políticos renomados e grandes jornalistas da época, visitas a museus e livrarias, além de várias viagens pelo país, de Sul a Nordeste, divulgando seu livro. Chama a atenção que mesmo em meio a todo o luxo, ela não perde sua essência, constantemente refletindo sobre a fome do país, o baixo poder de compra do povo, e a desigualdade social, sempre latente.
Eu imagino como deve ter sido difícil e solitária, essa mudança. Ela afirma ser odiada pelos "favelados", por causa do que ela escreveu no Quarto de Despejo, ao mesmo tempo em que sabe não ser realmente aceita na classe social a qual ela passa a frequentar.
A imagem dela foi explorada por tantos... deve ter sido extremamente cansativo, enquanto ela tinha que criar seus três filhos e produzir mais obras, mesmo sem ter efetivas condições de trabalhar (como não lembrar do "Teto todo seu", da Virginia Wolf?).
Continuo a me surpreender com Carolina, recomendo muito a leitura!

Jonathan Vicente 05/08/2022

Carolina M. Jesus
Essa autora é extremamente presente, cada momento se seu livro e cada detalhe nos faz submergir em momentos da história do Brasil dos anos 60 e também dos tempos atuais. Muito bom! 9/10

Vanessa.Alessi 05/08/2022

Da favela para a alvenaria
Este é a continuação do livro Quarto de Despejo.
É importante ler o primeiro livro antes para compreender melhor a história da Carolina.

Conta a saída dela da favela para a tão sonhada casa de alvenaria.
O livro é bem mais leve do que o primeiro. Achei que na casa de alvenaria ela ia ter mais paz e tranquilidade, mas não foi exatamente isso que aconteceu

"Pensei nas reviravoltas da minha vida depois do lançamento do livro. A fama espalhou-se que estou rica. E adeus, tranquilidade. Todos desejam ser ricos."

NARA DIAS 20/07/2022

Mais reflexões!
Para quem já leu o famoso livro da autora QUARTO DE DESPEJO - Diário de uma Favelada, sabe que a narrativa acaba quando o livro da autora foi descoberto e está para ser publicado.

Então apesar de dizerem que o Casa de Alvenaria 1 e 2 poderiam ser lidos de forma independente, achei que ler na ordem seria a melhor forma de acompanhar a continuação desse história, já que nesse livro a Carolina continua a narrativa exatamente de onde parou a anterior.

Muito bom ver a Carolina ganhar uma nova vida longe da favela. Ter comida na mesa. Poder alimentar os filhos. Conhecer o Brasil.

Mas o que me irritou muito foram os oportunistas que cercavam-se dela para pedir, coisa que ela mesma não fazia quando estava passando fome, ela trabalhava o dia e muitas vezes a noite inteira catando papelão... Só lendo o QUARTO DE DESPEJO para ver o tamanho das agruras pelas quais ela passou.

Muito difícil a Carolina conseguir administrar a fama, tantas viagens para divulgar seu livro, esgotamento físico, filhos, casa... e principalmente lidar com o não pertencimento, saiu da favela sob apedrejamento e em sua nova moradia seus filhos eram espancados pelos vizinhos que não aceitavam uma negra escritora famosa.

Um livro que nos faz refletir sobre os problemas que ainda encontramos no Brasil da década de 1960. E nos reforça a ideia de que os livros tem o poder de mudar pessoas.

site: https://www.instagram.com/quelivrotalendo/

Andrea Janaina 09/07/2022

Continuação do Quarto de despejo
Mais um diário da escritora Carolina Maria de Jesus, que é uma continuação do Quarto de despejo.

Dividido em dois volumes: Osasco e Santana, as duas casas onde morou antes de ir embora para um sítio.

Fala da saída da favela para uma casa de alvenaria, que ela chama de Sala de Visita. Ela conta as vantagens e desvantagens, mas deixa bem claro que no primeiro era odiada por expor a vida dos favelados e no segundo era ?bajulada? por expor as mesmas vidas.

Não tinha certeza se era mais feliz na casa de alvenaria, queria tempo para escrever, mas os compromissos com o sucesso do primeiro livro não tinha tempo e, tudo que ela queria era tempo para se dedicar à escrita.

Apesar da humildade e ser praticamente analfabeta traz à tona tantos questionamentos para a década de 60 com referência às posturas dos políticos que, infelizmente, ainda hoje são as mesmas questões.

Arrisco a dizer que uma obra atemporal.

Vale muita a pena a leitura!

@somaisesseparagrafo 08/07/2022

Casa de Alvenaria, volume 1
Ler Carolina Maria de Jesus e? ser inundada por admirac?a?o. Na?o comecei atrave?s de ?Quarto de despejo?, mas sim pelos dia?rios de quando a autora saiu da favela do Caninde? para Osasco.

De agosto a dezembro de 1960, Carolina narra sua vida apo?s o sucesso do primeiro livro: o primeiro contato dos seus filhos com chuveiro ele?trico e refeic?o?es fartas, suas viagens e jantares em restaurantes de luxo, o reconhecimento de uma autora negra pela elite e desabafos diante de uma rotina exaustiva.

?Bitita?, como era carinhosamente chamada, foi neta de escravos e trabalhou como lavradora, empregada dome?stica e catadora de lixo, ocupac?a?o esta que a fazia recolher pape?is e revistas para saciar seu amor pela leitura.

Tendo vivido a dura realidade da fome, Carolina nos apresenta sua visa?o de mundo repleta de cri?ticas contundentes sobre a sociedade da e?poca. E o Brasil de 1960 parece na?o se diferenciar muito do atual, com milho?es de brasileiros sofrendo com inseguranc?a alimentar.

A autora nos questiona: ?sera? que surgem outras Carolinas?? e relendo alguns trechos destacados eu senti uma emoc?a?o ta?o forte que me permite afirmar que jamais surgira? algue?m com a mesma importa?ncia de Carolina Maria de Jesus.

Mary 01/07/2022

Diário de 1960 e 2022
Incrível como a leitura dessa parte do diário me mostrou como o Brasil não mudou nada, como os políticos continuam fazendo o que querem, e principalmente o errado, continuam roubando e não se importando com aqueles que os elegeram. O Brasil não melhorou, parece ter piorado.

Emerson Dylan 03/06/2022

Potência real
Na atualidade, é tão banalizada a palavra "potência", que as obras verdadeiramente potentes deixam de assim o ser designadas. Este relato de Carolina é realmente potente. É lindo como a autora, em sua simplicidade, consegue ser tão certeira.

Geraldo 24/04/2022

Confete de pobre, é pedrada!!!
Esse titulo mostra o que Carolina Maria de Jesus passou quando ela saiu do barraco na favela do Canindé para sua Casa de Alvenaria em Osasco.
Logo após ser descoberta por Audálio e ter seu diário publicado, ela começa a ganhar seu dinheiro e decide sair da favela.
Nesta obra é isso, Carolina nos mostra sua ascensão, seu cotidiano de viagens para autografar e divulgar sua obra Quarto de Despejo, seus desejos e suas vontades.
Uma obra simples mas com um poder arrebatador das palavras de uma autora que precisou viver na lata do lixo e com o poder da escrita e da educação pode ter sua casa de alvenaria.
P.S: o titulo desta opinião/resenha é que quando Carolina foi arrumar suas coisas e colocar no caminhão de mudança, muita gente sentiu inveja e jogou pedra no caminhão....o ser humano mostrando seu lado podre.

Camila 11/04/2022

Carolina...
Se você leu "Quarto de Despejo" de Carolina Maria de Jesus e acredita que sabe muito sobre a vida da mulher que teve seu diário publicado enquanto vivia sua realidade de moradora de uma favela e catadora de papel, você realmente sabe de muito pouco.
Conhecer a história de Carolina depois do estrondoso successo do seu livro é fundamental para construir a história dessa mulher que saiu do lixo para o pseudo-luxo vivendo uma realidade por muito tempo sequer imaginada por ela e seus filhos.
Carolina saiu da favela, ficou conhecida, viajou e ganhou dinheiro suficiente para morar na tão sonhada casa de alvenaria, que dá título à essa obra.
A história de Carolina continua em um próximo livro que já tenho o desejo de ler, mas apenas depois que eu conseguir assimilar toda a intensidade dessa passagem da vida da autora.
Leitura mais do que obrigatória para quem já passou pelo "Quarto de Despejo".

Brenda Rafaele 31/03/2022

Um ponto marcante da obra é que Carolina não se esquece da situação em que vivia, sofrendo pelos pobres, por seus antigos vizinhos na favela, protestando contra o custo de vida, a fome, o capitalismo (tanto que até teme ser rotulada de comunista). Em várias passagens, em momentos de fartura de comida, a autora recorda sua vida passada e pensa nos mais necessitados, que não têm aquilo que ela conquistou.

Tice 25/03/2022

Casa de Alvenaria
Meu primeiro encontro com Carolina Maria de Jesus foi um momento muito esperado na minha construção enquanto leitora. Ansiosa para descobrir os segredos da escrita exuberante dessa mulher, me deparei então com Casa de Alvenaria. Carolina faz um diálogo ousado e audacioso acerca de assuntos sensíveis e delicados na sociedade brasileira: desigualdade social, racismo, comportamento político e posicionamentos inquietantes. Mas sinceramente, a paixão pelos livros, o debruçar na leitura, o amor aos filhos e a vontade de ser justa, são os maiores ensinamentos desse livro.

Compre sua passagem para a classe desejada e boa viagem!

Debs @DeboraMaryn 21/03/2022

Seguimos com a vida de Carolina, agora saindo da favela e tendo suas ocupações de escritora. O livro é confuso em várias partes, mais ainda assim emociona e nos faz refletir.

Fagi 05/03/2022

Carolina
Aih deos faz tempo que li o livro.. mas fazendo a resenha pra contar como lido..
Eu amo a Carolina. O livro eh um pouco repetitivo, e em alguns pontos um pouco tedioso, pqe é um diário, o qe me faz pensar que gostaria de ler outras coisas da autora.. mas também, acredito que o que mais gosto nela são seus pensamentos sobre a vida, sobre as opressões, sobre politica, sobre viver.. Carolina é delicada e afiada, no livro muita gente quer um pouco de Carolina o que da dó dela, como as pessoas, a mídia e a sociedade queriam um pedaço de Carolina, e o quanto isso custou pra ela. Com certeza é bom ver ela numa situação melhor do que do quarto de despejo, mas até onde pesquisei ela não recebeu financeiramente o correto pelo seu sucesso, acho q ela é a autora mais vendida fora do brasil até hoje, isso é gigante.
Enfim, apesar do livro ter diminuido meu ritmo d leitura.. terminei ele querendo ler a continuaçao, e qrendo ler outras obras dela, pqe amo sua sensibilidade e sua poesia.
Alias p qm n sabe a carolina fez musicas tbm, um cd ótimo tem disponivel no site do ims, recomendo.