Ley 18/03/2022Previsível demaisBrienna ainda era criança quando seu avô a deixou em uma instituição para protegê-la. Ali, ela estudou para dominar uma das Paixões, que é um título para alguns estudos proporcionados. Brienna infelizmente não sabe muito de seu passado e seu avô sempre foi muito reservado para contar-lhe. Tendo perdido a mãe bastante nova e não sabendo quem seria seu pai, a personagem se sente curiosa sobre ele.
Na instituição Casa Magnália, Brienna, agora prestes a se formar, espera ser escolhida por um patrono quando o dia chegar. Ela estuda a Paixão do conhecimento, que envolve vários assuntos, dentre eles está algumas casas importantes na história. O reino em que a história se passa possui algumas descrições sutis pelos olhos da protagonista, mas há também histórias sangrentas de guerras e intrigas políticas.
Brienna tem cidadania dupla, sendo Maevana e Valeniana. Na história, a personagem está em Valenia e ao que tudo indica, sua dupla cidadania pode guardar alguns mistérios sobre a história principal. Ainda tentando conquistar sua Paixão, nem tudo acontece como Brienna esperava. Seus anos de preparação não foram tantos, e algo curioso a destacar é sua relação com seu mestre, em que ambos parecem ter interesses um pelo outro.
O leitor acaba percebendo que há um certo sentimento ali através de olhares, momentos cuidadosos, etc. O mestre de Brienna, Cartier, é atencioso mas reservado, portanto não há interações com segundas intenções entre eles nesse início. O preparo de Brienna ocupa várias páginas, que podem ser lentas, mas a narrativa é simples. Os verdadeiros acontecimentos não são tão rápidos e partem de Brienna, que se vê envolvida em uma trama política que pode gerar uma guerra.
No reino de seu pai, não há magia e a verdadeira rainha está perdida, enquanto o trono está ocupado por um tirano. Para encontrar um equilíbrio e restaurar tudo onde deveria estar, os personagens precisam de perspicácia e cuidado. Brienna possui uma certa vantagem que pode ajudar e foi aí que imaginei que a trama iria ficar mais interessante. De fato ficou mais atrativa, mas com um enredo mais morno.
Como é comum em livros de fantasia, eu estava esperando um livro com aventuras, jogos políticos, revelações grandiosas ou uma reviravolta impactante. O leitor pode encontrar boa parte do que citei na história, mas não com a intensidade que desejei. A narrativa tem certos pontos cativantes, deixando quem estiver lendo curioso, mas a história tem acontecimentos lineares e certos que não condizem com o comum em histórias de fantasia.
Os planos dos personagens são engenhosos, e devo dizer que até mesmo a execução deles pode ter uma ideia boa, mas é como se a história seguisse estritamente o roteiro com quase nada saindo do esperado. Eu nunca tinha visto um livro de fantasia com planos de personagens dando certo e estranhei bastante o que aconteceu aqui. Há uma certa emoção de acompanhar personagens enfrentando perigos e com a vida pelo fio, mas apesar de ter perigo na vida dos personagens nessa história, não senti a emoção que buscava e não houve improvisos.
Para mim, esta história foi bem morna, com acontecimentos previsíveis. Não é um livro ruim, eu gostei do que li, mas fiquei incomodada com a falta de emoção em alguns momentos. A narrativa é mais delicada e o romance é bem lento. Como disse, aconteceram alguns momentos decisivos aqui e ali, mas não me deu empolgação.
A Ascensão da Rainha é apenas um primeiro volume, mas termina de forma tão fechada que não imagino sobre o que será a sequência. Não sei se vou insistir na leitura, mas penso que poderia ficar só com este volume mesmo, já que teve uma história satisfatória e um final agradável para mim. Acho que a leitura seria mais indicada para quem gosta de livros mais tranquilos, fantasias leves, com acontecimentos mais tranquilos e romance sutil.
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https://www.imersaoliteraria.com.br/2021/11/resenha-ascensao-da-rainha-livro-1.html