Ique 20/03/2020Agatha escreveu livros melhores, mas é uma boa história. Venha que eu te explico...Os Elefantes não esquecem foi o último livro que Agatha Christie escreveu com a aparição de Hercule Poirot em meados da década de 70. Vale ressaltar que não está sendo considerado os contos e o aclamado “Cai o Pano”, que foi desenvolvido anos antes e guardado para ser a última história do personagem. O primeiro livro “O misterioso caso de Styles” foi lançado em 1920, ou seja, o personagem já está mais velho e debilitado, mas com a capacidade de raciocínio lógico bastante apurada, assim como sua curiosidade de atenção aos mínimos detalhes para resolução do caso.
Nesta história temos uma sinopse bastante simples e objetiva que é possível citar no presente parágrafo: “Ariadne Oliver, uma escritora de romances policiais, é aleatoriamente questionada sobre o antigo caso do assassinato do casal Ravenscroft, mortos há 15 anos. Intrigada com o mistério que envolve o caso, ela pede ajuda ao seu grande amigo Hercule Poirot, com a esperança de solucioná-lo. Mas, para isso, eles contarão com a ajuda de pessoas que viveram naquela época, partindo da premissa de que elas são como os elefantes, e não esqueceram de nada.”
Como ocorre no livro “Os Cinco Porquinhos”, que inclusive é citado várias vezes na narrativa, o detetive belga precisa desvendar um mistério que ocorreu há anos atrás através da investigação e entrevista com as pessoas envolvidas diretamente e indiretamente no caso. O título do livro é inclusive ligado a tais personagens: “Os elefantes não esquecem (…) as pessoas, como os elefantes, são capazes de se lembrar de coisas ocorridas há muitos anos. (…) Algumas (pessoas) se lembram mais que outras. Com essas informações, Piorot fez uma espécie de diagnóstico.”
A narrativa que ocorre em terceira pessoa é fluida e tem sua construção em poucas páginas, sendo bastante direto ao ponto. A autora divide os capítulos em três livros: o primeiro é a motivação e apresentação do núcleo principal; O segundo conta com a entrevista com cada “elefante”, onde pudemos conhecer um pouco mais sobre passado e as motivações, intrigas e segredos dos personagens. Por fim, o terceiro e último abre caminho para o clássico capítulo final onde Poirot reúne todos com sua descoberta.
Vale destacar a construção de alguns personagens como a escritora Oliver que cativa o leitor desde o início. A ambientação, embora triste e um pouco pesada, é bem feita, mas sem muitas surpresas, semelhante a trama e resolução do caso que é consideravelmente previsível. Vale ressaltar a mesma fórmula usada em outros romances da autora, o que pode se tornar um pouco cansativo para o leitor ao mesmo tempo que não possui muita ação, somente histórias.
Vale a pena ler Os Elefantes Não Esquecem? Agatha escreveu mais de 70 livros e este não se destaca, podendo ser bem sem sal. Além disso, apesar de poucas páginas a leitura pode ser demorada que não vai se diferenciar por ser uma leitura inesquecível. No entanto, se você não tiver muitas opções e quiser ler algo mais curto, o romance policial pode ser uma boa opção, mas tente comprá-lo juntamente com o box de capa dura da Harper Collins para poder viajar entre as páginas de outros livros.