@wesleisalgado 18/11/2023Um recorte distópicoAo contrário das maioria das pessoas, eu adoro pontas soltas. Não preciso de tudo explicado, gosto de deixar minha mente trabalhar e imaginar o que não foi contado.
Vide que o Brasil aqui , um lugar em que algo já deu muito errado, e ao qual temos acesso por parágrafos esparsos só serve de pano de fundo mesmo. Mas é melhor que muito livrinho distópico que vende rios por aí de autores nacionais.
A amizade entre Flavio e Alagoas, contada no recorte de uma viagem e através de lembranças me pegou. A voz narrativa é muito poética, principalmente quando na perspectiva de Alagoas. Eu achei muito terno, e o fato de um livro de 100 páginas ficar comigo e me fazer pensar nele após a leitura , é um feito. Além de ter o estilo Road Trip, que eu adoro em livros, de Salvador à Recife, depois Maceió com flashbacks em São Paulo. Recomendo!
Leitura propícia nessa semana em que nunca senti um calor assim na vida, a sensação é de que o Brasil retratado no livro pode ser realidade a qualquer momento. Acabei de me tocar que o sumo da história se passa em Recife, e ando apaixonado por lá desde que assisti RETRATOS FANTASMAS. O livro até aumentou de nota agora.