Dhel 22/10/2024
É o primeiro volume de Agatha Christie que paro para ler, apesar de passar anos e anos ouvindo - tanto do círculo familiar quanto de amigos - o quão boa ela era. E não tiro esse mérito de forma alguma, a forma de escrita que a gata triste tem é simplesmente incrível, as pontas se amarrando em algum momento, sempre com comentários sarcásticos e pistas sendo largadas em qualquer lugar.
Mas, meu porém para essa obra em específico, é o fato da conveniência da autora. A maioria dos acontecimentos foram resolvidos em situações convenientes, com uma pista ou desdobramento surgindo somente com a explicação de Poirot (tá demorando pra eu conseguir ler o nome dele da forma "correta", em). É claro que a gente teoriza desde o início, mas muita informação crucial para o desfecho real da história ela só fornece depois que ela é "desvendada", com alguma coisa que Poirot viu, ouviu ou percebeu. É como se ela guardasse parte da trama dentro da mente do personagem e a resgatasse somente quando é necessário, na conveniência.
A história é boa e dá pra simpatizar e odiar vários - ou todos - os personagens em igual medida em determinado momento; as nuances de identidade de qualquer um são ótimas e eu adorei a escrita rebuscada de antigamente. Devorei o livro com prazer e li com tranquilidade, no meu tempo. Mas no fim não fiquei surpreendida, nem em êxtase nem... sei lá, atraída pelo final. Achei que poderia ser melhor desenvolvido, descrito.
Apesar disso, amei essa edição da Harper, a diagramação é muito boa e gostosa de ler.