Letioli 25/10/2024Soca terapia nesse povo.O Que Dizem as Estrelas foi uma leitura marcada pela memória afetiva. Lembro-me de ter lido na adolescência e guardado um carinho enorme por ele. Então, quando tive a chance de pegá-lo pelo sistema de trocas do Skoob, agarrei a oportunidade. No entanto, confesso que foi um pouco decepcionante. Isso porque a memória afetiva, muitas vezes, coloca as coisas em um pedestal que a releitura não consegue alcançar.
O livro é ruim? De forma alguma. Mas como alguém que não acredita em astrologia, as explicações sobre signos soaram forçadas para mim, e foi difícil comprar a ideia. Uma questão que me incomodou foi a interpretação de características que poderiam indicar transtornos como sendo próprias de signos, o que pode ser problemático. Muitas características que poderiam ser vistas como rigidez cognitiva ou indícios de TDAH, autismo ou outros transtornos são retratadas como traços típicos dos signos, e isso, para mim, é um ponto sensível.
Por outro lado, o livro brilha na diversidade dos personagens e na forma como as histórias se interligam, criando uma sensação de continuidade. É um livro de contos, mas com uma linha narrativa bem definida e personagens que aparecem em outras histórias, como se fosse uma teia de relações. Esse aspecto, sem dúvida, o destaca entre os livros de contos que já li. E preciso dizer: o Porteiro Gabriel é um encanto! Ele é, de longe, meu personagem favorito e trouxe leveza para a leitura.
Apesar da decepção ao comparar com minhas lembranças, O Que Dizem as Estrelas ainda é uma leitura agradável, com pontos altos e uma estrutura criativa.