Resenhas -

thirdozinho 11/11/2022

denso em muitas formas
nesse grande (literalmente) livro, os autores parte de uma pergunta que acompanha o estudo antropológico há anos: qual é o natural do ser humano? mas é claro, não é tão simples assim. como eles pontuam e defendem, a pergunta deveria ser outra. como deixamos de ser livres e de escolher nosso sistema de produção e de organização da sociedade?

para tal, eles revisam a literatura acadêmica contemporânea arqueológica e antropológica, passando da Era do Gelo até o Egito, observando uma multitude de "sociedades" (podemos usar esse termo?).

de fato, o livro pode ser muito denso e detalhado em alguns momentos. não obstante, se você tem interesse por antropologia e arqueologia, todas as descobertas vão ser interessantes e você DEVE ler esse livro. quem imaginaria que na China de milhares de anos houve uma revolução de classes e foi a primeira da história!? jades são para todos.

fica claro, ao fim do livro, os ideais anarquistas dos autores. isso é admirável e mesmo que essa não seja sua visão do mundo, é quase impossível não concordar que os três princípios de liberdade mencionados por eles são o que devemos buscar em vida. então, por que abandonar a busca de um modo de organizar a sociedade melhor? Thatcher, sempre esteve errada. há alternativas e esse não é o fim da história porque a gente consegue e deve aprender com o começo dela.

Spy Books Brasil 06/10/2022

Será que tudo o que aprendemos como verdade, de fato aconteceu dessa forma?
Eu fui este livro influenciado por algumas resenhas que li a respeito Desde o princípio, eu sabia que a proposta era revisitar a evolução das formas de organização social da humanidade, mas claro que eu não podia imaginar o nível de profundidade a que desceriam os autores.

O resultado é muito interessante. De fato, eles nos fazem questionar se tudo o que aprendemos como verdade absoluta de fato aconteceu daquela forma. Eles mesmos, porém, não têm a resposta para essa pergunta, embora tenham indícios de que, talvez, tenhamos sido muito influenciados por uma visão eurocêntrica de mundo, que usa os modelos desenvolvidos pelos homens que habitaram a Europa como padrão de evolução para classificar todo o resto.

As monarquias, por exemplo: em que momento e, de que forma, elas surgem como um sistema de organização social baseado na força do patriarcado sobre os demais membros da sociedade? Por que, ao invés de estudar em profundidade as formas de organização divergente de povos originários da América, por exemplo, os estudiosos europeus preferiram simplesmente classificá-los como "involuídos" em comparação com seus sistemas monárquicos?

É um livro denso. Essa revisão dos estudos arqueológicos mais recentes, que os autores fazem para contestar as visões consagradas sobre a evolução das formas de organização social da humanidade, é bastante técnica. O resultado é muito interessante, no sentido de desenvolver nosso olhar crítico para o que nos é vendido como verdade absoluta, mas é uma leitura difícil e talvez mais destinada a pesquisadores da área, o que não é o meu caso.

site: spybooksbrasil.wordpress.com

Bia 15/07/2022

Me decepcionou um pouco
Achei o livro pouco objetivo e muito cansativo.
O autor critica o como conceitos enraizados que temos de civilizações, governo e organizações sociais, são muitas vezes baseados em suposições infundadas de arqueólogos, historiadores e antropólogos famosos em seus tempos, no entanto, a base dos argumentos do autor também são suposições e fatos não necessariamente comprovados.
É uma obra extensa que questiona e critica o que conhecemos da sociedade, mas que, ao fim, não me ensinou muito.
Talvez eu recomendaria esse livro pra quem sente que precisa desenvolver pensamento crítico.