Andrea 30/12/2021
Ficção biográfica
Natifa Mohamed não é somente a escritora, mas também a narradora da história que nos conta, ou como ela diz o griô do seu pai. E com razão, pois a autora a colocou no papel para contar ao mundo as aventuras e desventuras não só do pai-herói, mas também das comunidades que ele percorreu.
Não um herói de espada e capa, ou romântico que arranca suspiro das donzelas. Mas de um menino que sobrevive à miséria, a violência, a humilhação, as perdas afetivas, e mesmo assim segue em busca dos sonhos, do destino dourado prometido e tantas vezes repetido pela sua mãe.
E o seu olhar é gentil e poético, as vezes terno em meio a dor. Pois onde a fome e morte se unem o sofrimento pulsa mais forte que as batidas do coração.
Ao mesmo tempo ela nos dá uma visão dos costumes, da existência de hierarquia mesmo entre os mais pobres, a divisão em clãs, as crenças, alguns rituais, as festas e as comidas.
Somado a isso temos uma forte crítica ao colonialismo europeu no continente africano, assim como uma visão forte do comportamento dos vencedores após a guerra com os colonizados e as vítimas do regime nazista.
Resenha completa no blog: http://literamandoliteraturando.blogspot.com/2021/12/menino-mamba-negra.html?m=0