O pensamento vegetal

O pensamento vegetal Evando Nascimento




Resenhas - O pensamento vegetal


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Ana 29/01/2024

Livro extremamente didático para a atualidade
Uma leitura cheia de referências fortes!
O autor consegue te prender do início ao fim com sua fitoliteratura, suas palavras trazem para debate inúmeras questões sobre a natureza e literatura, dou ênfase nos capítulos sobre a Clarice Lispector e Fernando Pessoa, uma verdadeira obra de arte.
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Gabriela 27/04/2023

Plantas pensam? Se sim, como pensam?
Neste ensaio precursor do pensamento vegetal no Brasil, Evando Nascimento levanta questionamentos importantíssimos para compreender a vida das plantas: elas pensam? Se sim, como pensam? Igual ou diferente dos humanos?

Ao longo dos 10 capítulos que compõem esse livro, Nascimento procura responder a essas questões buscando amparo em diversas filosofias e pensamentos. Perpassa a visão aristotélica da psyché, a metafísica heideggeriana, a dialética hegeliana, a ontologia de Emanuele Coccia (cujo livro ?A vida das plantas? já foi lido e resenhado por mim), as inovações de Stefano Mancuso (também resenhado recentemente), o pensamento disseminador de Jacques Derrida? até chegar a saberes decoloniais, como Ailton Krenak e Davi Kopenawa.

Por relacionar literatura e plantas, Nascimento também dialoga com o clássico poema ?O guardador de rebanhos?, de Alberto Caeiro, e com diversos contos de Clarice Lispector, cuidadosamente analisados nesta obra. Também cita e analisa poemas contemporâneos, muitos deles brasileiros, mostrando o que a literatura e as plantas têm em comum. Um desses pontos de intercessão é seu crescimento acêntrico, ou seja, sem um centro definido (como o cérebro humano) que guia seu desenvolvimento.

Um livro fundamental para pensar e repensar o que é o pensamento, o que é a inteligência e o que nós, enquanto estudiosos da literatura, estamos fazendo com o reino vegetal em nossas produções. Nascimento demonstra que é preciso ir além das visões românticas e simbolistas e perceber as plantas não apenas como objetos de metáforas, mas sim como viventes que merecem ser dignificados e ter seus direitos assegurados.
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