Raissa 15/12/2021
Conheci Tamara por conta da graduação e desde então venho acompanhando-a pelas redes sociais. Tamara sempre teve uma escrita linda, muito sensível e poética. Em "Mil milhas" ela nos leva junto de sua aventura como navegadora em solitário e na companhia da Sardinha, pela sua viagem entre a Noruega e a França. Misturando alguns relatos, poemas e desenhos próprios, o livro é encantador e reforça ainda mais o poder que ela tem também na escrita. Muito inspirador poder ver também através de suas palavras todo o seu crescimento pessoal e a forma como lidava e aprendia com as angustias e frustrações.
"Este diário (...) é sobre crescer e dar-se conta da nossa envergadura. É sobre fazer um plano e cumpri-lo. É sobre criar coragem para navegar nos nossos medos. É sobre virar adulto e descobrir ser capaz de muito mais."
"Sonhos são coisas perigosas.
A gente não decide tê-los, nem define como serão.
Eles nascem por eles próprios, crescem em silêncio e espalham raízes nas nossas escolhas todas. Sem a gente perceber, os sonhos já nos são."
"Como os sonhos, os planos existem sozinhos. Mas planos não crescem sem contexto. Não podem brotar no ar. (...) Levam-se anos para matar um sonho. Mas, para matar um plano, basta um segundo. (...) Por isso, os planos precisam ser protegidos até o dia em que deixam de ser planos para tornarem-se construção."
"Quantas grandes chances nós deixamos passar por apostar no fracasso, mais do que na possibilidade de acontecer?"
"Tantos são os perigos que a gente ouve quando é mulher. O mundo faz chover razões para voltarmos para semente, guardarmos as folhas crescentes, para temer brotar, florescer, semear, e então mudar do vaso para a terra infinda."