ANDER CELES 03/09/2023
Muitas reflexões sobre relacionamentos românticos!
Olha, eu não esperava muito coisa desse livro. E que bom que estou sendo surpreendido positivamente pelas minhas últimas leituras. Às vezes acontece o contrário, né? Vc espera muito e recebe quase nada, ou pior. Mas é bom quando o contrário acontece.
Temos mais um romance jovem, mas não foca em escola, então já tá bom, rsrs. Acho que nem fala muito sobre, tanto que, pensando agora, nem me lembro se falou alguma vez sobre escola. Mas apesar de ser um romance jovem, temos muitas reflexões sobre relacionamentos. Sobre a própria vida também, mas principalmente sobre relacionamentos.
Aqui a gente pensa sobre essa questão de idealizar uma pessoa para um relacionamento romântico, o quanto essa idealização nos prejudica e prejudica o outro. Às vezes a gente fica tão focado nessa idealização que deixa passar batida muitas oportunidades.
Outra coisa é essa questão de ter que lidar com os sentimentos do outro também. Quando a gente se envolve em um relacionamento, principalmente um romântico, a gente também se torna responsável pelo outro. E isso é mostrado de uma forma muito boa no livro, pq o que ele apresenta é o que é de real. Tá, vc é responsável pela outra pessoa, mas até que ponto vc tá se prendendo a outra pessoa só para não magoar os sentimentos dela, enquanto os seus estão sendo magoados? Sabe? Tudo isso é muito complexo, e todos já passamos por isso. Na teoria, ver isso acontecendo em livro, é tão fácil rsrs. Mas aí tá a beleza dos livros, né? A gente pode ver e sentir o que outras pessoas sentem em situações que a gente não sabe lidar muito bem.
Outra coisa bem legal abordada aqui é a privacidade, ou falta dela, das pessoas famosas. Quando vc se torna conhecido de um número muito grande de pessoas, vc perde um pouco do poder de escolha. Porque cada escolha errada vai ser interpretada de maneira diferente pelas pessoas. Então...vida difícil hehe
Bom, os personagens são bem interessantes, e cada um com personalidade única. De longe o Elliot é a melhor pessoa do livro. Uma personagem que queria que brilhasse mais é a Hanna. Acho que ela tem um background tão interessante, pena que não foi tão explorado. Li algumas resenhas sobre os personagens. Algumas falavam sobre o Micah ser um riquinho privilegiado, e de verdade? Isso nem chega a ser útil durante a história. Isso é dito, sim. O Elliot até brinca com ele chamando-o de Rico Riquinho (personagem de desenho animado), mas não tem nenhuma situação que isso é usado a favor do Micah. E quando ele faz algo pelo Elliot (o que eu com certeza também faria), até leva um puxão de orelha do outro. Então é só o background dele. Só isso. Não prejudica a história ou o personagem. Também li falando sobre o Grant ser um oportunista. Jura? O cara é artista, quer viver disso, nunca teve a chance de se projetar, e quando vê uma possibilidade de vencer da arte não pode se promover? E não é como se ele estivesse com o Micah por interesse, ele gosta do Micah, tem medo de ser abandonado. A questão é que os dois estão em vibes diferentes. Se o casal fosse do tipo blogueirinha, daria super certo. Então, não. O Grant não foi oportunista, não no sentido negativo que os contextos deram à palavra.
Bom, de resto, a premissa é uma premissa comum. Mas a execução é muito eficiente. E aí que tá a diferença em saber contar uma história orgânica e não saber. Vc sabe o que vai acontecer durante a história, vc sabe pra onde ela tá indo (apesar de o começo ter se resolvido bem rápido), mas os acontecimentos no meio dão ação e emoção pra ela. Outra coisa, uma escrita super tranquila, vc lê muito rápido.