Eva 12/01/2023
Dinheiro bem gasto é sempre uma alegria
Não sei o que dizer, na verdade. Conheci o escritor no twitter, fui ler as sinopses dos livros e esse foi um dos que mais me chamou atenção. O filho de um serial killer contando como é estar na própria pele? Eu não podia perder essa.
Por ser um conto, é uma história bem rapidinha de ler. Eu gostei da escrita, apesar de um detalhe ter me incomodado bastante: repetição de palavras. Em específico, repetição de nomes. Como a narração é em terceira pessoa, o nome do protagonista é muito repetido; até aí tudo bem. O problema é a quantidade. Pra terem uma ideia, o livro tem 95 páginas e "Paulo" é dito 328 vezes (sim, eu botei no search do Kindle). Tem vários momentos em que ele poderia ter substituído por pronomes, mas não o fez, e isso é algo que me tira um pouco da experiência pois me irrita profundamente.
Falando sobre o enredo, o tema é um negócio que me interessa muito, e eu gostei da forma como ele abordou. Mostrou como tudo afetou profundamente o personagem, como mexeu muito com a saúde mental dele. A abordagem sobre a transexualidade também é muito boa, até porque o Ariel tem muita propriedade pra falar sobre. O que me fez falta foi se aprofundar só um pouquinho nos crimes cometidos pelo pai, de que forma ele fez, talvez falar algo sobre as vitimas. Umas poucas páginas a mais sobre isso e eu ficaria satisfeita.
Mas o que me deixou mais impressionada, digamos, foram os poemas. No começo eu não sabia se eram do escritor ou se ele estava apenas citando. Mas de fato são autorais e são INCRÍVEIS. Não faço ideia se ele tem um livro só de poemas, mas são a melhor parte. Indo encher o saco no twitter pro Ariel escrever um, eu definitivamente preciso com urgência. Posso dizer que essa obra é o ponto de partida pra eu ler mais coisas dele.