Jessica 10/01/2024
Bons aprendizados e reflexões, gostei mas com algumas ressalvas
O livro traz algumas explicações sobre comportamentos que geram dependência dando ênfase na dopamina que é um neurotransmissor relacionado ao prazer. A autora é psiquiatra e apresenta vários casos e sua experiência clínica e pessoal para exemplificar e abordar a forma de lidar com esses comportamentos que se tornam prejudiciais, que vão desde o uso excessivo das redes sociais e açúcar a bebidas e drogas.
Gostei da leitura mas como psicóloga deixo algumas ressalvas como por exemplo a técnica de “Jejum de Dopamina”, que é uma forma de se abster por um tempo de coisas que dão prazer (como esses hábitos aditivos) para reconfigurar o cérebro e equilibrar a dopamina. Não há evidências científicas para isso.
Mas usando o bom e velho filtro (e análise crítica) dá pra tirar aprendizados e reflexões sobre nossos comportamentos e o contexto biopsicosocial relacionados ao prazer e sofrimento.
Das reflexões que fiz, o que ficou pra mim no final:
- Pode não haver evidência para o jejum de dopamina mas podemos repensar nossos hábitos, quais deles são funcionais e saudáveis e quais não são, o que podemos fazer para mudar e agir em coerência com aquilo que é importante pra gente, com o que nos traz crescimento e com o que é saudável.
- Subestimamos o papel das nossas emoções, por exemplo: às vezes a ansiedade, estresse que sentimos pode estar nos alertando sobre algo, como o nosso estilo de vida, se eu vivo preenchendo o meu dia fazendo coisas uma atrás da outra sem descansar, pode ser um indicativo pra eu atender a essa necessidade de descanso. Mas o que às vezes acontece é que tentamos eliminar/evitar essas emoções com comportamentos pouco saudáveis que tendem a amplia e mantê-las, não dando espaço para ouvir e senti-las.
- O sofrimento faz parte da vida! Lembrei dessa frase do psicólogo Steven Hays: “Sentir-se vivo e engajado em sua vida não exige que você primeiro elimine sua dor. Requer exatamente o oposto: abrir-se para a alegria (e a dor!) proveniente de fazer sua vida ser sobre o que você realmente quer que seja”. Não se trata de ignorar ou suprimir a dor, mas de dar espaço a ela, reconhecendo-a como uma parte transitória de nossa jornada.
- De sermos honestos, verdadeiros e vulneráveis. Isso estimula uma consciência sobre nossas ações, reforça nossa responsabilidade, gera coerência entre quem somos e o que fazemos.