spoiler visualizarIngrid752 17/05/2023
Arrebatada ??
Conheci a Tatiana antes de conhecer sua escrita, na Livraria Na Nuvem que fica no Café Colombiano em SP (Inclusive são super charmosos, e vale muito a pena conhecer). Eu fui encontrar pessoalmente a querida Carla Guerson, que eu já conhecia virtualmente, assim como sua escrita que amo!
Eu que não sou boba nem nada (me senti minha mãe escrevendo isso haha), aproveitei para comprar o livro autografado ?, e como pessoa nada ansiosa que sou, criei muitas expectativas. Como em abril minha lista já estava gigante (não que não esteja sempre ?) eu deixei para começar em maio, e alguma coisa me dizia que eu não ia me decepcionar.
Pois bem, maio chegou, e eu comecei a ler "Quando as árvores morrem", e fui arrebatada. Não tem outra palavra para descrever minha sensação que não seja essa.
Eu fui arrebatada pela história, escrita, narrativa, enfim pela experiência.
A cadência poética que a Tatiana usou para falar sobre a perda de um ente tão querido como um pai, foi simplesmente impecável. Eu não só li um livro, eu vivi durante o período de leitura o luto, por uma filha que perdeu um pai, e com ele uma grande parte de suas raízes, certezas e rumos. É um livro principalmente sobre luto, mas não se engane em achar que é só sobre isso. É sobre biologia, caridade, família, amor, entrega, perda, sobre a vida e a sobre a morte.
Eu passei a narrativa inteira sentindo uma compaixão e empatia imensa por uma filha que ficou órfã, e que não sabe como "ser" sem o pai que foi sua maior fonte de referências.
Talvez você pode pensar que isso não é lá muito extraordinário, mas eu sou uma pessoa que não tem pai, e conseguir sentir de forma quase palpável essas sensações através de uma história, pelo menos para mim se deve à competência e sensibilidade de quem a escreve.
Essa é com certeza uma história que entrou para as minhas preferidas, daquelas que me pego pensando, refletindo e maturando a experiência, e pra mim são as melhores.
? ?Nunca se retorna de um luto. Reconheço-0 como minha casa desde já, embora eu possa caminhar para a janela, respirar outros ares.?
? ?O luto não é cruel quando apresenta a falta, mas quando descortina que somos capazes de nos acostumar com a ausência.?