Carol Abrantes 24/10/2022
Slowburn e friends to love: receita perfeita para construção da narrativa sáfica "Ela fica com a garota"
Rachel Lippincott nasceu em Bucks Country, na Pensilvânia. Formou-se como bacharel em redação em língua inglesa pela Universidade de Pittsburgh. Conhecida por ser autora destes livros contemporâneos: "A cinco passos de você"; "Todo esse tempo"; "A lista da sorte", entre outros. Já Alysson Derrick nasceu em Greenville, também na Pensilvânia. Graduou-se em redação em língua inglesa. Alysson está a galgar sua trajetória literária, por isso, não há (ainda) tantas obras publicadas com seu nome. Ambas são casadas há quase 3 anos e são mamães de primeira viagem.
"Ela fica com a garota" é um romance slowburn e friends to lovers, ou seja, um romance entre amiges no qual se desenvolve gradativamente. Pode-se fazer um paralelo como se a leitura fosse como um filme da sessão da tarde. Leve. Clichê. Receita infalível. Além disso, o livro parece ser autobiográfico, visto que Alysson trabalhava em um food truck, porém tinha como paixão a leitura e escrita.
Na narrativa, encontramos as protagonistas Alex e Molly. Ambas têm personalidades diferentes, mas descobrem que têm mais em comum do que imaginam. A leitura é fluída e clara. Os capítulos são curtos permitindo que os capítulos sejam lidos num piscar de olhos. O livro levanta temáticas importantes como: autodescoberta, aceitação, relacionamento tóxico, alcoolismo, juventude, pertencimento.
O livro é indicado para todas as pessoas que queiram se sentir abraçadas em meio a tanto preconceito e intolerância. Obviamente, um romance sáfico importantíssimo para a comunidade LGBTQIA+. Mais pessoas LGBTQIA+ conquistem espaço no meio literário, político, acadêmico, profissional, pois a representatividade é vital para a desconstrução da heteronormatividade. Dê uma chance e boa leitura!
"Quando se passa tanto tempo quanto eu passo preocupada com o que dizer e como dizer, e mesmo assim sai tudo errado, se torna mais fácil nunca dizer nada." (p. 23)
"Algumas coisas têm que desmoronar, porque não deviam estar juntas, mas outras são tão feitas para estarem juntas que nunca vão quebrar." (p. 279)