-Rafaela 02/05/2023
3 estrelas só pelo final
Vou começar questionando o que houve nesse livro aqui? Primeiramente, a guerra das duas rainhas destoa dos outros livros da série, tudo é diferente, e não no bom sentido, pois é confuso mesmo para quem leu antes o spin-off uma sombra na brasa, basicamente nem parece que é continuação dos outros três, é aquele livro que tudo deu errado e mesmo assim foi publicado.
Dito isso, o livro tinha uma premissa para ser bom, envolvente em sua narrativa, mas, não é isso que encontramos no decorrer das páginas. Isto porque, se formos olhar para os personagens em sua essência, teríamos uma Poppy que tem poder suficiente para enfrentar a Rainha de Sangue com a ajuda dos lupinos e atlantes, sem que a estória ficasse se arrastado, afinal, ela é rainha de um reino, tem influência, poder, o que mais poderia dar errado? Aí que eu digo, o que o leitor de fato encontra é a falta de coesão e desenvolvimento da escrita, já que temos uma Poppy endeusada, considerada incrível, invencível, forte, mas que na maioria das vezes, teme usar seu poder por receio de machucar os outros, esquecendo-se de que, em uma guerra haverá consequências tanto fatais. Além de que, sempre gostei da Poppy, mas nesse livro foi difícil, principalmente por suas atitudes, tornando-a bastante irritante.
Se analisar isso, essa nem é a pior parte do livro na minha opinião, e sim o que fizeram com o casal, colocando o Kieran como um possível trisal no quinto livro. Isso simplesmente vai contra tudo o que a Poppy e Casteel eram como um casal monogâmico. Onde é que eu estava nos outros livros que deu a entender que todos os três seriam de fato um só? Onde estava o possível sentimento romântico da parte do Kieran pela Poppy e vice-versa nos outros livros? Por que eu não vi isso, o que eu percebia era que, logo quando se conheceram, Kieran não gostava tanto da Poppy assim e conforme foram de fato convivendo, passaram a nutrir sentimentos de amizade, melhores amigos. Aí no começo do livro, vemos uma proteção excessiva beirando ao ridículo por parte do Kieran e essa aproximação dos dois para além de amizade e eu me pergunto, qual a necessidade de forçar uma situação dessas? Não preciso nem dizer que achei desnecessário o motivo que levou a união dos três, pior ainda foi a descrição enfadonha dessa união, que vergonha alheia!
Sobre o Casteel, só tenho uma palavra para definir: decepção. O que a Jennifer fez com o Cass do livro de sangue e cinzas? Enterrou? Só pode. O Cass do primeiro livro era maravilhoso, corajoso, tinha personalidade e lutava pelo o que queria, era conhecido como o senhor das trevas, o que nesse livro se torna uma piada. Visto que, aqui temos um Cass passivo, submisso, subordinado e estritamente irritante que só pensa em s-e-x-o todos os capítulos. O que me leva a criticar a evolução do casal, basicamente 90% da cena deles juntos acabavam em hot, mesmo quando não havia necessidade de tal coisa, acontecia! Tinha cenas que só olhava e pulava, de tão cansativo que se tornou.
Outra ponto negativo: os diálogos infantis de TODOS os personagens, principalmente do Casteel e do Kieran. Era tanta infantilidade que é difícil de acreditar que são pessoas que já vivem há séculos, mas que se comportam como adolescentes. Acho que a minha maior decepção com o livro foi o tanto que a Jennifer mudou os personagens e suas personalidades para pior, nenhum se salvou.
Agora o ponto alto: as referências feitas a Nyktos e Sera, que ao meu ver, salvam e muito o livro. Confesso que estava muito mais interessada na estória dos dois do que na da Poppy e Casteel. Mas, não podemos negar que como sempre a Jennifer sabe como encerrar um livro, te induzindo a ler o próximo, e é claro que vou ler, mesmo não tendo gostado tanto de a guerra das duas rainhas.