Resenhas - Fumaça Branca

Rafael 26/02/2023

"- E não dá pra crescer onde não te querem."
O maior ponto negativo de "Fumaça Branca" é a justamente o suspense em relação a casa. As sequências envolvendo os fantasmas são as mais clichês possíveis e nunca despertam uma real tensão. E falando em clichês, quase todos os personagens são esteriotipados: você já sabe qual vai ser a reação dos pais, da irmãzinha que, de alguma forma, vai ser alvo dos espíritos etc.

O plot do trauma de Mari com percevejos é o que realmente traz algo novo e gera as melhores cenas. Mari, aliás, é a personagem mais bem construída e mesmo possuindo esteriótipos de mocinhas do gênero, não se perde por isso. Destaco também Yusef.

O twist - apesar de não muito original - e a crítica social que a autora fez são até legais e se encaixam bem na história, mas não salvam o conjunto de ser apenas "ok", principalmente após o final, que tinha espaço para ser bem maior. "Fumaça Branca" foi uma boa leitura e a escrita de Tiffany é muito convidativa, mas não posso negar que, como fã de suspenses, esperava mais do livro.

Mirela Ugioni 23/02/2023

Mary precisa recomeçar, ela era uma corredora em ascenção na escola, mas se meteu com as pessoas erradas, e precisava a todo custo aliviar sua dor, isso fez com que ela botasse tudo a perder, a vaga na equipe de corrida, seu relacionamento e a confiança da mãe. Mary tem toc e crises de ansiedade bem intensas por conta de um trauma que teve quando criança, junto com isso os pais se separaram e ela precisa de adaptar a nova família que a mãe arranjou pra eles. Quando a família muda de cidade, pronta pra recomeçar, as coisas começam a ficar esquisitas na nova casa, cheiros estranhos, vizinhos que olham estranho, boatos esquisitos, objetos que somem, barulhos inexplicáveis. Além disso, Mary precisa se adaptar a escola nova, fazer amigos, porém ela tem um temperamento bem egoísta e isso dificulta um pouco. A parte mais aflita do livro deveria ser o sobrenatural, mas na verdade quem ganhou a cena nesse aspecto foram as crises ansiedade, as desconfianças da família, as omissões desnecessárias, o padrasto parcial, entre outros dramas familiares. O livro é bom, pena que terminou sem um desfecho, o desfecho ficou para o livro 2.

Yuuki 23/02/2023

Fiquei na dúvida em dar 2.5 estrelas. Infelizmente esse livro demorou muito pra me cativar (esse tem sido um problema geral que tenho tido com livros, então não posso dizer com certeza que isso é um problema desse), porém é fato que a história não me prendeu desde o início, principalmente pelo grande clichê dos acontecimentos, o papo de só a Mari ver as assombrações e tudo mais deixou com um ar de qualquer coisa.
As coisas melhoraram no final da história, quando aconteceram coisas realmente macabras (na categoria histórias fictícias, se a luz pisca aqui em casa eu grito kkkk), o desenrolar do final me deixou mais animada com o livro e eu gostei do plot, achei bem construído.
Porém senti que esse livro não tem um final, é como se a história quisesse continuar, mas não acontece. Imagino que possa ser uma coisa proposital voltada para compararmos essa manipulação com coisas reais, mas senti que realmente faltou um fechamento mais coerente, coisas simples como: a mãe da Mari e o Alex estão vivos? O Yusef ficou vivo? O que rolou com os Kruger?
Um ponto positivo na minha opinião foi o plot (GRANDE SPOILER AQUI) porque a perspectiva de ter pessoas morando na sua casa sem você saber é algo completamente macabro e terrível.
Agora, preciso dizer que a Mari é extremamente irritante, ela tem sua redenção no final e achei fofo como ela se entendeu com a Piper, mas durante todo o livro ela é uma protagonista insuportável, e não digo as coisas propositais, como ela ser egoísta que é algo que faz parte do amadurecimento da personagem, mas coisas tipo a maconha, não queria entrar nesse mérito porque realmente não entendo muito do tema, mas acho que não fica claro em nenhum momento que o uso que ela faz é especificamente medicinal, na maioria do tempo ela age como se simplesmente gostasse de estar chapada e muitas características na fala dela apontam claramente ao vício, para no final ela contar para o Yusef como se fosse apenas medicinal, eu acredito no uso da maconha medicinal, mas não acho que seja o caso da Mari, o que não cabe a mim dizer se é bom ou ruim, mas faz com que a personagem tenha sido um saco durante quase todo o livro.

Mia Fernandes 15/02/2023

"E não dá pra crescer onde não te querem".
Para ficar bom, tem que ficar muito ruim antes. E se você conseguir aturar tudo - personagem c@zona egoísta - voce pode ser agraciado por uns 2 capítulos finais interessantes.

Fumaça branca traz um terror, que nada mais é um livro sobre recomeço, segunda chance e saúde mental. A representatividade foi o ponto alto para mim.

Deixo algumas passagens que fizeram eu dar 2/5 estrelas :

"Parasitose delirante: a crença de estar infestado por insetos que não existem. Vem junto com hipervigilancia, paranoia, depressão, insônia e ansiedade nível máximo".

"E não dá pra crescer onde não te querem".

"Viciada. A palavra tem um significado profundo tão cruel, sem deixar nenhum espaço para compreensão e compaixão. Ninguém sabe por que sou assim. Eles nem sequer se interessam em saber. Só veem a superfície e pronto".

"Por que você deveria se machucar por causa de um ... erro ?"

Xoxo
Mia fernandes

Jaque @blogmalucadoslivros 13/02/2023

Fumaça Branca
Meu primeiro contato com a escrita da autora não poderia ter sido melhor. Faz tempo que não leio nada de terror e essa obra foi uma ótima forma de matar saudade do gênero.

Marigold pretende recomeçar do zero e esquecer seu passado e quando sua família se muda para Cedaville — uma cidadezinha pequena nos EUA –, ela acredita que vai ser a oportunidade perfeita para isso. Só que ao chegar na cidade ela percebe que a nova moradia talvez não seja tão perfeita assim. Coisas muito estranhas começam a acontecer e seus vizinhos parecem esconder algo.

Fumaça branca foi uma leitura bem intensa e que me deixou naquela expectativa de que coisas estranhas poderiam acontecer a qualquer momento, bem clássico de terror mesmo e a autora entrega isso muito bem.

Mari não é uma protagonista confiável, ela tem seus problemas e seu passado bem tortuoso que me fez desconfiar de tudo que ela fazia do início ao fim. Além disso a obra aborda assuntos importantes como racismo também.

Enfim, Fumaça branca foi uma leitura intensa, um ótimo suspense psicológico e um prato cheio para quem gosta de terror, aparições e barulhos sinistros.

site: https://www.instagram.com/p/Comw6uYrOH6/

matheus.silva 11/02/2023

Melhor livro
Fazia tempos que eu não lia um livro tão bom. Fumaça Branca engloba vários temas, dentre eles o racismo e o fanatismo religioso e deixa uma mensagem bem importante que na verdade os monstros são as pessoas. Quero a continuação dessa obra incrível pra já!!!!

Bibs | @queriaestarlendo 29/01/2023

Um clássico repaginado
Esse é o segundo livro da Tiffany que eu leio e amei muito. A Mari é uma protagonista meio chata, mas ela mesma sabe disso e as pessoas também chamam a atenção dela pra isso, o que gostei muito. A história é BOA DEMAIS. A clássica casa mal assombrada, mas com alguns twists, com a protagonista que não pode ser confiada e vários detalhes que vão deixando a gente com raiva e investida na história. E o final? É aberto, mas é do tipo resolutivo. Você sabe como algumas coisas vão terminar. E outras, você só espera muito que aconteçam. Gostei muito, favoritei.

Gabriela 16/01/2023

considerações finais
esse livro foi o primeiro que eu li dessa autora, não conhecia ela antes e simplesmente me apaixonei.
eu normalmente não me arrisco muito nos livros de terror, porém esse livro passou das minhas expectativas, ele simplesmente é bom demais!!!
além de ser terror, ele aborda uma pitada de romance, suspense e drama, e essa foi uma ótima combinação.
ele me surpreendeu do começo ao fim, foi aquele livro que não consegui parar de ler e quis devora-lo de uma vez só.
gostei do plot pois não estava esperando.
apesar de querer uma continuação para saber como ficou a família dela, como ficou a relação dela com o Yusef, como ficou a cidade depois disso, se todos descobriram a verdade por trás da fundação; um capítulo extra iria sanar minhas dúvidas.
é um livro que mereceu suas 5 estrelas.

Faragao 15/01/2023

Alguém me diz que é uma duologia?
Amei o livro, mas o final deixou muito a desejar e não consigo imaginar um segundo livro só pro encerramento da história - que é óbvio depois do desenrolar da trama.
Não sou muito de ter medo de livros de terror, mas esse me pegou em várias partes, fiquei com medo real.
É um livro cheio de mistérios, pessoas estranhas numa cidade praticamente escondida e que lembra muito a mensagem que o filme Corra passa.
O plot final foi TUDO pra mim! Realmente não esperava e quando aconteceu tinha certeza que ia acabar dando nota 5 pro livro, mas o final acabou com tudo porque não teve um final e isso me frustrou bastante.
Gostei muito de como o livro trabalhou diferenças de classe social, raça, doenças mentais e até mesmo conflitos familiares, além de trazer de forma muito estruturada e delicada a dependência química da protagonista e como isso afeta sua vida e das pessoas a sua volta.
O livro te prende do início ao fim. Pra quem gosta do gênero terror, vai amar.

Biaa 14/01/2023

Gostei bastante da experiência de ler esse livro, a escritora conseguiu passar muito bem a agonia da protagonista com seus medos e angústias, o suspense e o terror realmente foram muito bons, porém para mim, o final deixou um pouco a desejar. Eu gostei, mas acho que faltou um pouco.

Luiza Helena (@balaiodebabados) 09/01/2023

Originalmente postada em www.instagram.com/balaiodebabados
Marigold e sua família acabaram de se mudar para uma cidade no interior dos EUA. Tomando esse acontecimento como um novo começo, tudo que ela quer é deixar o passado para trás. Mas quando coisas estranhas começam a acontecer na casa onde moram, Mari se vê no meio de um grande mistério.

Fumaça Branca é o meu primeiro contanto com a Tiffany e mistura bem o terror psicológico com assuntos importantes. O clima de suspense do livro é bem conduzido, principalmente no tocante da casa nova de Mari e sua família. Quer barulhos estranhos?, você tem; quer portas se fechando do nada?, tem também; quer um amigo invísivel que apenas sua irmã mais nova consegue conversar, eita que esse tem de sobra.

A relação de Mari e sua família é bem conturbada. Ela é bastante ligada ao irmão mais novo, tem seus atritos com sua mãe e só vive cordialmente com o padrasto e sua filha, que virou sua irmã mais nova. E isso só piora quando as coisas começam a acontecer na casa.

De outro lado, como falei, a autora toca em assuntos como racismo, preconceito e gentrificação. A cidade de Cedarville tem um passado sombrio e isso ainda influencia a convivência dos habitantes. Ele me lembrou bastante o Quando Ninguém Está Olhando, da Alyssa Cole, que também toca nesses assuntos.

A história tem ritmo ok, mas que fica melhor já na reta final. O plot twist foi algo que não vi chegando e me pegou completamente de surpresa. Minha única reclamação é a tentativa de romance que, francamente gente, já deu de tentar ficar forçando essas coisas em thrillers YAs. No mais, é uma história bem legal e que vai te prender do início ao fim.

site: https://www.instagram.com/p/CnDJqz3PCla/

@bonecaliteraria 29/12/2022

Marigold precisa recomeçar. Por isso ela é a família abandonam a vida na Califórnia e se mudam para a pequena e estranha cidade de Cedarville. Tudo parece ideal e perfeito, mas, aos poucos, Mari vai percebendo que existe algo errado pairando na sua casa. E não é só em seu novo teto, mas toda a cidade tem um ar sinistro de coisas escondidas. Quando mais Marigold descobre, mas assombrada ela fica.

Porém, não são só os fantasmas de Cerdaville que perseguem a garota, pois Mari trouxe consigo tudo o que não conseguiu deixar para trás. Seus medos são ampliados pelo clima de terror que se instaura na cidade, e ela vai precisar
enfrentar a si mesma se deseja sobreviver.

Queria Estar Lendo 22/12/2022

Resenha: Fumaça Branca
Lançamento da Editora Seguinte - que cedeu este exemplar em cortesia -, Fumaça Branca é o novo livro da Tiffany D. Jackson. Autora de Monday's not coming, aqui ela entrega um terror psicológico com crítica social e uma narrativa que torna impossível parar de ler.

A trama acompanha Mari. Ela, a mãe, o irmão, o padrasto e a irmã postiça se mudam para uma cidadezinha no interior dos Estados Unidos. A cidade, Cedarville, é carregada por uma história misteriosa; especialmente o bairro e a rua em que eles vão morar. Uma empresa está querendo reformar e arrumar aquele lugar, e a família de Mari é a primeira desse programa que visa trazer novas famílias para o bairro.

O problema é que a casa em que eles se mudam é estranha. Não apenas pela solidão da rua, mas também por carregar uma energia esquisita. Com o passar dos dias, coisas bizarras e macabras começam a acontecer; durante a madrugada, Mari escuta passos, coisas são tiradas do lugar, outras somem, seu quarto parece muito mais frio do que deveria.

Alguma coisa vive naquela casa, e não os quer ali. Alguma coisa que parece se aproximar da sua irmãzinha postiça, com quem Mari não tem uma relação tão boa; alguma coisa que está determinada a atormentá-los e tornar da sua vida um grande inferno.

Fumaça Branca é um terror psicológico que mistura muito bem as críticas sociais e a vivência racial da sua protagonista - e de personagens ao seu redor - no elemento terror. A casa assombrada é tão terrível quanto a sensação de que tem alguma coisa bem errada com as pessoas brancas que estão querendo reformar aquele bairro.

Com um ritmo ora lento e tenso, ora frenético e desesperador, Tiffany D. Jackson conta uma ótima história assustadora.

Sua protagonista, Mari, está vivendo muito em pouco tempo. A mudança para essa nova cidade tem a ver com um incidente terrível em que ela se envolveu, quando estava usando drogas. Agora, limpa, ela promete a si mesma que a mudança vai fazer bem. Mas os horrores da casa parecem dizer o contrário.

Eu gostei de como ela não hesitava em agir quando se tratava da sua família. Mas me irritei com a quantidade de tempo que levou pra extrair um pensamento racional dessa garota; muita coisa estava bem na cara, e ela demorava páginas e mais páginas de nada para finalmente chegar a algum lugar.

"As casas de Maple Street parecem mais bizarras do que nunca. Talvez porque não sei quem mais pode estar à espreita nas sombras."

Seu irmão, Sam, merecia o protagonismo. Muito pró-ativo e inteligente. Eu adorei a relação dos dois, que tem as picuinhas e provocações, mas é muito de companheirismo e um protegendo o outro. Sam é um garoto esperto e divertido e um coadjuvante com quem a gente se importa logo nas primeiras cenas.

Diferente da peste que foi a Piper. E sim, era a intenção do livro, te deixar com os nervos à flor da pele porque aquela pirralha tinha tudo na palma da mão e usava a manipulação e a pirraça para conseguir o que faltava. Sua conexão com a casa é muito misteriosa, e é um dos pontos centrais do motivo pelo qual Fumaça Branca foi tão bom.

O livro desperta todo tipo de emoção durante a leitura. Não apenas o medo, mas raiva, desespero, frustração, alegria, confusão. É uma história bem contada, porque seguimos essa montanha-russa de incerteza sobre o que está acontecendo.

Só dá para saber que tem alguma coisa muito errada com aquela casa. Mas o quê?

Fumaça Branca também faz muito bem em apresentar a família como um ponto-chave da história. Mari, os irmãos, sua mãe e padrasto são muito unidos. Mas tem aqueles momentos de diferença e de falta de conexão. Afinal de contas, é um relacionamento recente. E a mudança de cidade foi abrupta não apenas pelo projeto, mas pelo incidente com a Mari.

"Você já acordou na cama e sentiu que tinha alguém... ali?"

Em relação à trama, a graça de Fumaça Branca está justamente em chegar sem saber o que esperar. Tem uma espécie de conspiração correndo pela cidade. Tem a questão com a casa assombrada. Tem o mistério do por que esse lugar parece cada vez mais bizarro. E também tem as discussões sociais e raciais que permeiam toda essa trama principal, e que aparecem como críticas afiadas. É interessante que você só saiba disso, porque todo o resto aparece como uma surpresa.

A cidade é pitoresca, com aquele clima de interiorzão que guarda seus segredos a sete chaves. Mari começa a entender isso quando se aproxima de dois colegas de escola - Yusef e Erika. Yusef, aliás, foi muito querido e maravilhoso e contribuiu com um clima mais leve e amigável para os momentos tensos da trama.

Como a boa medrosa que sou, o nível de terror desse livro foi médio pra cima. Teve algumas cenas em que eu não conseguia nem respirar, tamanho medo. Quanto mais a autora explorava a questão do enigma macabro na casa, mais a casa parecia determinada em aterrorizar sua moradora mais curiosa. E a gente, em consequência.

"Por que eu deveria acreditar em alguém se não acreditaram em mim quando, lá atrás, eu disse que havia algo errado?"

Se tem um defeito no livro (além da Mari ser uma toupeira) é que em certo momento, a trama parece se arrastar demais. Ali pro meio da história, parece que se estende mais do que deveria, se apoiando na teimosia e burrice da sua protagonista para não avançar mais rápido.

A edição da Seguinte tá muito bonita. Eu nunca vou cansar de elogiar a arte dessa capa - feita por Amanda Miranda -, que ficou linda e sombria e passa o clima do que é a história. A tradução de Solaine Chioro também, impecável.

Fumaça Branca é uma história única sobre o terror do desconhecido em um lugar que deveria ser seu porto seguro. A história de uma casa e dos segredos que ela guarda assombrando uma família.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2022/12/resenha-fumaca-branca-tiffany-d-jackson.html

Camila 22/12/2022

Eu tinha expectativas bem específicas sobre o que esperava ao começa esse livro. Uma Residência Hill com pessoas pretas. O livro não me entregou exatamente isso, sai frustrado? Nem um pouco, por que terminei cativado pela história que Tiffany D. Jackson se propôs a contar

Thainá - @osonharliterario 21/12/2022

Nova cidade, novos amigos, nova casa (assombrada)
Logo após um acontecimento grave na família, Mari está se mudando para Cedarville com a mãe, o irmão mais novo, o padrasto e a meia irmã. A adolescente, que morava na Califórnia, se encontra em processo de cura ao mesmo tempo que tenta controlar uma ansiedade extrema, a qual só é acalmada a base de maconha, ocasionada por uma fobia de percevejos.

Mas o que a família não sabia, já que a moradia era uma espécie de moeda de troca e de um novo projeto da Fundação, é que aquela casa era a única refeita da rua e, ainda, era conhecida como “Casa da Bruxa” pelos demais moradores locais por conta das lendas urbanas que a apontavam como assombrada.

Mescle uma família inter-racial que não é bem vinda pela comunidade à um fantasma que não quer ninguém em sua casa, resultando em um terror sobrenatural com pinceladas de drama familiar e racial. Além disso, também há o vício das drogas e a vida fechada de Mari, que está em uma cidade nova, longe de sua melhor amiga e tendo que enfrentar a falta de confiança dos pais e padrasto.

Fumaça Branca, pra mim, é meio que uma mistura de surpresa e admiração com um pouco de irritabilidade e saco cheio. No primeiro caso, posso dizer que a história em si me surpreendeu bastante, principalmente por ter um plot twist que eu nem sequer imaginava, o que fez com que a minha experiência de leitura fosse totalmente abalada (e de um jeito bom).

Porém, contrapondo a isso, houveram certas coisas que me incomodaram e as quais não deixaram eu ter uma experiência 100% positiva, uma delas é a própria protagonista. A própria personagem está sofrendo com suas ações e com a separação dos pais, mesmo sabendo que isso e a mudança são os melhores passos, mas, mesmo assim, ela insiste em ser uma babaca com todo mundo, inclusive com quem apenas quer ajudá-la ou se aproximar para fazer amizade.

Outro ponto que me tirou do sério foi o final – o final mesmo, as últimas linhas do último capítulo. O livro simplesmente acabou deixando várias pontas soltas, sem se importar em dizer sobre o que aconteceu com os demais personagens (que tanto me importei).

Mas, Fumaça Branca conseguiu me conquistar com o seu drama familiar pesado; com os seus sentimentos intensos de tensão, culpa e raiva; com a sua atmosfera sombria de casa assombrada; e com seus personagens os quais me importei cada segundo. Também me ganhou por debater a questão racial dentro de uma família inter-racial e na junção de duas famílias distintas e por discutir a ganância e crueldade de pessoas brancas que têm o domínio da vivência de pessoas negras, de suas moradias, de suas vidas.

Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.

site: https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2022/12/21/resenha-fumaca-branca-tiffany-d-jackson/